Quem é que nunca acabou olhando a grama do vizinho, não é mesmo? É natural do ser humano, e totalmente presente em nossas vidas.
Mas é saudável?
Muitas vezes estamos comparando o palco do outro, com os nossos bastidores. É aí que mora o principal gatilho da frustração.
A gente não sabe o que o outro está fazendo, ou tampouco leva em relação a realidade do outro – que é totalmente diferente da nossa – na hora de fazer comparações tão injustas com nós mesmas. Ainda mais quando falamos entre as mulheres, que essa comparação se multiplica quando colocamos casa, família, segurança e sim, nossos corpos.
Não tem um dia que a gente abra as redes sociais e não tenha lá algo para nos compararmos, ou fatos que nos geram gatilho – a exemplo a história do Rodriguinho falando do corpo da Yasmin no BBB. Oi? Por mais absurdo que isso seja, infelizmente, acontece com todas nós, diariamente.
No nosso mundo da corrida, sabemos que tem muitos fiscais da vida alheia, sem uma louça para lavar, fuxicando treinos e resultados dos coleguinhas.
Mas precisamos usar esse chicote com nós mesmas? É cruel quando nos comparamos a algo totalmente diferente da nossa realidade. Sempre podemos nos inspirar, definir metas e caminhos para algo que queremos, mas essa comparação alucinada com os outros só nos traz crises de ansiedade, rugas e cabelos brancos.
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Com certeza alguém vem me dizer: “Não me comparo com os outros, só comigo mesma”. Ótimo e péssimo ao mesmo tempo.
Para quem está começando no esporte, sensacional. Realmente essas pessoas devem estar na curva crescente de conquistas, mudança de estilo de vida, etc. O que é uma delícia!
Porém, para quem já está há mais tempo no esporte, provavelmente já passou dessa curva. Possivelmente já teve seus altos e baixos, “n” contextos de vida diferentes e talvez se comparar com o passado, também seja cruel. Talvez as responsabilidades tenham aumentado, seu tempo tenha ficado mais restrito, o corpo já não responda ou se recupere da mesma forma, ou você apenas mudou suas prioridades.
Anos atrás eu cheguei a fazer uma ultramaratona de 75k. Fazia muito sentido na época para mim. Mas era uma vontade específica de um local específico e lembro que depois ficavam sempre me perguntando quando seria a próxima. Eu passei meses tentando entender comigo mesma se aquilo fazia sentido. E não fazia, por mais incrível que tenha sido a experiência. Quem sabe um dia, eu volte a fazer (mas acho que não, rs).
Não nego que eu também tenho vontades e comparações com meu “eu do passado”. Voltar a fazer x km em x minutos, voltar a pesar x. Acho que sempre teremos essas pulguinhas atrás da orelha. Mas precisamos tornar isso mais leve. Não dá para deixar isso nos guiar o tempo todo, pois, certamente, é a receita para a ansiedade e frustração.
E sabem o que é mais legal? Quando a gente “libera” nossa história, paramos de viver no passado e abrimos o caminho para que novas histórias sejam construídas, e quem sabe até melhores que nossas antigas referências.
Abram a cabeça e vivam mais leves. A vida é agora. 🙂