Assim como o corpo, a mente também precisa ser treinada, por isso a meditação para atletas precisa ser levada com a mesma disciplina dos treinos. Dessa forma, a primeira dica é: não desista se tentar sentar e acalmar a mente e vierem milhares de pensamentos.
Da mesma maneira que leva tempo para desenvolver um músculo ou chegar a um determinado tempo na corrida, também leva tempo para conseguir meditar bem. No entanto, uma vez que você inclui essa prática na rotina diária, ela vai melhorar muito seu desempenho.
A ligação entre a meditação e os esportes tem tudo a ver com a disciplina e o foco que ambas as práticas tem em comum. É muito comum essas duas qualidades serem ligadas ao esporte e é justamente com a prática de meditação que o aumento do foco, disciplina e concentração são estimulados. Por isso a meditação pode ser um grande aliado dos atletas na prática de esportes e exercícios físicos.
Quando falamos em desempenho esportivo, a eficácia do alto rendimento requer uma interação de cinco capacidades: físicas, técnicas, táticas, biotipológicas e socioambientais. A efetividade da interação entre esses fatores depende de uma ativação funcional do intelecto cognitivo. Para a melhora do desempenho esportivo do atleta, ele é submetido a altas cargas de trabalho e treinos, que modulam o estresse e estimulam as adaptações biológicas necessárias.
George Mumford, psicólogo do esporte americano, talvez seja o um dos grandes percursores das técnicas de meditação aplicadas ao contexto esportivo, trabalhou com grandes astros da NBA sempre em parceria com outro grande nome do basquete, o treinador, Phill Jackson, um entusiasta da meditação como prática para a vida como para fortalecer mentalmente seus atletas. Em seu livro, Onze Anéis, ele nos mostrou como chegou lá:
“Na pré-temporada convidei o psicólogo esportivo e professor de meditação George Mumford para dar um pequeno workshop para os jogadores no centro de treinamento sobre como lidar com o estresse causado pelo sucesso (…) O objetivo era ajudar os jogadores a fazer uma mudança similar. Eles precisavam assumir um papel em particular que encaixasse com seus pontos fortes. George então se concentrou em simplesmente fazê-lo prestar atenção e ajustar a conduta segundo os objetivos da equipe. Mas passado algum tempo chegou à conclusão de que o primeiro passo era fazer os jogadores entenderem que o que aprendiam a fazer na quadra também aprimorava o crescimento individual. De acordo com George eles precisavam entender que, ‘no processo de se tornar um nós, também cultivavam o próprio eu’.
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(…) Os ensinamentos a seguir poderiam ajudar a explicar o que se deve tentar fazer como um time de basquete:
1. VISÃO CORRETA: olhar para o jogo como um todo e trabalhar em conjunto como uma equipe, como os cinco dedos da mão.
2. PENSAMENTO CORRETO: se ver a si mesmo como parte de um sistema, e não como o único integrante de uma banda. Isso também implica entrar em cada jogo com a intenção de se envolver intimamente com o que ocorre com toda a equipe, simplesmente porque se está estreitamente ligado a todos que a integram.
3. FALA CORRETA: aqui existem dois componentes. O primeiro diz respeito a falar positivamente para si mesmo e não se perder sem rumo nas falas de revide durante os jogos (“Odeio esse juiz”; “Vou dar um troco naquele safado”). O segundo diz respeito a controlar o que se fala quando se está conversando com os outros, especialmente os companheiros de equipe, e estar concentrado para sempre dar um retorno positivo a eles.
4. AÇÃO CORRETA: fazer movimentos apropriados ao que acontece na quadra, sem exibições repetidas e sem ações que perturbem a harmonia da equipe.
5. ESTILO DE VIDA CORRETO: respeito pelo trabalho e empreendê-lo a favor da comunidade e não apenas para lustrar o próprio ego. Seja humilde. Lembre-se de que está ganhando uma quantidade absurda de dinheiro para fazer algo realmente simples. E divertido.
6. ESFORÇO CORRETO: implica ser solidário e empregar a quantidade suficiente de energia para fazer o trabalho. Não há substitutos para raça, se você não tem raça, vai para o banco de reservas.
7. ATENÇÃO PLENA CORRETA: chegar a todos os jogos com uma compreensão clara do plano ofensivo e do que se espera do adversário. Implica ainda jogar com precisão, fazer os movimentos certos nos momentos certos, e manter a consciência desperta durante o jogo todo, quer se esteja na quadra ou no banco.
8. CONCENTRAÇÃO CORRETA: concentrar-se apenas no que se faz a cada momento, sem se obcecar com os erros cometidos anteriormente ou com o que poderá acontecer de ruim”.
É importante estimular que práticas e técnicas como a meditação sejam incorporadas nas rotinas esportivas e possam servir ao fortalecimento emocional dos atletas em suas rotinas de trabalho e em outras esferas de suas vidas.
Prontos para começar?