Uma das máximas que existe no meio running, é que nosso esporte é o mais democrático de todos, afinal, basta um tênis, um calção – e um top no caso de mulheres – para poder praticá-lo.

Entretanto, o que temos observado ao longo dos últimos tempos é que a indústria esportiva tem investido cada vez mais em tecnologia de ponta utilizando materiais nobres como titânio, carbono, tecidos inteligentes que tem embarcadas tecnologias com propriedades antibacterianas (para evitar o odor), outros produzidos para o combate à celulite, alívio de dores musculares e conforto térmico, seja para temperaturas altas ou baixas.

A máxima da democratização do esporte corridas ainda é verdadeira, mas dependendo de seu desejo de consumo e poder aquisitivo a conta pode sair mais alta. Se decidir ter os mais caros dos equipamentos disponíveis no mercado, a democratização difundida vai por terra abaixo.

Vejamos: um GPS Coros Vertix 2 tem o valor de R$ 7.999; um tênis de placa adidas Adizero Adios Pro Evo 1 sai por R$ 3.999; um calção Nike Dri-FIT Fast Masculino R$ 199; camiseta regata Performance Tank da On por R$399 e um Top Fitness Mesh da Track&Field  sai por R$239, totalizando nestes cinco itens básicos o montante de R$12.835, o que convenhamos é um valor expressivo para 99% da população brasileira.

Importante frisar, seja para o corredor iniciante e mesmo avançado, que os itens básicos são eficientes para prática de corrida de rua ou trail run.

Um modelo de entrada de GPS como o Polar Pacer pode ser adquirido pelo valor de R$1999 e um cronômetro como Relógio Desportivo W200 M Timer por irrisórios R$99 na Decathlon. A mesma linha de pensamento pode ser estendida para os demais itens como vestuário e calçados esportivos.

Uma dica para a compra de tênis com valor mais em conta é adquirir a versão anterior de um modelo. Atualmente a indústria atualiza a linha de um item de produto ano a ano, mas algumas marcas o fazem a cada seis meses. Um exemplo: enquanto um Asics Gel Nimbus 26 custa R$1.199, a versão 25 sai por R$899 e se pesquisarmos mais, encontramos a versão 24 por R$699, ou seja, um pouco mais da metade do valor de um modelo atual que estará “defasado” antes do corredor atingir a quilometragem para aposentar seu companheiro de corrida.

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O macete é garimpar, pesquisar, comprar versões “antigas” ou modelos running nem tão conhecidos de grandes marcas, e principalmente, não se comparar com outros corredores, afinal, cada pessoa tem uma realidade diferente da outra.

E que fique claro que, um equipamento de alta tecnologia pode ser um aliado para se ganhar segundos, mas esses segundos nem para todos os corredores podem ser classificados como “preciosos”.

O que faz um corredor ser rápido – se essa for a meta – é o treinamento e não o equipamento.

A corrida felizmente ainda é um esporte democrático.