psicologia

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A psicologia e o esporte

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Pedalar, um dever do Estado um direito do cidadão

Nessa semana estava pensando no tema do meu artigo quando li a noticia de que a prefeitura da USP, apesar de ter acenado com uma possível negociação, reafirmou a proibição de entrada de bicicletas na Cidade Universitária. Então, por mais que eu pensasse em problemas referentes a Psicologia, este se tornou mais urgente e não poderia deixar de compartilhar com os diversos atletas que me lêem a minha indignação.

Pouco tempo atrás os ciclistas, na portaria número um da cidade universitária, bradavam:

- Não à repressão! Não à repressão!

E eu, no meu íntimo, também bradava.

- Por que não a educação? Por que não a educação?

Temos de levar em conta que os ciclistas, representados por alguns poucos, não respeitam as mínimas normas do bom convívio e andam em grupos sim, mas ao admitirmos isso temos de questionar o quanto esse comportamento agressivo e gregário dos ciclistas não é uma reação ao comportamento desrespeitoso de muitos motoristas? Será que os ciclistas não se uniram para se protegerem?

Considerando esses dois lados eu só conseguia ver que a única solução possível, observando as características da Universidade que está dentro desta cidade universitária, seriam medidas educacionais. Mas não, tristemente, a escolha foi feita por medidas repressivas.

A USP tem um dever social e comunitário, ela tem no seu campus faculdades de psicologia, educação, esportes e educação física, investe tempo, dinheiro e pesquisa para afirmar que esporte faz bem para o cidadão, para a educação do povo, para a reabilitação física e psicológica do doente, para melhorar a prática e o desempenho de profissionais do esporte. Ou seja, as unidades da USP dizem em seus rios de tinta que o esporte faz bem para todos. Porém, a atitude da universidade, representada por seu prefeito, é proibir a prática do esporte, o que é demais contraditório em relação a tudo o que a USP produz, e é contraditório com o seu papel social, que é educar o cidadão. E sabemos, pois temos exemplos, que não é reprimindo que se educa. Um amigo me disse sarcasticamente:

- Você não entendeu, em vez do método Piaget a USP escolheu o método Pinochet.

Triste constatação. O que me leva a pensar que o prefeito e todos os representantes da prefeitura não conhecem o termo Educação, não prezam por ela, e não acreditam nos seus efeitos, e em vez de resolverem os problemas internos à cidade universitária com medidas educacionais, que são, sem dúvida, mais dispendiosos, mas também mais condizentes com o papel da USP, optaram por medidas repressivas, que não condizem em nada com o papel a que a USP se propõe.

Fico pensando: tanto tempo gasto, tanta reunião, tanto disse isso disse aquilo em torno dos ciclistas. Parece que este é o maior problema da Cidade Universitária. Acredito que discutir um problema importante como este é uma forma de acobertar outros problemas que a Prefeitura da Cidade Universitária não consegue resolver, como a favela que é sua vizinha e que foi, de certo modo, criada pela própria cidade universitária, as crianças que guardam carro, esmolam, fazem pequenos furtos, o tráfico que entorpece alguns alunos, o desemprego que faz com que alguns continuem morando na favela. Esses são problemas que a USP não quer ver, e nos quais o esporte até poderia ajudar, como acreditam alguns projetos sociais que existem dentro da própria Cidade Universitária, mas a Prefeitura da Cidade Universitária que, repito, não entende nada de Educação, prefere ficar alheia para se preocupar com aqueles que querem pedalar nas suas ruas e alamedas.

A proibição das bicicletas na USP é uma forma vil de mostrar a ignorância e a incompetência da prefeitura do campus.


Pedalar, um dever do Estado um direito do cidadão

Caminhada · 04 jul, 2005

Nessa semana estava pensando no tema do meu artigo quando li a noticia de que a prefeitura da USP, apesar de ter acenado com uma possível negociação, reafirmou a proibição de entrada de bicicletas na Cidade Universitária. Então, por mais que eu pensasse em problemas referentes a Psicologia, este se tornou mais urgente e não poderia deixar de compartilhar com os diversos atletas que me lêem a minha indignação.

