Race report Triathlon Internacional de Santos (ou EU CONSEGUI!)

1kdecada | Triathlon · 07 mar, 2023

Minha amiga gringa pediu um race report da prova, achei chique e já mandei bala no título. Dá uma cara de chiqueza, né? Mas antes da gente começar esse papo é simplesmente: EU CONSEGUI. Chorei no começo, chorei no final, quis chorar no meio e ainda parece que tô sonhando (não chorando rs).

Race report Triathlon Internacional de Santos (ou EU CONSEGUI!)

Antes de contar sobre a prova, queria deixar claro o valor sentimental que ela tem pra mim. Aqui em Santos, a cidade que moro, o triathlon é uma modalidade muito bem representada e várias vezes ao ano temos provas tradicionais no calendário dos esportistas profissionais e amadores do Brasil. Foi em um desses eventos que em algum domingo cruzei aquele monte de bike e gente correndo. Simplesmente me apaixonei.

Descobri que o esporte era uma fortuna, mas mantive no meu coração esse propósito. A prova do Internacional é um show a parte. A Avenida Conselheiro Nébias, uma das vias mais importantes da cidade, é completamente fechada e invadida por um mar de bicicletas de saltar os olhos. São cores, tecnologias e valores de deixar até quem está só passando na rua impressionado.

Há alguns anos já assisto essa prova, também já fiz a cobertura para veículos especializados no tema e achei que tinha chegado a minha hora de fazer parte desse desafio. Em 2022 já tinha condições físicas e materiais de me inscrever, mas não tive coragem. Pra mim ainda sentia que era completa maluquice aquela distância exorbitante. Mas criei coragem e tracei como meta os 1.500 metros nadando, 40km pedalando e 10km correndo.

Vamos de race report

Acorda 4h da manhã > vai ao banheiro > faz a trancinha > toma o café > passa vaselina em todo corpo e protetor tb > mais uma ida ao banheiro > check final e partiu bike check in.

Em uma prova de triathlon é necessário chegar ainda mais cedo do que nas de corrida, já que você precisa posicionar todo o seu equipamento dentro da área de transição, onde vai acontecer a famosa T1 (transição da natação para o ciclismo) e a T2 (ciclismo para a corrida). As regras de organização variam, mas basicamente se você sair de lá e esquecer alguma coisa já era, então sim, um triatleta precisa ser uma pessoa organizada.

Depois do bike check in feito, seguimos para a água dar uma aquecida, fazer o xixizinho e se preparar para a largada. Naquela hora minha ficha caiu que realmente meu sonho ia acontecer, comecei aquele chorinho baixo e emocionado. Nesse momento fui acolhida pela minha dinda Roberta e meu namorado Gabriel, que fizeram questão de me deixar respirando calmamente e acalmaram o coração.

Race report Triathlon Internacional de Santos (ou EU CONSEGUI!)

LARGAMOS!!!!!!
7h10: mulheres na água
Sai correndo. Encontra o seu espaço. Dá uns chutes. Leva uns chutes.
Foram 1.500 metros, eu engoli muita água e me senti extremamente feliz CADA SEGUNDO. Amo nadar, amo estar no mar. Quase chorei de novo de emoção, aí me concentrei e quando vi já acabou? Sim, minha filha, sai correndo e bora pedalar.

T1, o temido ciclismo
Sai pra primeira transição feliz da vida com toda a torcida, cheguei lá coloquei a sapatilha, o capacete e decidi me concentrar. O ciclismo é a modalidade que hoje sinto a maior dificuldade, então foquei e foi super divertido. Adorei pedalar na Rodovia Anchieta, pista livre, lisinha, poucos momentos de vento. Passou rápido demais e quando cansei, acabou (graças a Deus).

T2, a hora da verdade
Cheguei do ciclismo ainda mais animada, afinal tinha conseguido completar a modalidade mais difícil, sabia que na corrida o negócio era só terminar. Sai pra correr com toda a força da torcida que estava ao redor da Conselheiro e consegui ir abaixando minha frequência conforme a necessidade. Estava quente, mas nem senti. Quando cheguei no canal 4 não acreditei que ia completar. Dei um sprint e cruzei a linha de chegada achando que a prova tinha VOADO.

Eu consegui!
Ainda parece que foi um sonho, sabe? Olho o trajeto que passou bem na frente da minha cabeça. Fecho os olhos e imagino o ciclismo. Só consigo pensar que conquistei o que pra mim era impossível, independente do que outras pessoas acharem, eu me coloquei em algo até então inalcançável e alcancei.

Essa prova só me trouxe ainda mais convicção de que nós, seres humanos, somos capazes de absolutamente T U D O quando nos preparamos para tal.

Você pode:
–  Estudar
– Treinar
– Se organizar

Pode tudo o que quiser.

Muitas vezes não no seu tempo, mas na hora que tem que ser.

E agora só sei que: tenho 3 meses para provar que esse último parágrafo é válido na minha maratona.
Vamos comigo?

Chris Volpe é santista, triatleta, corredora e faladeira - não necessariamente nessa ordem: "Se pudesse faria todos os esportes ao mesmo tempo, enquanto isso não é possível vou fazendo um de cada vez". Passou por veículos como Webrun, Sua Corrida e WRun, além de participar e cobrir de diversos eventos do mundo running. No Instagram: @volpechriss