Corredores diabéticos devem redobrar o cuidado com os pés

Carolina Abrantes | Corridas de Rua · 29 jun, 2023

13 milhões de brasileiros são diabéticos, de acordo com a Sociedade Brasileira de Diabetes, a doença acomete cerca de 6,9% da população nacional. E a diabetes muitas vezes traz com ela outros problemas de saúde, como é o caso da neuropatologia chamada pé de diabético.

Isso ocorre quando simples infecções e fungos nos pés de pessoas diabéticas causam desdobramentos mais sérios como a perda da sensibilidade, deformidades, limitação de mobilidade e até mesmo o risco de amputações, quando os nervos não funcionam normalmente e ficam dormentes.

Corredores diabéticos devem redobrar o cuidado com os pés

Foto: Adobe Stock

Uma forma de evitar complicações é manter os pés sempre limpos, observar e tratar qualquer tipo de ferimento. Os sintomas de quem tem pé diabético são dores e falta de sensibilidade. As dores costumam surgir ou piorar à noite no horário de repouso. Isso causa um grande impacto na qualidade de vida dos pacientes.

Mas ter diabetes não pode ser empecilho para praticar esportes, muito pelo contrário, em geral, os médicos recomendam atividades físicas e a corrida é uma delas. De acordo com estudos, os diabéticos que fazem exercício tendem a usar menos insulina, ter um controle maior da glicose no sangue, manter doenças cardiovasculares longe e ainda aumentar a qualidade de vida.

Para diabéticos praticantes de corrida são necessários alguns cuidados. Segundo o ortopedista Fábio Batista, especializado no tratamento do pé diabético, o exercício aeróbico é recomendado, mas algumas medidas de precaução para os pés são fundamentais para não ter problemas. “Um calçado adequado é o primeiro requisito básico e o seu uso deve ser enfatizado nos indivíduos com neuropatia periférica. É importante utilizar calçados com palmilhas especiais customizadas e meias de algodão brancas, para manter os pés secos e prevenir o aparecimento de bolhas ou lesões mais graves”, explica Dr. Fabio Batista.

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O especialista também destaca que outro ponto importante é a qualidade do tênis para caminhadas e corridas. “O calçado ideal deve ter um sistema de amortecimento nos calcanhares para se evitar lesões. Durante a atividade, ao tocar o solo com o calcanhar no início da passada, o valor do peso corporal é em torno de 100-110% neste local e ao correr pode subir para duas ou mais vezes. Uma pessoa normal, que joga em torno de 3500-4000 g/cm2 no calcanhar na caminhada pode aumentar este valor para até 7000-8000 g/ cm2. Em pessoas diabéticas, valores de pressão plantar em torno de 8000-10000g/cm2, são fatores predisponentes para abertura de úlcera plantar, uma das complicações que acometem o pé do diabético”, explica.

Ter diabete não deve ser desculpa para correr ou praticar outras modalidades, tomando os cuidados necessários, tendo a doença controlada e observando sempre o próprio corpo, a atividade física só traz mais saúde e qualidade de vida.

 

Carolina Abrantes

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Estudante de jornalismo, já metida a repórter. Encantada pelo mundo dos esportes e pela forma como eles podem mudar a vida das pessoas.