Pouco tempo atrás os ciclistas, na portaria número um da cidade universitária, bradavam:

- Não à repressão! Não à repressão!

E eu, no meu íntimo, também bradava.

- Por que não a educação? Por que não a educação?

Temos de levar em conta que os ciclistas, representados por alguns poucos, não respeitam as mínimas normas do bom convívio e andam em grupos sim, mas ao admitirmos isso temos de questionar o quanto esse comportamento agressivo e gregário dos ciclistas não é uma reação ao comportamento desrespeitoso de muitos motoristas? Será que os ciclistas não se uniram para se protegerem?

Considerando esses dois lados eu só conseguia ver que a única solução possível, observando as características da Universidade que está dentro desta cidade universitária, seriam medidas educacionais. Mas não, tristemente, a escolha foi feita por medidas repressivas.

A USP tem um dever social e comunitário, ela tem no seu campus faculdades de psicologia, educação, esportes e educação física, investe tempo, dinheiro e pesquisa para afirmar que esporte faz bem para o cidadão, para a educação do povo, para a reabilitação física e psicológica do doente, para melhorar a prática e o desempenho de profissionais do esporte. Ou seja, as unidades da USP dizem em seus rios de tinta que o esporte faz bem para todos. Porém, a atitude da universidade, representada por seu prefeito, é proibir a prática do esporte, o que é demais contraditório em relação a tudo o que a USP produz, e é contraditório com o seu papel social, que é educar o cidadão. E sabemos, pois temos exemplos, que não é reprimindo que se educa. Um amigo me disse sarcasticamente:

- Você não entendeu, em vez do método Piaget a USP escolheu o método Pinochet.

Triste constatação. O que me leva a pensar que o prefeito e todos os representantes da prefeitura não conhecem o termo Educação, não prezam por ela, e não acreditam nos seus efeitos, e em vez de resolverem os problemas internos à cidade universitária com medidas educacionais, que são, sem dúvida, mais dispendiosos, mas também mais condizentes com o papel da USP, optaram por medidas repressivas, que não condizem em nada com o papel a que a USP se propõe.

Fico pensando: tanto tempo gasto, tanta reunião, tanto disse isso disse aquilo em torno dos ciclistas. Parece que este é o maior problema da Cidade Universitária. Acredito que discutir um problema importante como este é uma forma de acobertar outros problemas que a Prefeitura da Cidade Universitária não consegue resolver, como a favela que é sua vizinha e que foi, de certo modo, criada pela própria cidade universitária, as crianças que guardam carro, esmolam, fazem pequenos furtos, o tráfico que entorpece alguns alunos, o desemprego que faz com que alguns continuem morando na favela. Esses são problemas que a USP não quer ver, e nos quais o esporte até poderia ajudar, como acreditam alguns projetos sociais que existem dentro da própria Cidade Universitária, mas a Prefeitura da Cidade Universitária que, repito, não entende nada de Educação, prefere ficar alheia para se preocupar com aqueles que querem pedalar nas suas ruas e alamedas.

A proibição das bicicletas na USP é uma forma vil de mostrar a ignorância e a incompetência da prefeitura do campus.

Clareie os seus objetivos de treino

Qual é o seu objetivo em treinar a sua modalidade esportiva? Quantas vezes você já se fez esta pergunta? Quantas vezes já te fizeram esta pergunta? Quantas vezes você a respondeu com sinceridade?

Todos nós, que praticamos uma atividade física, temos um objetivo com ela, podemos não saber ao certo qual é, ou ao menos podemos não saber dizer, mas o que nos motiva a levantar de madrugada para encontrar um monte de gente que se põe a correr? Correr de quem? Correr para que?

Se fizermos um inventário nas nossas vidas e descobrirmos o que nos motiva a praticar determinado esporte encontraremos, muito provavelmente, o nosso objetivo com esta prática.

Torna-se importante, então ter clareza qual é o nosso objetivo para termos consciência se estamos ou não atingindo, e claro! Não há nada mais motivador do que alcançar um objetivo.

