Entendendo a necessidade do treinamento funcional

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Condição importante para a produção de movimentos eficientes e a consequente aplicação efetiva da força é a coordenação intermuscular, característica fisiológica que consiste em criar sinergias musculares para aplicar a força muscular no momento correto, no plano correto e na direção correta.

O treinamento de força deve ser entendido principalmente como um treinamento de coordenação, durante o qual o aluno exerce uma resistência adequada para suportar seu peso corporal, projetar um objeto, mover ou resistir ao movimento de outro corpo, vencer a gravidade e otimizar as forças de reação do solo aplicadas reativamente a ele.

A resistência apropriada é determinada em função de uma exigência específica. Se a atividade alvo envolve o uso do peso corporal, então a ênfase deve ser sobre a força relativa do corpo. Se a atividade alvo envolve o uso de um objeto, o peso deste objeto determinará a resistência necessária para desenvolver força a fim de movê-lo na velocidade requerida. Se a demanda é resistir ao movimento de outro corpo, isso determinará o tipo de resistência, duração e direção da aplicação da força. No caso da resistência à gravidade, são exigidas principalmente contrações excêntricas e isométricas para produzir a força necessária e otimizar as forças de reação do solo.

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Anualmente o treinamento funcional ganha mais adeptos e se consolida como uma alternativa muito interessante para praticantes de inúmeras atividades físicas, com resultados que ultrapassam aqueles conseguidos por fórmulas obsoletas de treinamento de força. Muitos profissionais da área da saúde e atividade física ainda possuem a tendência de definir o exercício em termos de seu efeito isolado nos sistemas energético e músculo-esquelético. Mas a compreensão do funcionamento do sistema nervoso e do processo de aprendizado motor característico do ser humano produz ajustes e mudanças na forma de treinamento, proporcionando aos alunos e pacientes experiências muito mais completas e gratificantes para ambas as partes. O aprendizado motor é um processo neurológico, mediado por neurotransmissores, através do qual o corpo humano aprende a mudar um comportamento e mantém esta habilidade de movimento. Movimento se define como uma mudança de posição no espaço, e habilidade envolve uma ação que pode ser realizada repetidamente em variadas condições.

Existem muitos tipos de habilidades e a compreensão do qual seja a habilidade necessária pode auxiliar um treinador a escolher a melhor abordagem para conduzir o treinamento com seus atletas. O elemento mais essencial na aquisição de novas habilidades é o feedback, definida como a informação transmitida pelo aluno sobre determinado movimento enquanto é aprendido, podendo ser coletada a partir de fontes internas ou externas. Nesse contexto o treinador é o agente principal da transformação que levará seus alunos a adquirir novas habilidades.

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Portanto, considerando este enfoque para o treinamento e para as necessidades do indivíduo, esta abordagem do treinamento de força direciona mais adequadamente as atividades e incorpora um espectro de métodos e meios de treinamento para atender às diferentes demandas de força e sistemas energéticos que englobam uma série de diferentes atividades alvo. O objetivo principal é auxiliar o aluno/cliente/praticante de atividade física desenvolver a força que ele possa utilizar.

Texto publicado originalmente em 2018.