Último dia de Jogos Paraolímpicos em Atenas

Redação Webrun | Esporte Adaptado · 28 set, 2004

Conquista após conquista, recorde atrás de recorde. Assim vem sendo a rotina do Brasil nas Paraolimpíadas de Atenas. No penúltimo dia de competições, o Brasil já tem a sua melhor participação na história dos Jogos, com 32 medalhas, sendo treze de ouro, doze de prata e sete de bronze. Na tarde desta segunda-feira (27), o Brasil conquistou mais nove medalhas. Foram duas de ouro, quatro de prata e três de bronze, transformando-se no melhor desempenho do país em quantidade de medalhas ganhas na Grécia em um único dia.

Mais uma vez o destaque foi o nadador Clodoaldo Silva, que venceu duas medalhas de ouro. A primeira foi nos 50m livres, na categoria S-4(paralisados cerebrais), quebrando o recorde mundial e paraolímpico da prova, com 34s51. O segundo foi no revezamento 4 x 50m medley, até 20 pontos, que contou também com a participação de Francisco Avelino, Adriano Lima e Luís Silva.

Com o desempenho de hoje, Clodoaldo somou nos Jogos de Atenas seis medalhas de ouro e uma de prata, superando, qualitativamente, o americano Michael Phelps, que ficou com seis de ouro e duas de bronze, nas Olimpíadas. Apesar do seu excelente resultado, ele não quer comparações e falou após a emocionante vitória no revezamento.

“Essa foi a vitória mais emocionante, porque mostramos a união do nosso grupo. Mas gostaria de deixar claro que não gosto de comparações. Cada um tem que ser reconhecido por seus próprios méritos. Eu não sou o Michael Phelps brasileiro, e sim o Clodoaldo do Brasil”, afirmou o campeão.

A primeira medalha do dia saiu do Futebol de 7, para paralisados cerebrais. Na final contra a Ucrânia, o Brasil não conseguiu superar o desfalque de três jogadores, expulsos na semifinal contra a Argentina, e perdeu por 4 a 1, mantendo a escrita de nunca ter ganho dos ucranianos. O gol de honra do Brasil foi marcado por José Guimarães, o Zeca.

As outras conquistas vieram do atletismo. E foi André Garcia que abriu caminho, com o segundo lugar nos 100m rasos, classe T-13 (deficiência visual). Ádria Santos e Terezinha Guilhermina, nos 400m, classe T-11 (deficientes visuais) ficaram com a prata e o bronze, respectivamente. Gilson dos Anjos levou a prata nos 800m, classe T-13 (deficientes visuais), Odair dos Santos, nos 800m classe T-12 (deficientes visuais) e Ozivan Bonfim, nos 5000m da classe T-46 (paralisados cerebrais e amputados de membro superior), ficaram com o bronze.

Hoje (28), último dia de competições das Paraolimpíadas de Atenas, o
Brasil ainda disputa mais um ouro no Futebol de 5, para cegos, contra a Argentina. Se vencer, a delegação brasileira, patrocinada pela Loterias da Caixa, ultrapassa o México no quadro geral de medalhas, ficando atrás de EUA e Canadá, e alcançando o objetivo de estar entre os três países das Américas no esporte paraolímpico.

Antes de Atenas, a melhor participação do Brasil em Paraolimpíadas tinha sido em Stoke Mandeville, na Inglaterra, e New York, em 1984.
Excepcionalmente naquele ano, as Paraolimpíadas aconteceram em duas cidades diferentes e o Brasil conquistou sete ouros, 17 de prata e quatro de bronze.

O repórter Felipe Kozlowski viajou a Atenas a convite da Loterias da Caixa, patrocinadora oficial do Comitê Paraolímpico Brasileiro.

Este texto foi escrito por: Felipe Kozlowski

Redação Webrun

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