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Na Medicina do Esporte a condromalácia é uma das lesões mais frequentes que acomete os corredores, sobretudo as mulheres. O termo foi utilizado originalmente para descrever o amolecimento da cartilagem, e, portanto, inadequado para definir o diagnóstico, já que a tendência da literatura médica atual recai sobre a utilização do termo condropatia (“condro”= cartilagem, “patia”=doença), que descreve com mais precisão a doença que é caracterizada pela lesão da cartilagem.
Considerando todas as articulações do esqueleto, o joelho é a mais acometida. Existem diversas classificações para a condropatia, cada uma com diferentes graus de acometimento da cartilagem, desde as fases mais iniciais caracterizadas por um amolecimento e inchaço da articulação, até os graus mais avançados com fissuras e destruição das células da cartilagem e também erosão do osso subcondral que se situa logo abaixo da mesma.
O tratamento inicial é conservador, ou seja, não envolve procedimentos cirúrgicos, e se constitui de medicação anti-inflamatória e medidas fisioterápicas para melhora da dor (analgesia) e ganho de força muscular de membros inferiores sobretudo envolvendo os glúteos, abdutores (lateral da coxa) e extensores do joelho, pois estes músculos são fundamentais no controle do movimento exagerado da patela, considerado fator preponderante no desenvolvimento da lesão.
Após a fase de melhora da dor, deve ser realizado um programa de condicionamento físico na água, através de atividades como natação, hidroginástica, e/ou “deep running” (corrida na água), durante um período de tempo anterior ao retorno às corridas. O trabalho muscular para ganho e manutenção de força dos membros inferiores deve ser continuado, e a utilização de medicamentos com substâncias condroprotetoras, como os sulfatos de glicosamina e condroitina ou os peptídeos de colágeno, são uma medida adicional para proteger a cartilagem. Esta prática vem ganhando adeptos entre especialistas devido aos bons resultados que o uso crônico destas substâncias apresentam.
Após o retorno aos treinos e competições, a alternância dos treinos de corrida com outras atividades aeróbicas como natação, “spinning”, treinamento elíptico ou bicicleta ergométrica são uma medida excelente para poupar os joelhos e consequentemente sua cartilagem. Isso evita a piora do desgaste articular e mantém o condicionamento cardiovascular. Da mesma forma, correr em pisos mais suaves, como grama ou terra batida, é uma prática saudável para as articulações dos membros inferiores. O uso de calçados esportivos apropriados, que ofereçam uma adequada combinação de suporte e amortecimento, também é uma medida que auxilia na manutenção da saúde músculo-esquelética dos corredores.