Os objetivos podem ser inúmeros, desde vencer uma determinada prova, passando por diminuir o seu tempo pessoal, até mesmo arrumar um motivo saudável para encontrar com os amigos, quero dizer: existem tantos objetivos, quanto existem pessoas que praticam esporte.

Durante nossos treinamentos, muitos tentarão nos convencer deste ou daquele objetivo, alguns nos dirão que devemos participar de uma prova, outros nos dirão que devemos diminuir nosso tempo, mas ai vos pergunto: É este seu objetivo? Ou seu objetivo é somente uma qualidade melhor de vida? Ou apenas encontrar com os amigos?

Tendo clareza dos nossos objetivos, nossa comunicação com os técnicos e parceiros de treino torna-se mais eficiente e clara, em conseqüência nosso prazer na atividade aumenta, pois se meu objetivo é somente perder peso, por exemplo, não ficarei triste por não ter ganhado uma prova que participei, mas ficarei feliz com alguns quilos a menos.

É importante então sempre checarmos o quanto estamos nos encaminhando para os objetivos que desejamos, pois assim nos motivaremos a busca-lo e alcançá-lo. Porém temos de ter clareza também que nossos objetivos podem mudar, ou por que o alcançamos ou por que nossa vida mudou, e com isso temos de nos flexibilizar para sempre acompanharmos as dinâmicas da vida.


Clareie os seus objetivos de treino

Atletismo · 23 jun, 2005

Qual é o seu objetivo em treinar a sua modalidade esportiva? Quantas vezes você já se fez esta pergunta? Quantas vezes já te fizeram esta pergunta? Quantas vezes você a respondeu com sinceridade?

Todos nós, que praticamos uma atividade física, temos um objetivo com ela, podemos não saber ao certo qual é, ou ao menos podemos não saber dizer, mas o que nos motiva a levantar de madrugada para encontrar um monte de gente que se põe a correr? Correr de quem? Correr para que?

Se fizermos um inventário nas nossas vidas e descobrirmos o que nos motiva a praticar determinado esporte encontraremos, muito provavelmente, o nosso objetivo com esta prática.

Torna-se importante, então ter clareza qual é o nosso objetivo para termos consciência se estamos ou não atingindo, e claro! Não há nada mais motivador do que alcançar um objetivo.

Os objetivos podem ser inúmeros, desde vencer uma determinada prova, passando por diminuir o seu tempo pessoal, até mesmo arrumar um motivo saudável para encontrar com os amigos, quero dizer: existem tantos objetivos, quanto existem pessoas que praticam esporte.

Durante nossos treinamentos, muitos tentarão nos convencer deste ou daquele objetivo, alguns nos dirão que devemos participar de uma prova, outros nos dirão que devemos diminuir nosso tempo, mas ai vos pergunto: É este seu objetivo? Ou seu objetivo é somente uma qualidade melhor de vida? Ou apenas encontrar com os amigos?

Tendo clareza dos nossos objetivos, nossa comunicação com os técnicos e parceiros de treino torna-se mais eficiente e clara, em conseqüência nosso prazer na atividade aumenta, pois se meu objetivo é somente perder peso, por exemplo, não ficarei triste por não ter ganhado uma prova que participei, mas ficarei feliz com alguns quilos a menos.

É importante então sempre checarmos o quanto estamos nos encaminhando para os objetivos que desejamos, pois assim nos motivaremos a busca-lo e alcançá-lo. Porém temos de ter clareza também que nossos objetivos podem mudar, ou por que o alcançamos ou por que nossa vida mudou, e com isso temos de nos flexibilizar para sempre acompanharmos as dinâmicas da vida.

Respire melhor e se conheça melhor

Mais uma vez vamos tratar da respiração, pois respirar não só traz oxigênio para os nosso pulmões, como também ajuda a trabalhar nossa mente e conhecer melhor nosso organismo. E também devemos considerar que a respiração é algo que normalmente colocamos pouca ou nenhuma atenção.

Você sabia que normalmente respiramos meio litro de ar, quando nossa real capacidade é de quatro litros por respiração? Através dela podemos controlar a ansiedade, diminuir a agressividade em um momento de explosão, controlar também o medo...Assim como, nos ajuda a ter uma maior concentração e centramento para os desafios no dia-a-dia.

