Ultramaratonista Carlos Dias completa 10 mil km em solidariedade a crianças com câncer

O ´Desafio 2 Extremos´ foi concluído ao atravessar o país de Arroio do Chuí (RS) até Pacaraima, fronteira com a Venezuela

Redação Webrun | Corridas de Rua · 27 nov, 2018

Foto: Divulgação

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Com uma mochila pesando 8km, poucas peças de roupas, alimentos desidratados,  tênis e muita, mas muita determinação. Foi assim que o uktramartonista Carlos Dias encerrou o desafio de atravessar o Brasil, de Sul a Norte, ao correr por 10.026km, partindo do Arroio do Chuí (Rio Grande do Sul) até Pacaraima, fronteria com a Venezuela. Foram 200 dias consecutivos nesta jornada de completar o ´Desafio 2 Extremos’, que começou no dia 15 de abril até o dia 1 de novembro de 2018. A grande motivação do atleta é ajudar a combater o câncer em crianças e adolescentes do Grupo de Apoio ao Adolescente e à Criança com Câncer (Graacc),  ao arrecadar dinheiro com a venda simbólica de quilômetros, via internet, com o valor mínimo de R$ 5 cada quilômetro. O público acompanhava o atleta nas redes sociais,  com o passo a passo atualizado desta jornada.

Carlos Dias falou dos lugares que achou mais difícil atravessar. “Tive problemas no Rio de Janeiro, por conta das constantes brigas entre facções criminosas, além da quantidade de pessoas drogadas na linha amarela, local onde fui questionado por um viciado sobre meus óculos. Mas na conversa convenci o rapaz de não mexer comigo”, contou.

Ele também citou o Estado do Pará, região Norte do país, como ponto crítico. “Fiquei em alerta com as imprudências dos veículos nas estradas e cidades. Fiquei enjoado com o forte cheiro de animais mortos (em decomposição) durante o percurso”,  revela ele, informando também que Roraima (também região Norte) foi o local mais isolado, com sol muito forte e a alta umidade deixou o corpo do atleta mais lento.

O ultramaratonista revela que passar por Roraima só foi possível com a ajuda da companhia  do Tenente coronel Antero,  da Polícia Militar do Estado. “O Michael foi outra pessoa importante nesse percurso, porque nos acompanhou dirigindo o carro de apoio, para fornecer a hidratação e alimentos no trecho entre Boa Vista  e Pacaraima. Dormimos acampados na beira de rios ao longo da estrada, em comunidade indígena. Ficamos quase 100%  sem comunicação”, disse.

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Foto: Divulgação

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Para arrecadar recursos financeiros para o Graacc, Carlos Dias vendeu 2.800 km. Por achar pouco, o atleta vai continuar a campanha para arrecadar mais verbas com a realização de palestras, contando suas experiências, até atingir a meta desejada. Uma situação que deu tristeza no ultramaratonista foi ver de perto os refugiados à pé vindo para o Brasil, totalmente sem recursos. “Aprendi que não devo me apegar em hotéis de luxo, porque mesmo dormindo na rede em locais isolados, com total desconforto, o foco deve ser sempre no objetivo, o que faz cada passo ser valioso, em busca de atingir a meta estabelecida”, disse o atleta ao lembrar que a medalha é o contato com a natureza, e a fortaleza interior que ocorre, porque mesmo passando por vários caos, vem o gosto da vitória ao completar o desafio.

“Terminar a prova é mais que uma sensação de dever cumprido, é ver que a lama do meu tênis traz recordações incríveis de experiências de vida, de amigos que conquistei, e principalmente, ver o sorriso de cada criança que apostam todas as suas fichas na esperança de estarem vivas. Voltar para casa sem lesão  e sem incidentes e abraçar meu filho Vinícius, esses são os meus grandes troféus ”, conta.

 

Redação Webrun

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