comrades

Confira como foi o treino do Harry – Semana 47

Corridas de Rua · 27 jul, 2008

São Paulo - (me emendando...) Voltei a treinar “certinho”, com uma emenda aqui outra ali, devido às tarefas cotidianas, mas perfazendo o total de 52 quilômetros planejado.

O destaque, ou o treino mais importante, sem dúvida foi o teste de 3000m feito na quarta-feira.

Segunda – 21 de junho:
Local: Pista de atletismo
Tipo de treino: Ritmo
Treino proposto: 2X 4 X400m (1min32)
Treino efetivo: Rodagem de 10K
Total percorrido: 10Km

Terça – 22 de julho:
Local: Ibirapuera
Tipo de treino: Rodagem
Treino proposto: Rodagem 10K (5min29)
Treino efetivo: como pede a planilha
Total percorrido: 10Km

Quarta – 23 de julho:
Local: Pista
Tipo de treino: Run Wind
Treino proposto: Teste 3000m
Treino efetivo: 3000m (3:55 / 4:05 / 4:25 )
Total percorrido: 8Km

Quinta – 24 de julho:
Local: Ibirapuera
Tipo de treino: Rodagem em terreno variado
Treino proposto: Rodagem 10K - 5min29
Treino efetivo: 9Km
Total percorrido: 9Km

Sexta – 25 de julho:
Local: Off
Tipo de treino: Off
Treino proposto: Okm
Treino efetivo: Off
Total percorrido: 0Km

Sábado – 26 de julho:
Local: Ibirapuera
Tipo de treino: Ritmo
Treino proposto: 10Km (4min30s)
Treino efetivo: 10Km (44min17s)
Total percorrido: 10Km

Domingo – 27 de julho:
Local: Ibirapuera
Tipo de treino: Off
Treino proposto: 0Km
Treino efetivo: 5Km (24min27s)
Total percorrido: 5Km

Total percorrido na semana: 52Km

Saiba um pouco mais sobre o percurso da Comrades

No próximo domingo (15) acontece em Durban, África do Sul, mais uma edição da Comrades, que esse ano será disputada em formato “uphill”, ou seja, os atletas vão largar ao nível do mar e chegar na altitude de 737 metros. Eles vão passar pelas colinas conhecidas como as “Cinco Grandes” (Big Five), totalizando um percurso de 80 quilômetros, equivalente a quase duas maratonas convencionais.

A largada será no centro da cidade portuária de Durban e depois os corredores se dirigem a Pietermaritzburg, com uma subida até Berea Road, para chegar mais a cima no antigo pedágio de Tollgate*.

Após uma breve descida, uma outra subida leva os corredores ao “Corte 45” (45th Cutting), homenagem à 45ª infantaria britânica, que construiu esse corte nas rochas enquanto esteve por lá, de 1843 a 1859. A primeira das “Big Five” colinas, a Cowies Hill, próxima parada.

Cowies Hill - Acima de Durban, Cowies se encontra a aproximadamente 14 quilômetros da largada, com um grau de dificuldade moderado para escalar, com uma subida de 137 metros em um espaço de 1,5 quilômetros. Apesar de não parecer um obstáculo difícil, a parte inicial da prova é uma subida forte para uma altitude de 300 metros a cima do nível do mar.

*Pedágio de Tollgate: O Sr. Woodward e diversos homens de Summerville formaram a Companhia Summerville and Walla Walla Road e construíram um portão em uma fenda próximo à estrada entre Summerville e Elgin. Esse local ficava próximo à cabeceira do Riacho Looking Glass e foi erguido um pedágio no local para que as pessoas pudessem passar com cargas e equipamentos de uma cidade para outra.

Fields Hill - Após a descida de Cowies Hill, os corredores enfrentam uma parte plana pela antiga estrada de Pinetown. Fields Hill está a aproximadamente 22 quilômetros de Durban a uma altitude de 213 metros, com três quilômetros de extensão.

Botha's Hill - Em seguida, uma razoável área plana com algumas ondulações até a vila de Hillcrest. Depois de uma pequena descida, Botha’s Hill oferece mais um desafio, uma subida de 2,4 quilômetros. No topo dessa colina existe um posto de suporte aos atletas, com água e toda a assistência necessária. Na história da Comrades, esse ponto já deu fôlego a muitos participantes para continuar a competição.

No quilômetro sete, do topo da colina Botha em direção à metade do percurso, há um precipício com uma pequena descida, conhecido como Alverstone, onde é possível visualizar as antenas de TV e rádio à esquerda.

Ao final da área plana os corredores encontram o Muro da Honra (Wall of Honour), na parte esquerda da estrada, onde também é possível encontrar o Vale das Mil Colinas.

Um pouco mais à frente, está o Assento do Arthur (Arthur’s Seat), uma pequena fenda na parede onde diz a lenda que o pentacampeão da prova na década de 20, Arthur Newton costumava descansar durante a corrida. A lenda diz também que quem fizer oferendas ao Sr. Newton terá garantida uma boa participação na segunda metade da prova.

Inchanga -Logo após as boas vindas da marcação da metade da prova, os atletas se deparam com esse monstro. São 2,5 quilômetros de subida a 150 metros de altitude, em um estágio em que a prova parece muito mais complicada do que a parte que já passou. Em seguida, existem dois quilômetros descendentes muito bem vindos.

