Carlos Dias passa dicas para quem vai correr no Deserto do Atacama

Redação Webrun | Corrida de Montanha · 17 jan, 2012

O Atacama possui terrenos irregulares (foto: Zandy Mangold/ Divulgação 4 Deserts)
O Atacama possui terrenos irregulares (foto: Zandy Mangold/ Divulgação 4 Deserts)

O experiente ultramaratonista Carlos Dias é conhecido pelos seus grandes feitos no mundo da corrida, como participar de provas nos quatro desertos mais extremos do planeta, entre eles o Deserto do Atacama, palco do Mountain Do no próximo dia 29. O paulista de São Bernardo do Campo passa algumas dicas para os corredores que vão enfrentar a prova de 42 ou 22 quilômetros.

“Esse é o deserto mais seco do mundo e a temperatura cai muito rápido por volta das 17h. Não é igual ao Saara, por exemplo, onde a temperatura muda aos poucos”, conta Carlos. “Eu senti muito essa mudança e, por isso, considero como o deserto mais difícil que já corri”, completa.

Uma dica importante segundo o ultramaratonista é levar, além do protetor solar, hidratante para os lábios. “Além do clima seco do deserto, há também o sal cristalizado que resseca muito os lábios”. Ele diz ainda que dois itens indispensáveis são chapéu com proteção para as orelhas e óculos escuros de boa qualidade para proteger os olhos da poeira e da luz solar intensa. “Outra dica é usar camisas de manga longa, que vão proteger de queimaduras”.

Carlos participou de uma prova com 250 quilômetros, o que lhe obrigava a imprimir um ritmo mais lento do que os participantes do Mountain Do, que correrão mais rápido e deverão ter atenção redobrada com a hidratação. “Não se pode bobear num local como esse, principalmente na hora de passar pelo Vale da Lua, ao lado dos cânions, onde os corredores vão entrar e sair do sol em diversos momentos”.

Sobre o trajeto, apesar de não conhecer exatamente o percurso por onde passará a prova, Carlos Dias afirma que o terreno do Atacama é irregular, com dunas, pedras, trechos de geleiras derretidas e até travessias de rios. “Por isso é importante escolher um calçado que propicie estabilidade, além de meias de algodão e poliamida, que suportam melhor o atrito com os pés”. Ele diz ainda que é necessário tomar cuidado para não formar bolhas nos pés ao passar por locais molhados e depois secos.

Estrutura local – A cidade de San Pedro de Atacama servirá como base para os corredores e, de acordo com Carlos Dias, todos serão muito bem recebidos e encontrão uma boa infraestrutura. “São pouco mais de três mil habitantes, mas a cidade é bem servida de restaurantes e hotéis com preços acessíveis. A conexão de internet também boa lá, pois existem mais de 50 Lan Houses”.

Carlos lembra ainda que durante à noite as temperaturas caem drasticamente, então casacos e roupas de frio devem fazer parte dos pertences na mala. “Caso alguém esqueça algum item pode comprar numa das lojas de aventura que existem na vila”, relata Carlos.

A cidade está localizada a 2.400m acima do nível do mar, mas ninguém deve sofrer com os efeitos da altitude. Carlos diz que os chilenos são acolhedores, gostam de brasileiros e as pessoas terão um fim de semana prazeroso. “No mais, eu digo para aproveitarem esse belo local. Os corredores terão uma experiência única e é legal voltar depois com a família para fazer os passeios turísticos”, finaliza Carlos Dias.

Este texto foi escrito por: Alexandre Koda

Redação Webrun

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