A genética realmente afeta o desempenho na corrida?

Aulus Sellmer | Corridas de Rua · 12 dez, 2018

Não há como fugir disso. Os genes determinam nosso potencial para o desenvolvimento de várias características estruturais e funcionais no desempenho esportivo, mas ainda existem muitos fatores para que todo esse potencial genético seja traduzido em sucesso. Por exemplo, treinamento, repouso, nutrição, controle nas táticas e técnicas da corrida, emocional e, principalmente, o ambiente onde vive e treina.

Foto: Pixabay

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Podemos imaginar situações hipotéticas para ilustrar esse cenário. Sendo corredores gêmeos idênticos, somente o ambiente e a prática determinariam qual dos dois chegaria ao sucesso. Em contrapartida, se todos os corredores do mundo treinassem da mesma forma, em um mesmo ambiente, apenas os genes distinguiriam seus respectivos desempenhos nas provas.

Porém, nenhuma dessas possibilidades é real, pois situações ocasionais em que ocorrem genes e treinamento idênticos dão o resultado esperado. Um bom exemplo aconteceu nas Olimpíadas de Londres em 2012,  na prova de 400 metros rasos, quando os gêmeos belgas Kevin e Jonathan Borlee terminaram com 0,02 segundos de diferença.

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Outro aspecto comprovado em estudos da influência da genética no desempenho esportivo está relacionado com as variáveis, ou seja, dois corredores, que estão lado a lado nas raias, podem ter diferentes composições genéticas. Isso significa que há uma infinidade de genes e combinações possíveis para se ter um corredor perfeito. Um bom exemplo são os filhos de atletas que tiveram destaque no esporte que praticaram, porém, com combinações genéticas distintas.

Foto: Pixabay

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Por essa razão os fatores ambientais, o histórico individual geográfico e étnico são fundamentais para moldar os dados genéticos que levamos ao núcleo de cada célula e, por sua vez, em nossos corpos. Pois o verdadeiro sentido genético, somos todos uma grande família, e que os caminhos percorridos pelos nossos antepassados tenham dado origem a tão maravilhosas diferenças.

Depois de todos esses estudos genéticos, fisiologistas e geneticistas chegaram também a uma conclusão muito importante para nós, corredores amadores, que buscamos melhorar nossas marcas em provas de 10k, 21k e maratonas.

Eles reuniram evidências de que os planos de treinamento mais bem-sucedidos são tão variados quanto os atletas que neles se engajam. Portanto, se você possui caraterísticas genéticas que te beneficiam na corrida e possui um ambiente favorável, ainda pode ser que aquele treino não se adapte para você. Ou seja, não desista. Há um treinamento que vai se encaixar com as suas características.

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Assim, tendo ou não qualidades genéticas favoráveis, saiba que dedicação e esforço sempre vão prevalecer para que tenha o sucesso no esporte que pratica. Nunca esquecendo que, além de treinar, temos nossa profissão, família, amigos. Portanto, é importante avaliar se alguns segundos, que pode ganhar em desempenho, não vão prejudicar o resto de suas obrigações na sua vida.

Aulus Sellmer

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Bacharel em Esporte pela Escola de Educação Física e Esporte da Universidade de São Paulo (EEFEUSP) com especialização em treinamento desportivo pela USP, marketing esportivo pela UCLA Berkeley EUA e administração esportiva pela FGV-SP. Atualmente é pos graduado no curso MBA Qualidade de Vida em Gestão Corporativa pela Universidade São Camilo; pos graduando no curso Fisiologia aplicada à clínica pela UNIFESP; proprietário da assessoria esportiva 4any1, colaborador da Rádio Eldorado FM 107,3 e revista Contra Relógio.