No caso da corrida, podemos fazer uso da mesma para controlarmos nossa freqüência cardíaca. Caso você não faça uso de um pulsimetro ou tenha contratado um Personal trainer, você pode respeitar a sua condição física, prestando atenção em sua respiração.

Quando iniciamos uma corrida entramos em déficit de oxigênio, logo depois há um estado de equilíbrio no ritmo da respiração, caso você não alcance este estado de equilíbrio e continue muito ofegante, deverá diminuir o ritmo da corrida.

Outra dica que a respiração nos oferece é quando finalizamos a corrida, é necessário diminuir o ritmo pausadamente, pois a pausa imediata poderá até causar parada cardíaca, é importante após a corrida andar até que a respiração novamente se normalize, ou seja, a quantidade de oxigênio seja regulada para a quantidade de esforço empregada.

Preste atenção na respiração enquanto corre, só o fato de você estar atento a ela demonstra que você está concentrado no exercício que você está fazendo, e o que é mais importante, que você está controlando o seu corpo, o seu treino ou prova, e não está se deixando levar por eventos externos.

Os atletas que controlam o seu treino ou prova pelo ritmo do seu corpo atingem melhores resultados do que aqueles que se regulam por outros atletas, a explicação é simples: sobre o seu corpo e seu treino você tem total controle, sobre o treino do outro nenhum. Isso quer dizer que em uma prova longa, uma maratona um triatlon, estabeleça uma estratégia de prova, e ao ser ultrapassado confie na sua estratégia, no seu corpo e no seu treinamento, você não precisa ir “buscar”.

No dia-a-dia a respiração feita com qualidade também pode nos ajudar a ter uma maior condição para corrida, pois respirando melhor estará: oxigenando melhor todo o seu corpo, ficando menos estressado, com maior capacidade cerebral e lógico com maior disposição para realizar seus exercícios físicos.

Os orientais acreditam que quando uma pessoa nasce lhe é designado um número exato de respirações para esta vida, ou seja, vive mais quem mais devagar e preenchendo os pulmões respirar. Pense nisso!

Colaboração: Colaborou com esse artigo a Psicóloga do Esporte e Educadora Física, Melissa Veloso. Ela atende em consultório particular e atua no Tênis Clube Paulista.


Respire melhor e se conheça melhor

Atletismo · 02 fev, 2005

Mais uma vez vamos tratar da respiração, pois respirar não só traz oxigênio para os nosso pulmões, como também ajuda a trabalhar nossa mente e conhecer melhor nosso organismo. E também devemos considerar que a respiração é algo que normalmente colocamos pouca ou nenhuma atenção.

Você sabia que normalmente respiramos meio litro de ar, quando nossa real capacidade é de quatro litros por respiração? Através dela podemos controlar a ansiedade, diminuir a agressividade em um momento de explosão, controlar também o medo...Assim como, nos ajuda a ter uma maior concentração e centramento para os desafios no dia-a-dia.

No caso da corrida, podemos fazer uso da mesma para controlarmos nossa freqüência cardíaca. Caso você não faça uso de um pulsimetro ou tenha contratado um Personal trainer, você pode respeitar a sua condição física, prestando atenção em sua respiração.

Quando iniciamos uma corrida entramos em déficit de oxigênio, logo depois há um estado de equilíbrio no ritmo da respiração, caso você não alcance este estado de equilíbrio e continue muito ofegante, deverá diminuir o ritmo da corrida.

Outra dica que a respiração nos oferece é quando finalizamos a corrida, é necessário diminuir o ritmo pausadamente, pois a pausa imediata poderá até causar parada cardíaca, é importante após a corrida andar até que a respiração novamente se normalize, ou seja, a quantidade de oxigênio seja regulada para a quantidade de esforço empregada.

Preste atenção na respiração enquanto corre, só o fato de você estar atento a ela demonstra que você está concentrado no exercício que você está fazendo, e o que é mais importante, que você está controlando o seu corpo, o seu treino ou prova, e não está se deixando levar por eventos externos.