A rota agora segue por uma paisagem levemente plana e ondular pelas pequenas vilas de Cato Ridge e Camperdown e passando pela Escola Ethembeni para crianças deficientes, que torcem e apóiam os corredores.

Em seguida vêm as planícies Harrison, que se encontram antes da Aresta de Cato (Cato Ridge), uma planície de 2,5 quilômetros que parece infinita para as cansadas pernas dos participantes.

Aqui se localiza o ponto mais alto da corrida (870 metros) e está a 19 quilômetros da cidade de Pietermaritzburg (província de KwaZulu-Natal), conhecido como Umlaas Road.

Polly Shortts - Essa é a colina final da prova, distante 80 quilômetros de Durban e é o ponto de glória ou de quebra, mesmo para os mais experientes corredores. A escalada é de 1,8 quilômetros, com o cume a uma altitude de 737 metros. Apesar de ser 133 metros mais baixo que o ponto mais alto da prova, é um obstáculo formidável para qualquer corredor que já tenha feito um percurso duplo de maratonas convencionais.


Saiba um pouco mais sobre o percurso da Comrades

Ultra Maratona · 10 jun, 2008

No próximo domingo (15) acontece em Durban, África do Sul, mais uma edição da Comrades, que esse ano será disputada em formato “uphill”, ou seja, os atletas vão largar ao nível do mar e chegar na altitude de 737 metros. Eles vão passar pelas colinas conhecidas como as “Cinco Grandes” (Big Five), totalizando um percurso de 80 quilômetros, equivalente a quase duas maratonas convencionais.

A largada será no centro da cidade portuária de Durban e depois os corredores se dirigem a Pietermaritzburg, com uma subida até Berea Road, para chegar mais a cima no antigo pedágio de Tollgate*.

Após uma breve descida, uma outra subida leva os corredores ao “Corte 45” (45th Cutting), homenagem à 45ª infantaria britânica, que construiu esse corte nas rochas enquanto esteve por lá, de 1843 a 1859. A primeira das “Big Five” colinas, a Cowies Hill, próxima parada.

Cowies Hill - Acima de Durban, Cowies se encontra a aproximadamente 14 quilômetros da largada, com um grau de dificuldade moderado para escalar, com uma subida de 137 metros em um espaço de 1,5 quilômetros. Apesar de não parecer um obstáculo difícil, a parte inicial da prova é uma subida forte para uma altitude de 300 metros a cima do nível do mar.

*Pedágio de Tollgate: O Sr. Woodward e diversos homens de Summerville formaram a Companhia Summerville and Walla Walla Road e construíram um portão em uma fenda próximo à estrada entre Summerville e Elgin. Esse local ficava próximo à cabeceira do Riacho Looking Glass e foi erguido um pedágio no local para que as pessoas pudessem passar com cargas e equipamentos de uma cidade para outra.

Fields Hill - Após a descida de Cowies Hill, os corredores enfrentam uma parte plana pela antiga estrada de Pinetown. Fields Hill está a aproximadamente 22 quilômetros de Durban a uma altitude de 213 metros, com três quilômetros de extensão.

Botha's Hill - Em seguida, uma razoável área plana com algumas ondulações até a vila de Hillcrest. Depois de uma pequena descida, Botha’s Hill oferece mais um desafio, uma subida de 2,4 quilômetros. No topo dessa colina existe um posto de suporte aos atletas, com água e toda a assistência necessária. Na história da Comrades, esse ponto já deu fôlego a muitos participantes para continuar a competição.

No quilômetro sete, do topo da colina Botha em direção à metade do percurso, há um precipício com uma pequena descida, conhecido como Alverstone, onde é possível visualizar as antenas de TV e rádio à esquerda.

Ao final da área plana os corredores encontram o Muro da Honra (Wall of Honour), na parte esquerda da estrada, onde também é possível encontrar o Vale das Mil Colinas.

Um pouco mais à frente, está o Assento do Arthur (Arthur’s Seat), uma pequena fenda na parede onde diz a lenda que o pentacampeão da prova na década de 20, Arthur Newton costumava descansar durante a corrida. A lenda diz também que quem fizer oferendas ao Sr. Newton terá garantida uma boa participação na segunda metade da prova.

Inchanga -Logo após as boas vindas da marcação da metade da prova, os atletas se deparam com esse monstro. São 2,5 quilômetros de subida a 150 metros de altitude, em um estágio em que a prova parece muito mais complicada do que a parte que já passou. Em seguida, existem dois quilômetros descendentes muito bem vindos.

A rota agora segue por uma paisagem levemente plana e ondular pelas pequenas vilas de Cato Ridge e Camperdown e passando pela Escola Ethembeni para crianças deficientes, que torcem e apóiam os corredores.

Em seguida vêm as planícies Harrison, que se encontram antes da Aresta de Cato (Cato Ridge), uma planície de 2,5 quilômetros que parece infinita para as cansadas pernas dos participantes.

Aqui se localiza o ponto mais alto da corrida (870 metros) e está a 19 quilômetros da cidade de Pietermaritzburg (província de KwaZulu-Natal), conhecido como Umlaas Road.

