A era do terrorismo nutricional e como lidar com isso

O extremismo na hora de se alimentar chega a ser preocupante nos dias de hoje

Elaine Lopes | Alimentação · 03 jan, 2018

Estamos na era dos extremos: enquanto as mídias sustentam o padrão de corpo ideal, pessoas ostentam seus restaurantes caros e pratos de comidas calóricos nas redes sociais. Atualmente, tendemos a classificar alimentos de forma muito extremista: ou é ruim ou é bom, ou ajuda ou prejudica, ou engorda ou emagrece. É um verdadeiro terrorismo nutricional.

Está cada vez mais raro encontrar pessoas que pregam o equilíbrio e ainda mais desafiador encontrar as que o praticam. Infelizmente, as pessoas tendem a agir de forma radical: ou se alimentam de forma exageradamente saudável ou comem de forma descontrolada, enquanto o mais adequado seria nem um, nem outro.

A culpa ao comer pode inclusive aumentar o risco de você engordar Foto: Lenets Tan/Fotolia

A culpa ao comer pode inclusive aumentar o risco de você engordar Foto: Lenets Tan/Fotolia

 Ainda se nota muita ansiedade na hora de comer. Sobre o que comer, o que é bom ingerir, o que se deve optar, o que se pode escolher. E raramente as pessoas pensam no que realmente querem, dentro do seu objetivo e estilo de vida, principalmente porque nos fizeram acreditar que tudo o que é gostoso faz mal e tudo o que é saudável não é muito saboroso.

É aí que chegamos na ideia de terrorismo nutricional, que surgiu com a demonização dos alimentos. Esse movimento varia seu foco e teve início com a gordura, depois com o carboidrato, o açúcar e agora o glúten, a lactose e a frutose. Todo esse excesso de variedade de informações faz com que se torne cada vez mais confuso entender o que faz bem e o que faz mal.

Já pensou em correr no Costão do Santinho, em Florianópolis? Clique aqui e inscreva-se na Night Run!

E todo esse terrorismo faz com que o ato de comer se torne um comportamento potencialmente nocivo e gerador de sentimentos como culpa e punição. Esse movimento faz com que você não responda mais à fome ou a saciedade, mas sim às regras impostas pela cultura da informação, às emoções e ao seu lado crítico. É quando comer se torna algo estressante.

O terrorismo faz com que o ato de comer se torne um comportamento potencialmente nocivo Foto: Kzenon/Fotolia

O terrorismo faz com que o ato de comer se torne um comportamento potencialmente nocivo Foto: Kzenon/Fotolia

E ao estabelecermos critérios do que é bom e ruim, certo e errado e do que pode ou não pode, estamos vulneráveis a nos sentirmos culpados, dependendo das escolhas que fizermos. Enquanto formos rígidos com esses critérios, certamente estaremos passíveis de arcar com o sentimento de culpa. E essa culpa ao comer atrapalha nossa saúde física, mental e social.

Esse certamente é um dos aspectos que mais trabalho em meus cursos, atendimentos e palestras: a busca do equilíbrio na hora de se alimentar. Você precisa fazer escolhas que estão alinhadas ao seu estilo de vida e ao seu objetivo sim, mas é saudável que exceções sejam abertas para justificar as regras. Que vontades sejam saciadas. E que se busque um certo prazer a alimentação sim. É muito importante para nossa saúde conectar mente e corpo, identificar adequadamente fome e saciedade e comer sem culpa.

O excesso de informações faz com que se torne cada vez mais confuso entender o que faz bem e o que faz mal Foto: Glisic Albina/Fotolia

O excesso de informações torna mais confuso entender o que faz bem e o que faz mal Foto: Glisic Albina/Fotolia

A culpa ao comer pode inclusive aumentar o risco de você engordar: fazendo com que você coma mais rápido e em maiores quantidades sem perceber. Ainda, ela pode te fazer comer por punição, fortalecendo assim o ciclo da compulsão, gerando ainda maior estresse. Quando você come de forma consciente, com prazer e sem culpa, não se priva do que gosta, come menos ao longo do tempo e aprende a saborear aquilo que está degustando.

Portanto, encontre seu equilíbrio alimentar e seja feliz!

Elaine Lopes

Ver todos os posts

Psicóloga graduada pela Universidade Católica de Santos e especialista em Transtornos Alimentares e Obesidade, formada pela FMUSP em parceria com o Hospital das Clínicas. Possui formação em Master Practitioner em PNL e Coaching Sistêmico. Além do atendimento clínico, atualmente é sócia-proprietária e responsável pela divisão de saúde e bem-estar da Soar Desenvolvimento Humano. Idealizadora do projeto Emagreça de Dentro Para Fora, criadora da metodologia de emagrecimento que leva o mesmo nome, e que a fez emagrecer 28 quilos. Ministra o curso Viva Leve! Reprograme sua mente e emagreça e o curso online Pense Leve.