Os atletas que controlam o seu treino ou prova pelo ritmo do seu corpo atingem melhores resultados do que aqueles que se regulam por outros atletas, a explicação é simples: sobre o seu corpo e seu treino você tem total controle, sobre o treino do outro nenhum. Isso quer dizer que em uma prova longa, uma maratona um triatlon, estabeleça uma estratégia de prova, e ao ser ultrapassado confie na sua estratégia, no seu corpo e no seu treinamento, você não precisa ir “buscar”.

No dia-a-dia a respiração feita com qualidade também pode nos ajudar a ter uma maior condição para corrida, pois respirando melhor estará: oxigenando melhor todo o seu corpo, ficando menos estressado, com maior capacidade cerebral e lógico com maior disposição para realizar seus exercícios físicos.

Os orientais acreditam que quando uma pessoa nasce lhe é designado um número exato de respirações para esta vida, ou seja, vive mais quem mais devagar e preenchendo os pulmões respirar. Pense nisso!

Colaboração: Colaborou com esse artigo a Psicóloga do Esporte e Educadora Física, Melissa Veloso. Ela atende em consultório particular e atua no Tênis Clube Paulista.

No meio do caminho eu quebrei… e agora?

Outro dia fui perguntado por um amigo que corre maratonas, sobre o que fazer depois de ficar um tempo sem treinar. Na verdade, o problema é que esse amigo se sentia muito frustrado com os tempos que ele vinha fazendo desde que retornou e que eram bem inferiores aos tempos que fazia anteriormente.

Eu já tratei desse assunto em artigos anteriores, mas ele é um tema importante em psicologia do esporte, pois afeta não só o atleta profissional, mas também o amador, que está sempre verificando seus tempos e seu desempenho.

O que acontece é que, após uma lesão ou problemas pessoais que afastam o atleta do treinamento por um período longo, o desempenho invariavelmente cai mas o que fica registrado na memória do atleta é o seu desempenho máximo. Assim, para o atleta ele é aquele que pode fazer um tempo x e por isso é insuportável conviver com seu corpo fazendo um tempo x/2.

Podemos pensar como se estivéssemos numa estrada, onde o destino é o melhor tempo. Nesse percurso gastamos horas e horas rodando e cada vez mais nos aproximamos do nosso destino. Porém, em algum momento, esse carro quebra, e muitas vezes quebra quando estamos próximos de chegar ao nosso objetivo. Diferentemente de um carro comum, que fica parado e apenas atrasa a viagem, nosso corpo se comporta como se o carro retornasse, voltasse para trás. É realmente muito frustrante.

Nesse momento, o trabalho de um psicólogo é imprescindível, pois ele deve montar junto com o técnico, um novo esquema de treino, no qual o objetivo não é mais a “cidade” que se queria chegar, mas o local onde o carro quebrou.

Por isso, tendo como foco os tempos de prova que se fazia no momento em que se parou de treinar, o melhor é construir um planejamento com metas de curto prazo, ou seja, traçar metas fáceis de serem alcançadas semanalmente, fazer uma checagem com metas de dificuldade média, quinzenalmente ou mensalmente. E, mais ou menos a cada três ou quatro checagens de dificuldade média, fazer uma checagem de dificuldade grande, ou seja, no caso do meu amigo maratonista, verificar o tempo de uma maratona ou de meia maratona.

Uma das coisas mais importantes nesse trabalho é a comunicação com o atleta, ou seja, o técnico deve informar todas as suas expectativas a ele, dizendo quanto é o tempo que ele espera que o atleta faça em tal e qual semana, informar que se ele fizer tudo de acordo como o que o técnico espera, alcançará o objetivo em determinado tempo. Quando alguma coisa acontece, como por exemplo, o atleta não alcançar o tempo esperado naquela semana, o técnico deve rever as metas, e, se isso causar uma variação no tempo final, deve ser comunicado ao atleta.

Informar o tempo e afirmar sempre ao atleta onde ele está no treinamento é a melhor forma de evitar a frustração. E estabelecer metas em curto prazo é a melhor forma do atleta sentir-se vitorioso a cada semana.


No meio do caminho eu quebrei… e agora?

