Um treino ruim é capaz de prejudicar um ciclo de maratona?

1kdecada | Treinamento · 02 set, 2024

Quem nunca teve um treino ruim que atire a primeira pedra.
Eu, Eliud Kipchoge e você.

Como eu sei que o Kipchoge teve um treino ruim?

Eu não sei, mas assim que ele ler esse texto vai me mandar um whatsapp contando sobre o fatídico dia.

Um treino ruim é capaz de prejudicar um ciclo de maratona?

Brincadeiras a parte, todos nós (meros mortais) já tivemos um dia de treino ruim. Sendo ele só mais um dia na vida que passou despercebido, ou algum longo absurdamente importante no seu ciclo de meia ou maratona que fez com que o mundo acabasse debaixo dos seus pés.

Eu tive um desse no ano passado, no meu primeiro (e único) ciclo de maratona. Estava evoluindo nas distâncias para os 42km no Rio, até que cheguei ao treino de 25 quilômetros. 

Nunca na vida tinha corrido mais que 21. O que não parece tanta diferença assim na teoria, mas na prática é. 

Como o meu cérebro tem uma ótima capacidade (e certas vezes perigosa) de apagar momentos ruins da minha mente, não consigo lembrar exatamente o que aconteceu para aquele treino dar ruim, mas lembro que deu e me vi desolada quase 2km antes de chegar na minha casa, onde acabava o treino e… Parei. Coloquei a mão no joelho, ofegante e sem forças pra continuar. Reclamei, chorei e voltei andando super decepcionada pra casa.

Também mandei mensagem pro meu treinador falando que tudo estava errado, o mundo ia acabar. Fiz stories questionando meus amigos maratonistas se correr aquela distância era realmente possível ou se todo mundo só fingia.

Eu sabia que era possível, mas no momento de desespero o coração aperta e nada faz sentido. Só vinha na minha cabeça o questionamento de POR QUAL MOTIVO EU TINHA ESCOLHIDO CORRER UMA MARATONA.

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E assim como ele veio. Ele passou.

O treino passou. 

A frustração passou. 

Os 25km passaram. 

Os 30, 32, 36, 38 e os 42.195 metros também passaram. 

Eu fui (e sou) maratonista.

Gosto da analogia de que um dia ruim não significa uma vida ruim, assim como um treino ruim não significa um ciclo ruim.

Que a gente saiba confiar mais em nós mesmos e aproveitar cada momento de um ciclo. Os bons e também os ruins. Todos eles ensinam, acrescentam e fazem crescer. 🙂 

Chris Volpe é santista, triatleta, corredora e faladeira - não necessariamente nessa ordem: "Se pudesse faria todos os esportes ao mesmo tempo, enquanto isso não é possível vou fazendo um de cada vez". Passou por veículos como Webrun, Sua Corrida e WRun, além de participar e cobrir de diversos eventos do mundo running. No Instagram: @volpechriss