Ao contrário do ano passado dessa vez a maré não estava alta (foto: Alexandre Koda/ www.webrun.com.br)
Giliard Altair Pinheiro venceu neste sábado (06/08) a edição 2011 da maratona fora de estrada Vila do Farol K42 Bombinhas e de quebra ficou com o tricampeonato da prova. Entre as mulheres houve surpresa com a vitória de Rosália de Camargo.
Direto de Bombinhas – Apesar das baixas temperaturas que têm atingido a região sul do Brasil nas últimas semanas, o sábado amanheceu com céu aberto em Bombinhas, litoral de Santa Catarina, e ao longo do dia o sol forte ajudou a esquentar a corrida. O tiro de partida aconteceu às 8h na praia em frente à Pousada Vila do Farol para os percursos de 42 quilômetros, revezamento 2×21 e 12 quilômetros.
Antes da prova Giliard Pinheiro já era considerado favorito, mas o experiente em corridas de montanha, José Virginio de Morais prometia não dar descanso ao catarinense. Nos primeiros quilômetros Virginio saiu na frente, mas aos poucos Gili chegou, ultrapassou e abriu uma larga vantagem.
Em alguns trechos Giliard chegou a ter quase oito minutos de vantagem para Virginio, que fez um pit stop previamente programado na metade da prova. Ao chegar à praia de Campo Grande, onde acontecia o revezamento dos atletas dos 21 quilômetros, ele trocou de tênis e perdeu quase três minutos.
Com a vantagem Gili preferiu segurar o ritmo em vez de tentar quebrar o atual recorde (3h07) e cruzou a linha de chegada em 3h15min54. Procurei fazer uma prova bem técnica, economizar na primeira parte e não correr na loucura, relata. Acho que o tempo do recorde está bem respeitoso. Fiz uma boa preparação correndo as Maratonas de São Paulo e Rio de janeiro e agora vamos para a Patagônia, relata o campeão sobre a disputa final do circuito, na Argentina.
Apesar das corridas de montanha crescerem a cada ano no Brasil, ainda há poucos atletas de elite disputando os primeiros lugares, fato que Giliard espera que mude em breve. Não me importo em eventualmente perder a prova, só quero mais gente para disputar. Ele inclusive reforça o convite para aqueles que quiserem treinar com ele em Bombinhas. Basta me enviar email ou mensagem no Facebook, que a gente combina de correr nos morros daqui.
Virginio foi o segundo com 3h22min57 e se disse satisfeito por ter melhorado o tempo em relação ao ano passado. Baixei dez minutos e esse era meu objetivo principal, pois meu adversário é o relógio, conta o vice-campeão que vibrou muito com o resultado. Sobre o pit stop, ele comenta que foi uma estratégia pensada desde o ano passado. A primeira parte é muito pesada e judia muito do tênis. Por isso troquei por um mais leve e sem areia.
O terceiro posto foi para Cláudio Clasen Schlindwein, com 3h26min15. Tentei correr perto dos campeões, mas não consegui. Então a estratégia foi me alimentar e hidratar super bem, sem ultrapassar o meu limite, relata. Em diversos momentos o público disse que ele estava perto do segundo colocado, mas ele não conseguiu acelerar. Tentei apertar o ritmo, mas eu poderia quebrar.
Mulheres – Na disputa feminina os olhos estavam voltados para Débora Aparecida Simas, bicampeã da disputa, mas ao final Rosalia de Camargo, até então desconhecida do público, começou a ganhar posições no percurso. Nos primeiros quilômetros ela assumiu a ponta e não foi mais ultrapassada até cruzar com 4h10min19, novo recorde da competição.
Eu fiz muita força nessa prova e no final foi sobrevivência total, conta a carioca. Achei os primeiros 21 quilômetros bem técnicos, mas dava para correr. Mas nos cinco últimos quilômetros não tinha como correr, porque havia muitas pedras. Estreante na prova bombinense, ela elogia a organização. Os trechos estavam bem sinalizados, foi tudo bem organizado e com ótimo suporte. Dou nota dez.
Acostumada a correr maratonas em asfalto e principalmente provas de Ironman, a K42 Bombinhas foi a segunda prova fora de estrada que ela correu. Disputei outra prova em Búzios, onde também venci, e agora essa. Apesar da vitória, ela não se considera uma corredora de elite. Como parte do treino eu vou e volto do trabalho correndo, o que dá uns 20 quilômetros em média. A gente sofre, mas no fim o resultado vale ka pena.
A argentina Roxana del Cid foi a segunda colocada com 4h12min56 e se emocionou muito ao cruzar a linha de chegada. Eu amo o Brasil! Não esperava esse resultado e foi muito emocionante correr ao lado de uma campeã (Débora Simas) e ainda chegar à frente dela, relata a corredora que mora em La Plata.
Débora foi a terceira com 4h24min51. Eu tentei ganhar a prova novamente, mas na entrada do Costão senti muitas câimbras, mas estou feliz com o resultado. As minhas concorrentes são muito fortes, relata a corredora de Florianópolis. As minhas panturrilhas e coxas doíam muito e esse terceiro lugar foi muito bom, pois estou voltando de lesão.
Os dois campeões ganharam, além do troféu de primeiro lugar, passagem, hospedagem e inscrição para a prova final do circuito, em novembro na cidade de Villa La Angostura, região da Patagônia argentina. A próxima prova com selo da K42 será no Chile, no dia 10/09 e as inscrições podem ser feitas no site /www.patagoniaeventos.com.
Este texto foi escrito por: Alexandre Koda