Atletismo · 23 nov, 2004

Outro dia fui perguntado por um amigo que corre maratonas, sobre o que fazer depois de ficar um tempo sem treinar. Na verdade, o problema é que esse amigo se sentia muito frustrado com os tempos que ele vinha fazendo desde que retornou e que eram bem inferiores aos tempos que fazia anteriormente.

Eu já tratei desse assunto em artigos anteriores, mas ele é um tema importante em psicologia do esporte, pois afeta não só o atleta profissional, mas também o amador, que está sempre verificando seus tempos e seu desempenho.

O que acontece é que, após uma lesão ou problemas pessoais que afastam o atleta do treinamento por um período longo, o desempenho invariavelmente cai mas o que fica registrado na memória do atleta é o seu desempenho máximo. Assim, para o atleta ele é aquele que pode fazer um tempo x e por isso é insuportável conviver com seu corpo fazendo um tempo x/2.

Podemos pensar como se estivéssemos numa estrada, onde o destino é o melhor tempo. Nesse percurso gastamos horas e horas rodando e cada vez mais nos aproximamos do nosso destino. Porém, em algum momento, esse carro quebra, e muitas vezes quebra quando estamos próximos de chegar ao nosso objetivo. Diferentemente de um carro comum, que fica parado e apenas atrasa a viagem, nosso corpo se comporta como se o carro retornasse, voltasse para trás. É realmente muito frustrante.

Nesse momento, o trabalho de um psicólogo é imprescindível, pois ele deve montar junto com o técnico, um novo esquema de treino, no qual o objetivo não é mais a “cidade” que se queria chegar, mas o local onde o carro quebrou.

Por isso, tendo como foco os tempos de prova que se fazia no momento em que se parou de treinar, o melhor é construir um planejamento com metas de curto prazo, ou seja, traçar metas fáceis de serem alcançadas semanalmente, fazer uma checagem com metas de dificuldade média, quinzenalmente ou mensalmente. E, mais ou menos a cada três ou quatro checagens de dificuldade média, fazer uma checagem de dificuldade grande, ou seja, no caso do meu amigo maratonista, verificar o tempo de uma maratona ou de meia maratona.

Uma das coisas mais importantes nesse trabalho é a comunicação com o atleta, ou seja, o técnico deve informar todas as suas expectativas a ele, dizendo quanto é o tempo que ele espera que o atleta faça em tal e qual semana, informar que se ele fizer tudo de acordo como o que o técnico espera, alcançará o objetivo em determinado tempo. Quando alguma coisa acontece, como por exemplo, o atleta não alcançar o tempo esperado naquela semana, o técnico deve rever as metas, e, se isso causar uma variação no tempo final, deve ser comunicado ao atleta.

Informar o tempo e afirmar sempre ao atleta onde ele está no treinamento é a melhor forma de evitar a frustração. E estabelecer metas em curto prazo é a melhor forma do atleta sentir-se vitorioso a cada semana.

Olimpíadas, Gugas, Daianes e outras lesões.

Há pouco tempo as olimpíadas terminaram, junto com ela muitas surpresas e algumas decepções, uma delas talvez seja o Guga, que depois de uma lesão nunca mais jogou como o primeiro do mundo, titulo que havia alcançado.

Essa derrota do Guga no primeiro jogo olímpico me fez lembrar de um momento dos mais difíceis para o atleta e para a equipe técnica , a recuperação de uma lesão após um longo período de repouso.

Esse tema não é exclusivo de atletas de alto nível, como o Guga; me lembro do pai de um amigo que reclamava que corria a 4 min o Km e, depois de uma lesão, e ter parado seis meses de correr, não passa o Km a menos de 5:30 min, e o quanto ele se sente frustrado.

Não estamos falando a respeito de um atleta de alto nível correto? Mas a dor, que já não é mais da lesão, é a mesma da do Guga - “eu não consigo mais, eu não sou mais o mesmo atleta que era antes” – é isso que comumente ouvimos e que as vezes levam algumas pessoas a largarem seus treinos.

Acredito que esse seja um dos momentos mais importantes no trabalho de um Psicólogo do Esporte, trazer a pessoa de volta aos treinos, diminuir a ansiedade da equipe técnica e do atleta.

