Quando você fica sem treinar por muito tempo é normal sentir uma diferença no condicionamento físico, ficar menos disposto e até mesmo perder massa magra e começar a ganhar uns quilinhos. Mas, você sabe o que de fato acontece com o seu corpo? O Webrun conversou com o ortopedista Fellipe Savioli, que explicou o que acontece quando você passa um longo período sem treinar.
É muito difícil avaliarmos a quantidade de massa muscular que uma pessoa previamente ativa perde durante certo período de sedentarismo, já que muitos fatores irão atuar. “Primeiramente as características genéticas da pessoa, existem as endomorfas (dificuldade perder peso), ectomorfas (dificuldade de ganhar peso) e mesomorfas (biotipo intermediário, com facilidade de ganho de massa magra). As ectomorfas perderão mais massa muscular do que os endomorfos e mesomorfos”, explica o ortopedista.
A alimentação terá um papel muito importante também, tudo dependerá da quantidade de calorias ingeridas diariamente, do álcool e se a pessoa é tabagista. Stress e quantidade/qualidade do sono também irão interferir no resultado final. O sexo também é importante, visto que homens apresentam entre 15 a 20% a mais de massa magra (músculos) do que as mulheres e, por isso, apresentarão uma perda de peso maior, devido ao maior metabolismo muscular.
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Existe memória muscular/celular?
Sim, a memória muscular existe, e não estamos falando apenas nas atividades físicas. Um violinista pode ficar algumas semanas sem tocar o seu instrumento. Quando ele voltar não apresentará a mesma habilidade de quando parou, porem não retornará no nível em que começou sua primeiras aulas. “Esse mecanismo envolve não somente o aprendizado motor, mas também uma memória celular nos músculos”, explica Fellipe.
Células musculares apresentam vários núcleos e estudos recentes mostram que, uma pessoa que pratica musculação, tem o aumento no número de núcleos conforme aumenta a massa muscular. Esses núcleos novos permanecem nas fibras musculares, mesmo após um longo período de sedentarismo.
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“Esse processo é uma adaptação evolutiva fascinante nos vertebrados, pois eles podem desenvolver sua musculatura para realizarem tarefas e permanecerem um período parados, voltando depois para a mesma força em um espaço de tempo menor”, afirma. Um urso polar precisa desenvolver sua musculatura para a caça, sendo assim durante a hibernação ele diminui o volume muscular, para consumir menos energia. Quando acaba esse período, ele consegue recuperar sua massa muscular de uma forma mais rápida.
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Estudos publicados no ano passado no British Journal of Sports Medicine comprovaram que pessoas que realizam atividades aeróbicas constantes, nas quais há considerável aumento da frequência cardíaca, aumentam a perfusão sanguínea no cérebro e o tamanho do hipocampo, região do cérebro responsável pela memória verbal.
Além disso, exercícios constantes aumentam a produção de uma proteína chamada “fator neurotrófico derivado do cérebro” (BDNF), que atua na manutenção da forma do neurônio e na sua sobrevivência, aumentando a capacidade de aprendizado e memória. “Diminuição na produção das BDNF estão relacionadas com doenças neurodegenerativas”, explicam os estudos.
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