Exercícios físicos regulares reduzem dor da endometriose, aponta estudo

Redação Webrun | Mulheres · 09 abr, 2025

Um estudo conduzido pela Universidade do Cairo, no Egito, aponta que a prática regular de exercícios físicos pode aliviar significativamente os sintomas da endometriose, uma condição inflamatória crônica que afeta milhões de mulheres em idade reprodutiva. 

Publicada no Journal of Physical Therapy Science, a pesquisa demonstra que atividades como alongamentos, correções posturais, respiração diafragmática e caminhadas leves ajudam a reduzir a dor e melhorar a postura das pacientes.

Exercícios físicos regulares reduzem dor da endometriose, aponta estudo
Young woman suffering from menstrual cramps at home. Gynecology

“A liberação de endorfinas atua como um analgésico natural, ajudando a reduzir o desconforto pélvico e muscular das pacientes com endometriose. Além disso, a correção postural e os alongamentos aliviam tensões musculares e aumentam a liberdade de movimento, melhorando a mobilidade”, explicou Marcos Maia, médico ginecologista especialista em endometriose e dor crônica feminina.

Ele acrescenta que exercícios aeróbicos, como caminhada e natação, também auxiliam no equilíbrio do ciclo circadiano, reduzindo a fadiga e melhorando a qualidade do sono. “Outro ponto importante é o impacto positivo no bem-estar emocional, pois a prática de atividades físicas regulares também contribuem para o alívio da ansiedade e da depressão”, finalizou.

Vale lembrar que a endometriose pode aumentar o risco de doenças cardiovasculares e metabólicas, e a prática regular de exercícios físicos ajuda na prevenção dessas condições também, de acordo com o médico.

Acompanhamento médico é indispensável

Marcos Maia concorda que os resultados do estudo reforçam que exercícios físicos regulares podem ser um complemento eficaz ao tratamento da endometriose, mas é fundamental acompanhamento médico.

““Trata-se de uma condição ginecológica na qual o tecido que normalmente reveste a parte de dentro do útero, chamado endométrio, cresce fora do útero, principalmente na região pélvica das mulheres em órgãos como os ovários, bexiga e intestino que não tem cura, mas sim tratamento para controle”, explicou o médico.

Os tratamentos podem incluir desde medicamentos para aliviar a dor até intervenções cirúrgicas minimamente invasivas para remover a doença, ou uma combinação de ambos. Os principais objetivos são proporcionar alívio da dor, viabilizar a gravidez para mulheres que assim o desejam e evitar a recorrência da doença. 

“Há indicação para dois tipos principais de tratamento: o clínico, que visa inibir a ação do estrogênio, hormônio responsável pela proliferação celular que estimula o crescimento das células endometriais. E o tratamento cirúrgico, que pode ser feito com a ressecção das partes afetadas por laparoscopia ou robótica, que é realizada com precisão para minimizar danos aos tecidos”, explicou o especialista

O estudo e seus resultados

A pesquisa da Universidade do Cairo envolveu 20 mulheres com endometriose leve a moderada, com idades entre 26 e 32 anos. Durante oito semanas, as participantes realizaram sessões de exercícios supervisionados três vezes por semana. Os resultados demonstraram que a dor das pacientes, medida em uma escala de intensidade, caiu de um nível 4 (muito intensa) para 1 (leve). Além disso, houve uma melhora na postura, com a redução do ângulo de cifose torácica em 3,5 graus.

Os pesquisadores atribuem esses benefícios à redução da inflamação, ao aumento da circulação sanguínea e ao relaxamento muscular proporcionados pelos exercícios. Outro fator relevante é a liberação de neurotransmissores como a serotonina, que melhora o humor e reduz a percepção da dor.

Para obter melhores resultados, recomenda-se a prática de exercícios pelo menos três vezes por semana, com sessões de 30 a 60 minutos. A orientação de um fisioterapeuta ou educador físico é essencial para garantir segurança e eficiência nos treinos.

A endometriose é uma doença complexa que afeta a qualidade de vida de muitas mulheres, mas a atividade física aliada aos tratamentos médicos pode ser uma grande aliada na gestão dos sintomas. 

“Os sintomas incluem dores pélvicas crônicas, cólicas menstruais intensas, desconforto durante as relações sexuais, fadiga e distúrbios do sono. Além do impacto físico, a endometriose também pode afetar a saúde mental, aumentando os riscos de ansiedade e depressão”, explicou Marcos Maia, médico ginecologista especialista em endometriose e dor crônica feminina.

Redação Webrun

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