Quando acontece um longo período de repouso o atleta apresenta uma perda de rendimento considerável, nesse caso há duas experiências subjetivas que devem ser consideradas: a primeira é que o sujeito sabe o quanto ele teve de suar para abaixar um segundo de seu tempo, a segunda é que na memória do atleta está registrado o último tempo que ele fez, e que na maioria das vezes marca o seu período de melhor rendimento. As lesões muitas vezes acontecem no ápice do treinamento, que é o período de maior estresse.

A vontade do atleta no primeiro dia de treino é dar um tiro e repetir seu melhor tempo, mas sabemos que se tentar isso provavelmente terá outra lesão, pois estará se esforçando além do seu limite, e estará exigindo de um corpo que não está totalmente recuperado.

Ainda temos a equipe técnica que apostou trabalho e esforço para que o atleta atingisse melhores resultados e em seu retorno o atleta refaz o trabalho de base enquanto outros então em período competitivo, a sensação da equipe técnica é de trabalho jogado fora.

O retorno aos treinos após uma lesão não é um período fácil para ninguém, e o atleta principalmente se cobrará e será muito cobrado por resultados que, nesse período, é incapaz de atingir.

O trabalho de um bom psicólogo do esporte é imprescindível nesse momento, para diminuir as expectativas do atleta e da equipe técnica.

Vamos lembrar de uma de nossas promessas de medalha na Ginástica Olímpica: Daiane dos Santos tinha acabado de se recuperar de uma lesão, que provavelmente a impediu de treinar por algum período e que foi cobrada pelo seu máximo em uma competição que aconteceu muito próximo de sua recuperação. Precisamos ser menos severos com a “gauchinha”, precisamos ser menos severos com nós mesmos.


Olimpíadas, Gugas, Daianes e outras lesões.

Atletismo · 13 set, 2004

Há pouco tempo as olimpíadas terminaram, junto com ela muitas surpresas e algumas decepções, uma delas talvez seja o Guga, que depois de uma lesão nunca mais jogou como o primeiro do mundo, titulo que havia alcançado.

Essa derrota do Guga no primeiro jogo olímpico me fez lembrar de um momento dos mais difíceis para o atleta e para a equipe técnica , a recuperação de uma lesão após um longo período de repouso.

Esse tema não é exclusivo de atletas de alto nível, como o Guga; me lembro do pai de um amigo que reclamava que corria a 4 min o Km e, depois de uma lesão, e ter parado seis meses de correr, não passa o Km a menos de 5:30 min, e o quanto ele se sente frustrado.

Não estamos falando a respeito de um atleta de alto nível correto? Mas a dor, que já não é mais da lesão, é a mesma da do Guga - “eu não consigo mais, eu não sou mais o mesmo atleta que era antes” – é isso que comumente ouvimos e que as vezes levam algumas pessoas a largarem seus treinos.

Acredito que esse seja um dos momentos mais importantes no trabalho de um Psicólogo do Esporte, trazer a pessoa de volta aos treinos, diminuir a ansiedade da equipe técnica e do atleta.

Quando acontece um longo período de repouso o atleta apresenta uma perda de rendimento considerável, nesse caso há duas experiências subjetivas que devem ser consideradas: a primeira é que o sujeito sabe o quanto ele teve de suar para abaixar um segundo de seu tempo, a segunda é que na memória do atleta está registrado o último tempo que ele fez, e que na maioria das vezes marca o seu período de melhor rendimento. As lesões muitas vezes acontecem no ápice do treinamento, que é o período de maior estresse.

A vontade do atleta no primeiro dia de treino é dar um tiro e repetir seu melhor tempo, mas sabemos que se tentar isso provavelmente terá outra lesão, pois estará se esforçando além do seu limite, e estará exigindo de um corpo que não está totalmente recuperado.

Ainda temos a equipe técnica que apostou trabalho e esforço para que o atleta atingisse melhores resultados e em seu retorno o atleta refaz o trabalho de base enquanto outros então em período competitivo, a sensação da equipe técnica é de trabalho jogado fora.

