Abílio Diniz, que faleceu neste domingo, 18, foi junto ao seu filho João Paulo Diniz (in memoriam) os maiores mecenas da história das corridas de rua do Brasil. Tive a felicidade de assistir in loco quase toda trajetória do mecenato de pai e filho, já que quando comecei a correr o Pão de Açúcar Club, primeiro clube empresa do país, dava seus primeiros passos.
E aqui relato uma das histórias mais bonitas que presenciei envolvendo a família Diniz.
Em agosto de 2003, o Grupo Pão de Açúcar anunciou a criação do projeto Bônus Podium, que garantia um valor extra aos competidores patrocinados pela empresa que conseguissem chegar ao pódio dos Jogos Olímpicos de Atenas em 2004. Uma medalha de ouro agraciava ao atleta a quantia de R$ 200 mil, enquanto a prata R$ 100 mil e o bronze R$ 70 mil.
“O esporte do Brasil precisa de medalhas e estamos apenas dando um estímulo aos nossos atletas para isso. Eles fazem o trabalho duro e cabe a nós, como grandes apoiadores do esporte, reconhecer esse esforço”, ressaltou Abílio Diniz, então Presidente do Conselho Administrativo do Grupo Pão de Açúcar (GPA).
Na maratona das Olimpíadas de Atenas, o mundo ficou estarrecido ao assistir a agressão do ex-padre irlândes Cornelius “Neil” Horan a Vanderlei Cordeiro de Lima quando esse foi agarrado e perdeu a liderança da prova para o italiano Stefano Baldini, e depois consequentemente, caiu para a terceira posição e trouxe para casa a medalha de bronze.
Após o fim das Olimpíadas, o GPA convocou a imprensa para a cerimônia de premiação realizada no Auditório da empresa na Av. Brigadeiro Luis Antônio e para lá nos dirigimos.
Vanderlei Cordeiro de Lima se senta na bancada ao lado do Abílio Diniz, quando então, Eduardo Romero, Diretor de Marketing do GPA, toma o microfone para si e anuncia uma faceta do altruísmo do Doutor Abílio, como era tratado na Companhia.
“Estamos orgulhosos da campanha dele, demonstrando garra, determinação e coragem. Até mesmo uma adversidade inusitada foi superada e ele conseguiu um inédito terceiro lugar. Dessa forma, após conversarmos com Abílio Diniz, presidente do Conselho Administrativo, vamos dar o prêmio estipulado no Bônus Pódio Pão de Açúcar como uma medalha de ouro”, explicou.
E assim, Abílio Diniz, em vez de entregar o cheque do bônus de R$ 70 mil, deu ao maratonista o valor de R$ 200 mil, como se fosse o grego Rei Midas, transformando o bronze em ouro.
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