Marílson torce para que ninguém esteja melhor que ele na São Silvestre

Redação Webrun | Corridas de Rua · 23 dez, 2010

À esquerda  dois competidores do Quênia  em seguida Marílson e Damião  (foto: Sérgio Shibuya / ZDL)
À esquerda dois competidores do Quênia em seguida Marílson e Damião (foto: Sérgio Shibuya / ZDL)

Aos 33 anos, o fundista brasileiro Marílson Gomes dos Santos, bicampeão da Maratona de Nova York (2006 e 2008) e da Corrida Internacional de São Silvestre (2003 e 2005), aparece como o grande favorito da prova do próximo dia 31 e afirma estar pronto. “Estou muito bem e torço para que ninguém esteja melhor do que eu”, diz o corredor que também é recordista sul-americano nos 5.000m, 10.000m (em pista) e em meia-maratona.

“Foi necessário um descanso após a disputa de Nova York. Demorou para que eu retomasse meus treinos, mas agora sou sim um dos favoritos, sem dúvida. Já tive a oportunidade de correr a São Silvestre duas vezes e tenho experiência ”, acrescenta Marílson. Segundo o treinador do atleta, Adauto Domingues, a participação do fundista foi confirmada porque nos 42 quilômetros do dia sete de novembro, em Nova York, o brasileiro completou a prova sem ficar com o corpo dolorido.

“Em outros anos ele sentiu muito cansaço depois da maratona. Nesse ano ele terminou bem e não participaria da disputa no dia 31 se não tivesse chances de vencer. Para os quenianos, perder é apenas mais uma prova, já para o Marílson não. Uma vitória tem um sabor especial, pois é a principal do país”, acrescenta o técnico.

Apesar das boas condições físicas, o recordista sul-americano ficou quatro anos sem competir e afirma que a tradicional corrida brasileira é sempre difícil. “Nunca foi uma prova fácil. Esse ano não será diferente. Teremos grandes adversários e um tempo nada favorável, normalmente quente e úmido, não tem como escapar”, reflete o brasiliense, acostumado ao clima seco do estado em que vive.

Na opinião de Adauto, as condições climáticas, muito variáveis em São Paulo, pode sim favorecer mais um atleta do que outro. “Às vezes chove e esfria um pouco. Em outros momentos o sol é fortíssimo com altas temperaturas. Acredito que o tempo pode beneficiar determinado atleta, conforme o local onde ele vive”.

O treinador também diz que Marílson corre bem no calor, ao contrário no frio. “Ele tem baixa porcentagem de gordura no corpo. Em nova York, por exemplo, estava cinco graus, em alguns trechos a sensação térmica era de dois graus negativos. Ele não terminou a prova cansado, mas não conseguiu ter o desempenho que poderia”, acredita.

“As vezes temos a impressão que os quenianos são mais unidos na competição do que os brasileiros, mas acho que não. Sempre descordei disso”, explica o treinador. “Cada queniano está preocupado com o próprio desempenho, em liderar a prova. Os demais só tentam acompanhar o atleta que está à frente, por medo de ficar para trás. Não existe jogo de equipe”, revela.

Marílson também acredita na mesma tese no técnico, mas acrescenta que os quenianos não estão apenas dominando a São Silvestre, mas todas as corridas espalhadas pelo mundo. “Eles realmente são os melhores, não tem como negar isso. O número de quenianos competindo é muito grande. Isso faz com que tenham facilidade em vencer, em se preparar melhor”, confessa.

O atleta esclarece que diante destas circunstâncias o mais importante é ficar atento ao ritmo durante a prova toda. “A Av. Brigadeiro é um dos trechos mais difíceis, porque está no final da prova, momento que nos sentimos certo cansaço, então é preciso administrar bem a energia para enfrentar os quilômetros finais”, diz o corredor que pretende finalizar os 15 quilômetros na casa dos 43 minutos.

“Acreditamos que este tempo possa nos dar a vitória”, completa Marílson, o primeiro corredor a cruzar a linha de chegada em 2003 com a marca de 43min49 (nas seis provas seguintes, ninguém conseguiu superar este tempo). Outro brasileiro que também tentará representar bem o Brasil na disputa é Damião Ancelmo de Souza. “Eu participei de 18 provas este ano e subi ao pódio em várias delas. A São Silvestre será a última do ano e quero repetir a mesma realização, superar meus limites”, diz o alagoano, que começou correr com 23 anos e hoje vive em Teresópolis, no Rio de Janeiro.

“Considero a prova de alto nível e embora tenha participado de edições anteriores, tenho certeza que este ano estou melhor. Ficarei ao lado do Marílson também tentando levar alegria para os brasileiros”, afirma o corredor de 31 anos.

Este texto foi escrito por: Monique Barleben

Redação Webrun

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