Polly Shortts - Essa é a colina final da prova, distante 80 quilômetros de Durban e é o ponto de glória ou de quebra, mesmo para os mais experientes corredores. A escalada é de 1,8 quilômetros, com o cume a uma altitude de 737 metros. Apesar de ser 133 metros mais baixo que o ponto mais alto da prova, é um obstáculo formidável para qualquer corredor que já tenha feito um percurso duplo de maratonas convencionais.

Um teste no toró

Corridas de Rua · 02 maio, 2008

São Paulo - (chove chuva...) - Todo o início de mês o Wanderlei de Oliveira aplica na equipe o teste de 3000 metros que tem como objetivo verificar qual estágio em que estamos. E a partir dos resultados são elaboradas as planilhas individualizadas.

E hoje debaixo de uma baita toró não tivemos como fugir da raia e fomos para o teste depois de executar os alongamentos e um trote de aquecimento. Embora fiz um tempo razoável, vi que tenho muito que melhorar. Como nos ensina o Wanderlei: “o teste deve ser feito de forma continuo ou progressivo”, e em parte consegui atingir a meta, não fosse a quebra do primeiro para o segundo quilômetro.

Mas ainda me acho lento e nada como um dia e treino após o outro para percebemos nossos erros e melhora-los no futuro.

No final das contas o cronômetro fechou em 12min25 e as parciais foram:

  • 1000m - 4min05 – (165 FC)
  • 2000m - 4min10 – (173 FC)
  • 3000m - 4min10 – (174 FC)
  • Média: 4min08s.
E você qual sua relação com treinos de tiros ou ritmo? Deixe seu comentário!

Dores onde estão vocês?

Corridas de Rua · 21 abr, 2008

São Paulo - (xô analgésico...) - Estou impressionado com o meu day after após ter concluído a Maratona de Santa Catarina, ontem na cidade de Florianópolis. Simplesmente me sinto novo, sem qualquer tipo de dor, o que me possibilitou correr hoje 5 quilômetros para aliviar os efeitos do leg jet.

Acredito que tal fato deva-se a dois motivos. Primeiro evidentemente, o treinamento que venho seguindo desde meados de fevereiro e que é ministrado pelo meu técnico Wanderlei de Oliveira.

Em segundo lugar por correr em um ritmo extremamente confortável para meus padrões de performance. Fechei a maratona com tempo líquido de 3:47:50 (média de 5min23s por quilômetro) o que me permitiu tagarelar – literalmente - a prova inteira no ouvido do meu brother André Azor.

Sobre correr aquém das possibilidades, sempre vinha a minha mente durante a competição um dos ensinamentos do meu técnico: “O que impede de se concluir uma maratona não é a distância e sim o ritmo que você imprime”, em outras palavras poderia dizer que é como a boa e velha frase: “devagar e sempre!”

Não poderia deixar de agradecer algumas pessoas que me ajudaram nesta caminhada: a Bruna por simplesmente existir em minha vida, a Bia por fazer a paixão retornar ao meu coração, a Jacke por sua inspiração, ao André e Gigi pela amizade, e ao Wanderlei e Mônica pelos ensinamentos que me transmitiram e puxões de orelha que deram quando precisei levar!

Dominando a danada

Corridas de Rua · 09 mar, 2008

Escutar alguém falar que subiu sem dificuldades a famosa Subida da Biologia da Usp – com “s” maiúsculo mesmo – desconfie, e se falar que subiu duas vezes, fique com um pé atrás, porque é uma senhora subida sinuosa com cerca de um quilômetro e bem íngreme.

Fácil não foi, mas ontem consegui dominar a danada. Depois do meu quarto treino semi-longo consecutivo de 20K (que são feitos aos sábados), pela primeira vez consegui fazer a segunda "escalada” (são duas voltas de 10K) sem sofregüidão e onde fico a um passo, literalmente, de andar.

O legal disto tudo para mim, é que além de fazer a segunda subida sem sofrer, o fiz com tempo progressivo, ou seja, a segunda parte mais rápida que a primeira.

Reflexo claro que meu treinamento está sendo bem dirigido, o que é um bom sinal, já que fechei minha terceira semana de treino sob planilha, que acumula agora 230 quilômetros.

Aos treinos porque muitas subidas ainda virão!

Correr dos 9 aos 90 quilômetros

Corridas de Rua · 15 fev, 2008

Batendo olho no calendário vejo que faltam exatamente 120 dias para a disputa da 83ª edição da mais famosa ultramaratona do mundo, a Comrades Marathon, que acontece na África do Sul.

Mas, mais do que desafiar o percurso de 89 quilômetros, seus mais de 12 mil participantes – que na maioria concluem o percurso – desafiam seus próprios limites. Com certeza ser ultramaratonista é entrar em num patamar mais elevado no universo da corrida.

Acabo de correr nove quilômetros e fico me perguntando qual deve ser a sensação de correr quase 90? Dor, cansaço, persistência, alegria, tristeza, garra, choro, sorriso, quase todos sentimentos devem se aflorar durante essa longa corrida. Ao atravessar a linha de chegada, certamente o corredor não será a mesma pessoa que iniciou o desafio.

