A maré alta foi uma constante na prova (foto: Alexandre Koda/ www.webrun.com.br)
No último sábado (25) a cidade de Florianópolis (SC) recebeu a 15ª edição do Revezamento Volta à Ilha, competição de 150 quilômetros que contou com 380 equipes e 3.500 atletas. Ouça algumas entrevistas de competidores e do pessoal da organização e confira um vídeo com alguns trechos da competição.
Lara Pavageau, que sofreu no trecho de acesso ao Forte São José, já participou de outras edições da prova, mas nunca neste percurso e conta que as pedras escorregadias foram o piro desafio. A atleta da Fonte Runners chegou a cair algumas vezes e sofreu pequenas escoriações na perna.
Eduardo Vallarde, da Argentina, disputou a prova pela equipe Race Training e relata que foi uma prova dura, muito cansativa, pois a recuperação é difícil. Segundo o atleta, que correu três trechos, em provas de ultra na Argentina em que se corre direto ele não se desgasta tanto como na Volta à Ilha.
Cláudio Fortes conta que teve que desviar da água na busca de uma melhor performance, mas a areia fofa impedia que ele fizesse um tempo bom. Apesar de não ter rendido o esperado e de todas as adversidades, ele acha que valeu a pena ter enfrentado mais uma edição da prova.
Janice Peixoto, que encarou o temido Morro do Sertão, comenta que a parte mais complicada foi enfrentar o trecho final de paralelepípedo, entre o fim do morro e o posto de troca. Ela representou a Velx Fitness, do Rio de Janeiro.
Organização – Sara Ribeiro, coordenadora do Posto de Troca da Praia Brava, comenta as dificuldades e curiosidades de seu trabalho. Atuando na competição desde 1997, ela começou como staff e hoje é a responsável por avisar o pessoal da cronometragem quais atletas estão chegando e saindo para o revezamento, além de organizar o público para que não atrapalhe o andamento dos trabalhos.
A Vice-Diretora da competição, Fátima Duarte, explica que a prova já é um sucesso tão grande, que a organização precisa limitar o número de participantes, montante que talvez não passe dos 3.500 atingido este ano. Segundo ela, o espaço físico da Ilha é limitado.
Por fim, Carlos Duarte, idealizador e Diretor Geral da competição, comenta sobre os problemas enfrentados em outras edições, desde a falta de patrocínio para as primeiras provas, até outros acontecimentos naturais, como chuva e vento. Segundo ele, um ciclone já chegou a varrer parte do percurso.
Após tantos desafios, completar a prova com todos os membros da equipes reunidos no pórtico de chegada da Avenida Beira Mar Norte foi um dos pontos altos da competição. O que se via era muita vibração, alegria e a sensação de dever cumprido. Durante todos os trechos alguns pensaram em desistir, mas o espírito de grupo falou mais alto.
Com os relatos dos competidores e dos organizadores, fica claro o porquê desta competição ter vencido por dois anos consecutivos de uma conceituada revista do mercado, o prêmio de prova de revezamento mais admirada. A cada ano que passa mais pessoas querem participar, mas é necessário um controle demográfico, motivo pelo qual existe um leilão de vagas e alguns times só conseguem a vaga após serem sorteadas.
A maioria não vê a hora de voltar a desafiar o próprio limite mais uma vez. Que venha a 15ª edição em 2010.
Este texto foi escrito por: Alexandre Koda