Praticar uma atividade física no inverno apresenta um desafio duplo. O primeiro é manter a motivação nos dias frios e seguir a rotina de exercícios físicos com disciplina, sem perder ritmo e propósito. Já o segundo é o de prevenir lesões, que com a queda das temperaturas, tem maior chance de ocorrer. Especialistas esclarecem, no entanto, que esse aumento não se deve exclusivamente ao clima, mas a uma combinação de fatores como ambiente, vestuário, características físicas, estado de saúde, idade e intensidade do exercício.

Segundo o médico ortopedista do Pilar Hospital, Roberto Tauchman,  é possível praticar atividades física no inverno prevenindo e diminuindo o risco das lesões, desde que tomadas as devidas precauções. “A primeira medida é avaliar as condições climáticas, como temperatura, chuva, vento e umidade. É crucial ajustar a intensidade e a duração da atividade física conforme essas variáveis. Além disso, é importante considerar a experiência e a preparação física e mental do praticante antes de iniciar a atividade”, explicou o médico.

Outro fator importante para prevenção e, de certa forma, um gerenciamento dos riscos de se machucar, está naquilo que se come. O ortopedista esclarece que uma boa alimentação e hidratação é fundamental, já que o gasto calórico aumenta com a necessidade de manter a temperatura corporal. E não é só isso. “Usar roupas apropriadas que proporcionem cobertura e proteção contra o frio é crucial para a prática de atividades ao ar livre. Além disso, um bom descanso e uma noite de sono adequada são vitais para a recuperação muscular e a diminuição do risco de lesões”, orientou.

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Principais lesões

Roberto Tauchman  explica que as principais lesões associadas ao inverno incluem hipotermia, queimaduras e urticárias na pele, problemas pulmonares e cardíacos como broncoespasmo e angina, e lesões musculares como distensões e rupturas. “A maioria dessas lesões pode ser tratada clinicamente, sem necessidade de intervenções cirúrgicas. Apenas casos mais graves ou lesões específicas podem necessitar de tratamento cirúrgico”, avaliou.

Atente aos sinais

Nos dias mais de temperaturas extremas, tantos os mais quentes, quanto os mais frios, é importante estar atento aos sinais do corpo. “Tremores indicam o início de hipotermia, enquanto a falta de ar pode ser um sinal de broncoconstrição induzida pelo frio. Dor no peito pode sinalizar uma sobrecarga no coração, especialmente em pessoas predispostas a problemas cardíacos, enquanto dores no corpo podem ser um indício de lesões musculares”, finalizou Tauchman.