Está aí uma prova que ainda vou participar!

Paulo de Almeida se impressiona com a Comrades

Paulo de Almeida, atleta amputado de uma perna, participou da Comrades, tradicional competição de 90 quilômetros pelas montanhas da África do Sul e diz que ficou impressionado com o nível de dificuldade. “É uma prova que eu não aconselho ninguém a fazer, pois abusa muito do corpo”, ressalta. Ele competiu de igual para igual com os atletas não deficientes, já que o evento não possui categoria especial e se tornou o primeiro atleta deficiente a completar a prova.

São Paulo - Os problemas começaram já no dia anterior à prova, pois a ansiedade era tanta que ele e seu colega de quarto não conseguiam pregar o olho, apenas ficavam pensando no desafio do dia seguinte. “Nós ficávamos rindo e dizendo que ‘o bicho ia pegar’. Tomamos chá de erva cidreira, dramin (medicamento contra enjôo que provoca sonolência), mas não conseguíamos dormir”.

Mesmo após ter passado a noite em claro e acordado à 1h para tomar o café da manhã do hotel e se dirigir para o local da prova, ele competiu relativamente descansado. Isso porque ele chegou à África com cinco dias de antecedência, os quais aproveitou para dormir quase o dia inteiro.

A prova - A largada da prova foi às 5h30 (hora local) sob uma temperatura de 3ºC, clima que segundo Paulo engana muitos corredores, que imaginavam que o sol já estaria quente e não se agasalhavam direito. Em anos pares a prova acontece com predominância de descidas, em anos ímpares de subidas, mas não foi bem isso que o paraatleta enfrentou.

“Tive muita dificuldade nas subidas longas, onde tive que caminhar. A cada 30 quilômetros, quando a prótese começava a machucar o toco do meu joelho, eu trocava por uma de sistema diferente”. Porém, durante uma dessas trocas o carro de apoio não conseguiu chegar até onde ele estava e, preocupado, ele começou a perguntar para os outros brasileiros se sabiam do paradeiro de seu staff de apoio. “De repente uma pessoa da organização disse que o carro estava a uns oito quilômetros à frente e eu tive que agüentar um pouco mais”, conta.

Depois do susto com a prótese o corredor que tem o apoio da ADD (Associação Desportiva para Deficientes) se deparou com mais um obstáculo: os saquinhos de água no chão. “A organização distribui a água em saquinhos plásticos e eu escorreguei em um desses, caí e meu joelho começou a sangrar”, lembra. “Eu não conseguia entender o que os médicos diziam e depois que fui atendido saí correndo e as pessoas me mandavam esperar”. Com essa parada ele perdeu cerca de 30 minutos e, de acordo com o regulamento os atletas tem no máximo 12 horas para completar o percurso.

Paulo já correu 28 maratonas e participou de diversas ultramaratonas fora do país, mas a competição africana ficará para sempre na memória dele. “É fácil fazer uma ultra de 24 horas, pois podemos parar, comer, fazer massagem e ganha quem fizer mais quilometragem. Na Comrades corre-se contra o relógio e a organização é bem rigorosa”. A chegada da competição acontece dentro de um estádio, mas segundo ele, entrar no local não significa completar.

“É necessário passar embaixo do relógio que fica a uns 300 metros da entrada do estádio. Acho que ficam com a mão na tomada e desligam na hora em que marca 12 horas”, brinca. Para ele foi muito triste ver as pessoas dentro do estádio não conseguirem a medalha. “Teve um brasileiro que desistiu faltando cinco minutos”.

Paulo de Almeida já havia competido a Comrades em 2001, ocasião em que ele tinha como objetivo fazer um bom tempo, ao contrário desse ano em que ele pretendia apenas terminar dentro das 12 horas. “Quando cheguei no quilômetro 82, que foi onde parei da outra vez, vi que ainda faltavam duas horas e me deu uma felicidade muito grande. Eu sabia que ia terminar e comecei a chorar muito”.

Treinamento - Para conseguir o feito de completar a prova com a prótese, ele se dedicou seis meses ao treinamento, fez longões na Rodovia dos Bandeirantes, em São Paulo, competiu nas montanhas da Califórnia, mas mesmo assim sofreu muito. “Competi, pois eu estava devendo para mim mesmo, eu estava preparado para parar caso meu corpo não agüentasse, mas não sei se todos tem essa consciência. Eu vi muitas cenas que me abalaram. Fazer só por fazer, só para dizer que correu 90 km, não aconselho”, ressalta emocionado.

Como dessa vez ele se concentrou em competir segurando o ritmo, pôde acompanhar melhor as cenas ao seu redor, muitas das quais o deixaram um tanto quanto surpreso. “Vi pessoas caírem na minha frente, levantarem e correrem de novo e outros que estavam passando mal, mas continuavam a correr. Eu não sabia que o esporte tinha isso”, comenta. “Fora isso a prova é bem organizada, com boa estrutura de médicos, água e massagens. Já fiz várias provas internacionais, como Chicago e Nova York, mas a Comrades ganha em organização”.

