A suplementação com caseína pode ser uma boa opção

Dr. José Marques Neto | Suplementação · 03 maio, 2021

A caseína é uma proteína extraída do soro do leite que possui lenta absorção pelo corpo humano. É um suplemento que ganha cada vez mais adeptos e espaço entre os praticantes de modalidades esportivas, que treinam e desejam alcançar melhores resultados em seu desempenho.

A proteína dominante no leite de vaca, geralmente é indicada para ser consumida antes de dormir. Isso porque é capaz de fornecer suporte proteico adequado durante o sono, evitando o catabolismo noturno e mantendo a aminoacidemia na circulação, contribuindo para o crescimento muscular.

A caseína é uma proteína de absorção lenta e pode ser utilizada como suplemento proteico em períodos de jejum, por exemplo à noite. No entanto, estes períodos são marcados pela maior ressíntese proteica muscular, devido ao estado de repouso e pela presença do pulso de secreção do hormônio de crescimento. Esta proteína fornece aminoácidos essenciais para a musculatura esquelética por até 5 horas.

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A suplementação com caseína pode ser uma boa opção

Foto: Adobe Stock

Sensível ao pH do ambiente ácido do estômago, sua absorção é gradativa, prolongando a liberação destes aminoácidos na corrente sanguínea. O sono marca um período prolongado de jejum, o que pode prejudicar o ganho de massa muscular.

Ela pode ajudar o tempo de trânsito de moléculas proteicas pelo intestino durante a digestão, pois é formado uma espécie de “gel” que torna mais lento esta passagem e consequentemente aumenta a capacidade de absorção da parede intestinal. Desta forma, atletas e praticantes de atividade física, conseguem suprir satisfatoriamente sua necessidade proteica diária.

A caseína também possui níveis elevados de aminoácidos glicogênicos, aqueles utilizados na síntese do glicogênio. O glicogênio muscular representa um combustível importante para a contração dos músculos esqueléticos durante exercícios prolongados e extenuantes, e sua depleção tem implicação no desenvolvimento da fadiga muscular. Da mesma forma, esta proteína afeta uma série de processos metabólicos e celulares, como por exemplo a baixa concentração de glicogênio muscular, que pode levar ao aumento da degradação da proteína muscular.

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Esta proteína possui alta concentração do aminoácido glutamina. Tal característica que auxilia praticantes de atividade física durante treinamentos intensos e indivíduos que estão submetidos a programas de reeducação alimentar, para perda e controle ponderal. Além disso, apresenta altas concentrações de tirosina, aminoácido que estimula os neurotransmissores excitatórios do cérebro, e baixa concentração de triptofano, aminoácido relacionado ao relaxamento.

Muito versátil, pode ser consumida antes de dormir ou durante as refeições nas quais o aporte proteico não é suficiente. Também pode ser consumida após os treinos, com doses entre 10 e 60 g, sendo que 30 g diluídos em água atende boa parte dos casos.

* Publicado originalmente em 2019.

Dr. José Marques Neto

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Graduado em medicina pela Universidade de São Paulo (USP) e em cinesiologia, Magna Cum Laude, pela Texas Christian University, nos Estados Unidos. Médico especialista em Medicina do Esporte pela SBME e em Ortopedia e Traumatologia pela SBOT, pós-graduado em Fisiologia do Exercício pelo Instituto de Ciências Biológicas-USP e em Biomecânica da Saúde e Atividade Física pela Universidade Gama Filho. Consultor em Medicina do Esporte das revistas Contra Relógio e Women's Health, e do site Webrun. Médico do Esporte do Instituto VITA em São Paulo.

 
 

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