Para que eventos esportivos possam voltar a acontecer, em um primeiro momento, muitas medidas de segurança e higiene serão exigidas. Uso obrigatório de máscara em áreas comuns, medição de temperatura, álcool em gel e as novas cabines de desinfecção são alguns requisitos básicos que os eventos deverão apresentar. Tendo como exemplo a Maratona de Hamburgo, que irá acontecer em setembro de 2020, um rigoroso plano de higiene anti-Covid será testado, e pode trazer boas novas para a volta das corridas de rua.
A cabine de desinfecção, item citado no Protocolo para Retomada de Atividades Esportivas no Estado de São Paulo, é uma estrutura metálica ou inflável, dotada de um mecanismo de aspersão (borrifação) para a desinfecção de pessoas com o objetivo de prevenir ou reduzir o contágio pelo novo coronavírus e outros agentes microbiológicos. “Na parte interna, o dispositivo conta com a instalação de dispersores, posicionados estrategicamente na estrutura, que borrifam produtos sanitários sobre a cabeça e membros do corpo, e que se depositam sobre a pele, cabelo, roupas e acessórios das pessoas”, explica Cassiano Escudeiro, diretor científico do Grupo IPClin.
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Como as cabines de desinfecção funcionam?
Segundo Cassiano, as primeiras empresas que ofereceram esse sistema em áreas públicas, como estações de metrô, terminais de ônibus, supermercados, shopping centers e bancos, utilizavam produtos sanitizantes (desinfetantes) na aspersão. Esses produtos demandam registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), mas são indicados somente para a higienização de superfícies, não recomendados para a aplicação em humanos. Geralmente compostos de derivados de cloro, eles podem causar irritação em mucosas, alergias na pele e até mesmo queimaduras.
No entanto, atualmente, com a necessidade criada pela pandemia, foram criados produtos sanitizantes específicos para o uso tópico em humanos. Eles também são registrados pela ANVISA e estes sim são recomendados para uso sobre a pele. Chamado Eleva Clean, essa substância encontra-se disponível para utilização em cabines de desinfecção, e nada mais é do que um composto de uma solução antisséptica e hidratante, sua fórmula é estável, atóxica e biodegradável.
“Ao contrário de outros produtos à base de de cloro, ozônio e outros elementos irritantes, o antisséptico Eleva Clean se vale da clorexidina a uma concentração de 0,2%, para garantir a eliminação de organismos virais, como o da covid-19, além de outros patógenos. O produto elaborado pela empresa brasileira também possui secagem rápida e uma fragrância suave, além de hidratar pele e cabelos”, complementa Escudeiro.
Em sua funcionalidade, as cabines abrigam uma pessoa por vez e a desinfecção leva aproximadamente 3 segundos para ser completada. Somente em casos extremos, como em hospitais e empresas frigoríficas, que requerem um cuidado maior, o processo pode ser mais demorado.
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As cabines de desinfecção podem contribuir muito para a segurança dos participantes de uma corrida de rua, por exemplo. No entanto, ela deverá ser utilizada como ferramenta complementar aos cuidados sanitários. Isso significa que a cabine ajuda a eliminar os microrganismos aderidos à superfície da pele, das roupas e acessórios, mas não garante que a pessoa já contaminada e assintomática, não dissemine o vírus a outros participantes. Por esse motivo, no caso desses eventos, recomenda-se a utilização das cabines, aliada ao uso de máscaras, limpeza das mãos, e à obediência das regras de distanciamento social.
*Fonte: Cassiano C. Escudeiro, formado em química pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCAR) e Diretor científico do Grupo IPClin, Pesquisa Clínica Integrada.