Apesar de todos os choques e problemas, ele teve a felicidade de completar e cruzou a linha de chegada após 10h57min03 com a prótese na mão e pulando com um pé só. “Antes da prova brinquei com um amigo que ia correr num pé só, então tirei a prótese perto da chegada e ficava mostrando para a torcida”. Para ressaltar ainda mais a conquista, ele já mandou fazer um quadro com a medalha. “Ela é do tamanho de uma moeda de 50 centavos e representa para mim o ouro na paraolimpíada”.

Um dos fatores que o ajudou a enfrentar as adversidades e chegar inteiro ao final foi a torcida, que durante todo o trajeto o incentivou. “Para eles corrida é igual a futebol para nós, eles adoram. Quando viam que eu era brasileiro eles vibravam ainda mais”, lembra.

Apesar de ficar contente por ter completado sem grandes incidentes, ele se diz triste pelo que viu acontecer com alguns amigos. “Ainda estou abalado pelo que aconteceu com algumas pessoas”. Esse ano os organizadores anunciaram duas mortes durante a competição, uma do estreante sul africano de 34 anos Michael Gordon e outra do americano Willem Malapi, que já havia completado 14 Comrades.

“Essa é uma prova desumana, é colocar a vida em risco. Acho que fazer maratonas já é o máximo para o corpo do Homem”, alerta o paraatleta treinado pelo professor Branca. “Acho que não sou um bom marketing para essa prova”, brinca. “As pessoas devem competir sabendo dos riscos”, completa.

Após um período de descanso ele fará uma meia maratona em San Diego, Califórnia (EUA), depois fará o Meio Ironman da cidade em 28 de outubro, além da maratona de Nova York dia quatro de novembro. “Ano que vem quero fazer o Ironman de Florianópolis (SC), que é um sonho que tenho e é uma prova que falta no meu currículo”.


Paulo de Almeida se impressiona com a Comrades

Ultra Maratona · 02 jul, 2007

Paulo de Almeida, atleta amputado de uma perna, participou da Comrades, tradicional competição de 90 quilômetros pelas montanhas da África do Sul e diz que ficou impressionado com o nível de dificuldade. “É uma prova que eu não aconselho ninguém a fazer, pois abusa muito do corpo”, ressalta. Ele competiu de igual para igual com os atletas não deficientes, já que o evento não possui categoria especial e se tornou o primeiro atleta deficiente a completar a prova.

São Paulo - Os problemas começaram já no dia anterior à prova, pois a ansiedade era tanta que ele e seu colega de quarto não conseguiam pregar o olho, apenas ficavam pensando no desafio do dia seguinte. “Nós ficávamos rindo e dizendo que ‘o bicho ia pegar’. Tomamos chá de erva cidreira, dramin (medicamento contra enjôo que provoca sonolência), mas não conseguíamos dormir”.

Mesmo após ter passado a noite em claro e acordado à 1h para tomar o café da manhã do hotel e se dirigir para o local da prova, ele competiu relativamente descansado. Isso porque ele chegou à África com cinco dias de antecedência, os quais aproveitou para dormir quase o dia inteiro.

A prova - A largada da prova foi às 5h30 (hora local) sob uma temperatura de 3ºC, clima que segundo Paulo engana muitos corredores, que imaginavam que o sol já estaria quente e não se agasalhavam direito. Em anos pares a prova acontece com predominância de descidas, em anos ímpares de subidas, mas não foi bem isso que o paraatleta enfrentou.

“Tive muita dificuldade nas subidas longas, onde tive que caminhar. A cada 30 quilômetros, quando a prótese começava a machucar o toco do meu joelho, eu trocava por uma de sistema diferente”. Porém, durante uma dessas trocas o carro de apoio não conseguiu chegar até onde ele estava e, preocupado, ele começou a perguntar para os outros brasileiros se sabiam do paradeiro de seu staff de apoio. “De repente uma pessoa da organização disse que o carro estava a uns oito quilômetros à frente e eu tive que agüentar um pouco mais”, conta.

Depois do susto com a prótese o corredor que tem o apoio da ADD (Associação Desportiva para Deficientes) se deparou com mais um obstáculo: os saquinhos de água no chão. “A organização distribui a água em saquinhos plásticos e eu escorreguei em um desses, caí e meu joelho começou a sangrar”, lembra. “Eu não conseguia entender o que os médicos diziam e depois que fui atendido saí correndo e as pessoas me mandavam esperar”. Com essa parada ele perdeu cerca de 30 minutos e, de acordo com o regulamento os atletas tem no máximo 12 horas para completar o percurso.

Paulo já correu 28 maratonas e participou de diversas ultramaratonas fora do país, mas a competição africana ficará para sempre na memória dele. “É fácil fazer uma ultra de 24 horas, pois podemos parar, comer, fazer massagem e ganha quem fizer mais quilometragem. Na Comrades corre-se contra o relógio e a organização é bem rigorosa”. A chegada da competição acontece dentro de um estádio, mas segundo ele, entrar no local não significa completar.

“É necessário passar embaixo do relógio que fica a uns 300 metros da entrada do estádio. Acho que ficam com a mão na tomada e desligam na hora em que marca 12 horas”, brinca. Para ele foi muito triste ver as pessoas dentro do estádio não conseguirem a medalha. “Teve um brasileiro que desistiu faltando cinco minutos”.

