A triatleta vive e treina no Rio de Janeiro (foto: Arquivo Pessoal)
O Ironman Brasil deste ano, tradicional competição de triathlon, acontece no dia 29 de maio, em Florianópolis (SC). A triatleta Maria Soledad Omar, argentina radicada na cidade de Niterói (RJ) e que já completou vários Ironman e Ironman 70.3, tem presença confirmada para o evento.
A principal meta na qual Maria Soledad está focada no Ironman Brasil 2011 é melhorar seu tempo. “A meta de todo atleta é melhorar seu tempo. Ano passado consegui a terceira colocação e, esse ano, quero tentar melhorar isso”, relata a triatleta.
Preparação– Como prepararação para o Ironman Brasil a atleta treina todos os dias da semana, com treinos de cinco a sete horas. Ela chega a fazer até três sessões de treinos por dia ou uma sessão longa com seis horas de ciclismo ou três horas de corrida.
A triatleta argentina sai para treinar todos os dias de manhã com seu marido, também triatleta, Ezequiel Morales, mas em treinos fortes cada um tem seu ritmo. “Tem horas que não vou conseguir pedalar no mesmo ritmo que ele, porque ele é bem mais forte”. Eles saem pedalando de casa às 6h30 e treinam na estrada de Maricá, que vai de Niterói até Cabo Frio. “Tem que pedalar de manhã, se você não consegue ir de manhã, não vai mais. Só se pedalar em casa ou fizer spinning”.
Um dos fatores que atrapalha o treino do ciclismo para Soledad é o movimento de automóveis em Niterói. Ainda assim, a triatleta acha positivo poder sair de casa pedalando para os treinos. “O pessoal que mora no Rio tem que sair de carro para pedalar ou sair muito cedo, em São Paulo também”.
Mundial de Ironman– Ano passado a classificação para o Mundial de Ironman, em Kona, dependia do resultado apenas de uma prova, mas esse ano os atletas terão que participar de várias edições do Ironman e Ironman 70.3 para somar pontos no ranking e tentar se classificar para o mundial. Apenas os 50 melhores homens e 30 mulheres do ranking estarão classificados para o evento no Havaí.
Essa modificação dificulta principalmente a classificação de atletas sul-americanos, porque a maior parte das provas de Ironman acontecem na Europa ou nos Estados Unidos. Para Soledad, os organizadores estão interessados em fazer um prova apenas para a elite. “Eram 100 homens e 80 mulheres e agora diminuiu para metade, as mulheres para menos da metade. Vai ser muito competitivo, os atletas terão que fazer muitas provas, e chegarão a Kona mortos”, analisa a atleta.
O casal triatleta ainda não decidiu se vai tentar chegar ao mundial. “A gente preferiu preparar bem Florianópolis e depois do resultado analisar se vai correr atrás dos pontos, ou programar outra coisa”, diz Soledad.
Conquistas– Soledad é especialista em provas de triathlon e está entre as dez primeiras colocadas em quatro Ironman 70.3 e em três Ironman. Ano passado a triatleta inclusive se classificou para o Mundial no Havaí, mas teve muitas dificuldades durante a prova por conta do forte vento.
“Eu não estava preparada para esse vento, que mexia muito a bicicleta. Isso causou uma desconcentração, fiquei um pouco apavorada e acabei perdendo o foco na hora do ciclismo. Eu só pensava em chegar, entregar a bicicleta e sair para correr”, diz Soledad, que considera a participação na prova como uma das maiores conquistas de sua carreira.
Outra prova que ficou marcada pelas dificuldades para foi o Ironman de Cozumel, no México, em novembro de 2010, que exigiu muito fisicamente por ser seu terceiro Ironman no mesmo ano. “Na corrida já não sentia mais dor muscular, eu sentia dor nos ossos”, comenta a triatleta. Outra conquista foi o XTerra 2009, em Angra dos Reis (RJ), em que a atleta estava na quinta posição e, faltando apenas 600 metros para o fim da prova, alcançou a primeira colocação.
Soledad ainda comenta como ficou emocionada em vencer o Long Distance de 2009, no Rio de Janeiro, junto com seu marido, que foi campeão na categoria masculina. “É muito bom, a gente desfruta, comemora, fica feliz, agradece a torcida. Porque sempre tem mais torcida para nós do que para outras atletas que são do Brasil. Quando a gente compete aqui no Rio se sente em casa”, finaliza.
Este texto foi escrito por: Mariana Araujo