Jejum intermitente é o nome dado ao estilo de alimentação que alterna períodos de jejum com alimentação. Conhecida por muitos como “receita dos famosos” que promete emagrecer de forma rápida e segura, apenas regulando o horário e a quantidade das refeições.
A nutricionista Patrícia Cruz, do Departamento de Nutrição da Associação Brasileira para Estudo da Obesidade e Síndrome Metabólica, alerta que crianças, pessoas com quadros clínicos específicos como: diabetes mellitus, doenças gastrointestinais, idosos, adolescentes e gestantes não tem recomendação para fazer essa dieta.
O JI associa ciclos de jejum por uma média de 12h, com consumo de alimentos. A técnica baseia-se em restringir a alimentação em 100% e após esse período o consumo se normaliza. A pessoa passa adquirir proteínas (carnes, frango, peixes, queijos, verduras e legumes) que segundo alguns nutricionistas, alimenta e nutri melhor do que outros tipos. O consumo de água é permitido durante o jejum.
Já para Patrícia Cruz, não é bem assim. “O jejum com ou sem orientação é inadequado. Além disso, não auxilia no tratamento da obesidade, pois, não promove escolhas alimentares saudáveis e atitudes adequadas diante do alimento. Pode oferecer risco a saúde como, por exemplo, quadros de hipoglicemia, o reganho de peso em curto prazo. Não deve ser incluída na rotina”, alerta.
Existem algumas linhas de pesquisa que indicam a prática de atividade física em jejum. Alegando que a redução da massa magra pode ser compensada pela prática de atividade física. “Por outro lado, sabemos que uma alimentação balanceada é ideal para que ocorra hipertrofia muscular e melhor performance do treino”, diz a nutricionista.
Segundo Patrícia não existem evidências científicas confirmando que a dieta do jejum intermitente funcione para tratamento de redução de peso, nem como a manutenção do peso perdido. “Além disso, os estudos não são de longo prazo, dessa forma, não há possibilidade de extrapolação para a população”.
Foto: Henrik Dolle/Divulgação