Paulo de Almeida já havia competido a Comrades em 2001, ocasião em que ele tinha como objetivo fazer um bom tempo, ao contrário desse ano em que ele pretendia apenas terminar dentro das 12 horas. “Quando cheguei no quilômetro 82, que foi onde parei da outra vez, vi que ainda faltavam duas horas e me deu uma felicidade muito grande. Eu sabia que ia terminar e comecei a chorar muito”.

Treinamento - Para conseguir o feito de completar a prova com a prótese, ele se dedicou seis meses ao treinamento, fez longões na Rodovia dos Bandeirantes, em São Paulo, competiu nas montanhas da Califórnia, mas mesmo assim sofreu muito. “Competi, pois eu estava devendo para mim mesmo, eu estava preparado para parar caso meu corpo não agüentasse, mas não sei se todos tem essa consciência. Eu vi muitas cenas que me abalaram. Fazer só por fazer, só para dizer que correu 90 km, não aconselho”, ressalta emocionado.

Como dessa vez ele se concentrou em competir segurando o ritmo, pôde acompanhar melhor as cenas ao seu redor, muitas das quais o deixaram um tanto quanto surpreso. “Vi pessoas caírem na minha frente, levantarem e correrem de novo e outros que estavam passando mal, mas continuavam a correr. Eu não sabia que o esporte tinha isso”, comenta. “Fora isso a prova é bem organizada, com boa estrutura de médicos, água e massagens. Já fiz várias provas internacionais, como Chicago e Nova York, mas a Comrades ganha em organização”.

Apesar de todos os choques e problemas, ele teve a felicidade de completar e cruzou a linha de chegada após 10h57min03 com a prótese na mão e pulando com um pé só. “Antes da prova brinquei com um amigo que ia correr num pé só, então tirei a prótese perto da chegada e ficava mostrando para a torcida”. Para ressaltar ainda mais a conquista, ele já mandou fazer um quadro com a medalha. “Ela é do tamanho de uma moeda de 50 centavos e representa para mim o ouro na paraolimpíada”.

Um dos fatores que o ajudou a enfrentar as adversidades e chegar inteiro ao final foi a torcida, que durante todo o trajeto o incentivou. “Para eles corrida é igual a futebol para nós, eles adoram. Quando viam que eu era brasileiro eles vibravam ainda mais”, lembra.

Apesar de ficar contente por ter completado sem grandes incidentes, ele se diz triste pelo que viu acontecer com alguns amigos. “Ainda estou abalado pelo que aconteceu com algumas pessoas”. Esse ano os organizadores anunciaram duas mortes durante a competição, uma do estreante sul africano de 34 anos Michael Gordon e outra do americano Willem Malapi, que já havia completado 14 Comrades.

“Essa é uma prova desumana, é colocar a vida em risco. Acho que fazer maratonas já é o máximo para o corpo do Homem”, alerta o paraatleta treinado pelo professor Branca. “Acho que não sou um bom marketing para essa prova”, brinca. “As pessoas devem competir sabendo dos riscos”, completa.

Após um período de descanso ele fará uma meia maratona em San Diego, Califórnia (EUA), depois fará o Meio Ironman da cidade em 28 de outubro, além da maratona de Nova York dia quatro de novembro. “Ano que vem quero fazer o Ironman de Florianópolis (SC), que é um sonho que tenho e é uma prova que falta no meu currículo”.

Paulo Almeida comenta Comrades para amputados

O brasileiro Paulo de Almeida será o único atleta amputado a participar da Comrades, ultramaratona que acontece no dia 17 de junho nas montanhas da África do Sul. Seu objetivo é ser o primeiro deficiente da categoria a completar a prova. “Estou indo para competir com pessoas não deficientes, pois não existe inscrição para paraolímpicos. Não sei o que me espera, é tudo novidade”, conta.

Ele voltou recentemente da Califórnia, onde venceu o X Terra local após um período de treinamentos nas montanhas como forma de preparação. “Serei o único amputado do mundo a fazer essa prova, então sou muito cobrado. É uma responsabilidade ir lá e dar conta do recado, pois tenho que completar em 12 horas para levar a medalha”, ressalta.

Em anos pares a prova é disputada em subidas e nos anos ímpares em descidas. “Apesar de ser descida, minha prótese não tem calcanhar, então tenho que segurar todo o impacto na outra perna. Machuca um pouco o coto, fica em carne viva, mas o que manda é o psicológico, quero terminar, quero competir de igual para igual”.

Além do limite - Depois de fazer diversas ultramaratonas com duração de 24 horas e participar de 28 maratonas em 10 anos, ele diz que faltava testar ainda mais o limite e essa competição seria uma ótima oportunidade. “Quando eu tinha as duas pernas eu não sabia qual era o meu limite”.

Com participação em diversas provas internacionais, como a Maratona de Nova York, Chicago e alguns triathlons, ele também compete no Brasil, mas afirma que o reconhecimento no exterior é muito maior. “Lá fora você tem a sua categoria, a sua premiação e se destaca mais. No Brasil eles não sabem que uma prótese custa entre 10 e 12 mil dólares”. Para que sua participação nas provas seja possível, ele conta com o apoio da ADD, Associação Desportiva para Deficientes, mas está sempre atrás de novos patrocinadores.