O retorno aos treinos após uma lesão não é um período fácil para ninguém, e o atleta principalmente se cobrará e será muito cobrado por resultados que, nesse período, é incapaz de atingir.

O trabalho de um bom psicólogo do esporte é imprescindível nesse momento, para diminuir as expectativas do atleta e da equipe técnica.

Vamos lembrar de uma de nossas promessas de medalha na Ginástica Olímpica: Daiane dos Santos tinha acabado de se recuperar de uma lesão, que provavelmente a impediu de treinar por algum período e que foi cobrada pelo seu máximo em uma competição que aconteceu muito próximo de sua recuperação. Precisamos ser menos severos com a “gauchinha”, precisamos ser menos severos com nós mesmos.

Galindez destaca fator psicológico em palestra

O triatleta Oscar Galindez (Reebok/Memorial/Profile Design/Oakley), e atleta apoiado pelo portal WebRun, além do psiquiatra Adriano Resende de Lima, o ginecologista Fábio Lopes Teixeira e o técnico de triathlon, Daniel Fernandes de Souza reuniram suas experiências para debater sobre os benefícios e consequências da prática esportiva na vida do ser humano. O encontro aconteceu na última quinta-feira (26) no Reebok Sports Club Morumbi e reuniu em torno de 50 pessoas, entre atletas, jornalistas e especialistas em medicina esportiva.

O tema mais abordado pelos palestrantes foi o equilíbrio que o atleta deve ter nos treinamentos. “A atividade física melhora o bem estar da pessoa, mas o excesso pode expor a depressão”, disse o psiquiatra Adriano Resende de Lima. “O mal uso da atividade física funciona como um disfarce para um transtorno psíquico”, completou o médico.

O triatleta da Reebok, Oscar Galindez, que foi vice-campeão do Ironman Brasil neste ano e disputará o Ironman Mundial, no Hawai, em outubro, também destacou a preparação psicológica de um atleta em sua palestra. “A parte psicológica é 100%, foi isso que fez a diferença na Olimpíada de Atenas. As medalhas conquistadas no triatlo em Atenas foram na raça e contaram muito com o lado psicológico”, destacou Galindez, que participou da Olimpíada de Sydney em 2000.

A saúde da mulher atleta também foi abordada no debate e o ginecologista Fábio Lopes Teixeira alertou para as alterações metabólicas que ocorre com a mulher, principalmente durante o período de gravidez.


Galindez destaca fator psicológico em palestra

Triathlon · 30 ago, 2004

O triatleta Oscar Galindez (Reebok/Memorial/Profile Design/Oakley), e atleta apoiado pelo portal WebRun, além do psiquiatra Adriano Resende de Lima, o ginecologista Fábio Lopes Teixeira e o técnico de triathlon, Daniel Fernandes de Souza reuniram suas experiências para debater sobre os benefícios e consequências da prática esportiva na vida do ser humano. O encontro aconteceu na última quinta-feira (26) no Reebok Sports Club Morumbi e reuniu em torno de 50 pessoas, entre atletas, jornalistas e especialistas em medicina esportiva.

O tema mais abordado pelos palestrantes foi o equilíbrio que o atleta deve ter nos treinamentos. “A atividade física melhora o bem estar da pessoa, mas o excesso pode expor a depressão”, disse o psiquiatra Adriano Resende de Lima. “O mal uso da atividade física funciona como um disfarce para um transtorno psíquico”, completou o médico.

O triatleta da Reebok, Oscar Galindez, que foi vice-campeão do Ironman Brasil neste ano e disputará o Ironman Mundial, no Hawai, em outubro, também destacou a preparação psicológica de um atleta em sua palestra. “A parte psicológica é 100%, foi isso que fez a diferença na Olimpíada de Atenas. As medalhas conquistadas no triatlo em Atenas foram na raça e contaram muito com o lado psicológico”, destacou Galindez, que participou da Olimpíada de Sydney em 2000.

A saúde da mulher atleta também foi abordada no debate e o ginecologista Fábio Lopes Teixeira alertou para as alterações metabólicas que ocorre com a mulher, principalmente durante o período de gravidez.