No próximo domingo (3) ele participará da Maratona de São Paulo também como forma de treinamento, já que o percurso mescla subidas e descidas, e pode conquistar sua sétima vitória. “A nossa preocupação não é com o tempo em que ele vai terminar. O importante é fazer uma boa prova, sem muito desgaste e terminar sem lesões”, ressalta Mário Mello, técnico de atletismo da ADD.

A Comrades terá largada na capital da província de Kawazulu, em Pietermaritzburg e chegará até a cidade costeira de Durban, na África do Sul. Ao todo serão 90 km de competição.


Paulo Almeida comenta Comrades para amputados

Ultra Maratona · 30 maio, 2007

O brasileiro Paulo de Almeida será o único atleta amputado a participar da Comrades, ultramaratona que acontece no dia 17 de junho nas montanhas da África do Sul. Seu objetivo é ser o primeiro deficiente da categoria a completar a prova. “Estou indo para competir com pessoas não deficientes, pois não existe inscrição para paraolímpicos. Não sei o que me espera, é tudo novidade”, conta.

Ele voltou recentemente da Califórnia, onde venceu o X Terra local após um período de treinamentos nas montanhas como forma de preparação. “Serei o único amputado do mundo a fazer essa prova, então sou muito cobrado. É uma responsabilidade ir lá e dar conta do recado, pois tenho que completar em 12 horas para levar a medalha”, ressalta.

Em anos pares a prova é disputada em subidas e nos anos ímpares em descidas. “Apesar de ser descida, minha prótese não tem calcanhar, então tenho que segurar todo o impacto na outra perna. Machuca um pouco o coto, fica em carne viva, mas o que manda é o psicológico, quero terminar, quero competir de igual para igual”.

Além do limite - Depois de fazer diversas ultramaratonas com duração de 24 horas e participar de 28 maratonas em 10 anos, ele diz que faltava testar ainda mais o limite e essa competição seria uma ótima oportunidade. “Quando eu tinha as duas pernas eu não sabia qual era o meu limite”.

Com participação em diversas provas internacionais, como a Maratona de Nova York, Chicago e alguns triathlons, ele também compete no Brasil, mas afirma que o reconhecimento no exterior é muito maior. “Lá fora você tem a sua categoria, a sua premiação e se destaca mais. No Brasil eles não sabem que uma prótese custa entre 10 e 12 mil dólares”. Para que sua participação nas provas seja possível, ele conta com o apoio da ADD, Associação Desportiva para Deficientes, mas está sempre atrás de novos patrocinadores.

No próximo domingo (3) ele participará da Maratona de São Paulo também como forma de treinamento, já que o percurso mescla subidas e descidas, e pode conquistar sua sétima vitória. “A nossa preocupação não é com o tempo em que ele vai terminar. O importante é fazer uma boa prova, sem muito desgaste e terminar sem lesões”, ressalta Mário Mello, técnico de atletismo da ADD.

A Comrades terá largada na capital da província de Kawazulu, em Pietermaritzburg e chegará até a cidade costeira de Durban, na África do Sul. Ao todo serão 90 km de competição.

Maratonista deficiente participa da Comrades

Paulo de Almeida será o único deficiente físico do mundo amputado com prótese que correrá a edição desse ano da Comrades Marathon, no dia 17 de junho. A prova é disputada nas montanhas da África e terá largada da capital da província de Kawazulu, em Pietermaritzburg e chegará até a cidade costeira de Durban, na África do Sul.

Em anos pares a disputa é no sentido do nível do mar para a altitude e em anos ímpares ocorre o inverso. Paulo enfrentará as descidas da região num percurso que soma 90 quilômetros e se diz confiante após os treinos realizados. “A prova representa mais de duas maratonas no mesmo dia. É um desafio pra mim, pois não existe uma categoria que separa as pessoas com deficiência das pessoas sem deficiência”.

Até hoje nenhum deficiente que participou da prova, chegou ao final e esse é mais um fato que motiva o paraatleta. “Pretendo vencer e terminar a maratona em menos de 10 horas”. Semana passada ele participou de um treino de 70 quilômetros em São Paulo, com duração de sete horas, temperatura média de 35ºC, chuvas em diversos pontos e avalia o resultado como bom.

“Terminei o treino no mesmo tempo que meus colegas sem deficiência. Além de todo meu preparo, isso se deve também à qualidade das próteses que temos atualmente no mercado”, comenta. Segundo ele, hoje em dia os deficientes conseguem fazer as mesmas coisas que as pessoas comuns. “A tecnologia empregada nos equipamentos que nós utilizamos é de ultima geração”, completa.

Ele embarcará no dia 12 de junho, mas antes ainda fará treinos especiais de 60 e 50 quilômetros, além de treinamentos diários que incluem condicionamento físico, auxílio psicológico e nutricional.

Após um acidente de trabalho, Paulo de Almeida teve a perna amputada abaixo do joelho, mas em vez de desanimar, encontrou no esporte um novo estilo de vida. Sob recomendação médica, ele começou a correr e se deparou com uma nova realidade. Em 1999 começou a treinar como atleta da ADD (Associação Desportiva para Deficientes) e já alcançou diversas vitórias.

Ele é campeão em sua categoria das seguintes provas: Maratona de Nova Iorque (2000, 2001, 2002 e 2005); campeão da Maratona de Chicago (2005); bicampeão da Maratona de São Paulo (2000, 2001) e vice campeão do Triathlon Internacional de Santos (2002).

A ADD está buscando empresas patrocinadoras que ajudem a viabilizar a participação dele na Comrades. Os interessados devem entrar em contato com Eliane Miada, diretora de gestão da entidade, pelo telefone (11) 5052 9944.

Além de apoiar Paulo, a instituição sem fins lucrativos promove o desenvolvimento da pessoa com deficiência por meio do esporte, educação e cursos de capacitação. Ela atende hoje em dia 2,8 mil deficientes em diversas modalidades esportivas, além de oferecer cursos para os alunos e seus familiares, com apoio da iniciativa privada.


Maratonista deficiente participa da Comrades

Ultra Maratona · 14 maio, 2007

Paulo de Almeida será o único deficiente físico do mundo amputado com prótese que correrá a edição desse ano da Comrades Marathon, no dia 17 de junho. A prova é disputada nas montanhas da África e terá largada da capital da província de Kawazulu, em Pietermaritzburg e chegará até a cidade costeira de Durban, na África do Sul.

Em anos pares a disputa é no sentido do nível do mar para a altitude e em anos ímpares ocorre o inverso. Paulo enfrentará as descidas da região num percurso que soma 90 quilômetros e se diz confiante após os treinos realizados. “A prova representa mais de duas maratonas no mesmo dia. É um desafio pra mim, pois não existe uma categoria que separa as pessoas com deficiência das pessoas sem deficiência”.

Até hoje nenhum deficiente que participou da prova, chegou ao final e esse é mais um fato que motiva o paraatleta. “Pretendo vencer e terminar a maratona em menos de 10 horas”. Semana passada ele participou de um treino de 70 quilômetros em São Paulo, com duração de sete horas, temperatura média de 35ºC, chuvas em diversos pontos e avalia o resultado como bom.

“Terminei o treino no mesmo tempo que meus colegas sem deficiência. Além de todo meu preparo, isso se deve também à qualidade das próteses que temos atualmente no mercado”, comenta. Segundo ele, hoje em dia os deficientes conseguem fazer as mesmas coisas que as pessoas comuns. “A tecnologia empregada nos equipamentos que nós utilizamos é de ultima geração”, completa.

Ele embarcará no dia 12 de junho, mas antes ainda fará treinos especiais de 60 e 50 quilômetros, além de treinamentos diários que incluem condicionamento físico, auxílio psicológico e nutricional.

Após um acidente de trabalho, Paulo de Almeida teve a perna amputada abaixo do joelho, mas em vez de desanimar, encontrou no esporte um novo estilo de vida. Sob recomendação médica, ele começou a correr e se deparou com uma nova realidade. Em 1999 começou a treinar como atleta da ADD (Associação Desportiva para Deficientes) e já alcançou diversas vitórias.

Ele é campeão em sua categoria das seguintes provas: Maratona de Nova Iorque (2000, 2001, 2002 e 2005); campeão da Maratona de Chicago (2005); bicampeão da Maratona de São Paulo (2000, 2001) e vice campeão do Triathlon Internacional de Santos (2002).

A ADD está buscando empresas patrocinadoras que ajudem a viabilizar a participação dele na Comrades. Os interessados devem entrar em contato com Eliane Miada, diretora de gestão da entidade, pelo telefone (11) 5052 9944.

Além de apoiar Paulo, a instituição sem fins lucrativos promove o desenvolvimento da pessoa com deficiência por meio do esporte, educação e cursos de capacitação. Ela atende hoje em dia 2,8 mil deficientes em diversas modalidades esportivas, além de oferecer cursos para os alunos e seus familiares, com apoio da iniciativa privada.

Hall of Fame é meta de brasileiro

Ultra Maratona · 22 jun, 2005

Somente 18 dias após estrear na modalidade ironman com o tempo de 11h34min, o brasileiro Nato Amaral (Branca Esportes) competiu na Comrades Marathon, que é disputada na África do Sul no feriado nacional de 16 de junho, na distância de 89 quilômetros.

Agora, Nato tem quatro participações bem sucedidas na Comrades, igualando-se assim, a Marcio Milan (primeiro brasileiro a completar a prova no ano de 1997). Empatados cada qual com quatro medalhas, ambos, podem ter uma sadia disputa particular. A disputa em questão é entrar para o Hall of Fame, honra garantida a atletas que completarem (no tempo-limite de 12 horas) a difícil prova por 10 oportunidades.

“Fazer parte deste clube significa respeito e reconhecimento”, sintetiza Nato, que já correu a prova nos dois sentidos, “up e down hill”. O atleta sabe que não é fácil. “Dificuldades temos que enfrentar e superar do inicio ao fim desta prova para vencer os 89Km dentro do tempo limite de 12 horas e conquistar a tão respeitada medalha”, disse o atleta que tem como meta integrar o Hall of Fame.