Brasileira Rosália Camargo comemora o terceiro lugar na K42 Argentina

Redação Webrun | Maratona · 18 nov, 2011

Rosália teve dificuldades para enxergar em alguns momentos (foto: Arquivo Pessoal)
Rosália teve dificuldades para enxergar em alguns momentos (foto: Arquivo Pessoal)

A etapa final do Circuito K42 aconteceu no último sábado (12/11) na cidade de Villa La Angostura, localizada a 85 quilômetros da tradicional Bariloche, no coração da Patagônia argentina. A brasileira Rosália Camargo desafiou as favoritas ao título e chegou em terceiro lugar, colocação muito valorizada e comemorada pela carioca.

“Durante um bom trecho da prova fiquei em sexto lugar, então foi uma prova de recuperação total”, conta Rosália, que sofreu com as cinzas do vulcão Puyehue. “Na quinta-feira estava um dia lindo, sexta o vulcão começou a mostrar sua força e no sábado estava bem cinzento. Eu uso lentes de contato, então no fim da prova não estava enxergando direito”, relata.

Rosália conta que na largada havia muita gente, o que impediu uma saída rápida, mas ao longo do percurso ela começou a ultrapassar as adversárias até chegar à quarta colocação na primeira descida do trajeto. “Nessa hora vi uma pessoa de cabelo comprido na minha frente e pensei que fosse a terceira colocada. Mas era um homem”, relembra a corredora.

Como ela tinha acelerado para buscar a terceira colocada antes de se deparar com o corredor homem, conseguiu enfim alcançar a adversária e passou a lutar pela segunda colocação. “Eu estava perto da segunda, mas chegamos numa subida muito técnica e não consegui ultrapassá-la”, conta. “A primeira colocada eu nem vi, ela correu muito”, completa.

Já que não foi possível avançar mais uma colocação, ela se concentrou em manter o terceiro lugar e garantir uma vaga no pódio. “A quarta colocada foi guerreira, deu muito combate”, elogia a brasileira, que trabalha como arquiteta e nas horas vagas arruma tempo para treinar. “Acho que dessa vez exagerei um pouco nos treinos, porque cheguei na prova com dores no pé e também um pouco gripada”, lamenta a corredora que vai e volta do escritório correndo e usa os fins de semana para fazer os “longões”.

Público – A cidade de Villa La Angostura sofreu muito com as cinzas do vulcão principalmente na temporada de inverno, época em que muitos turistas lotam a rede hoteleira e procuram a estação de esqui Cerro Bayo. Com a região esvaziada na temporada, a realização da corrida foi uma forma dos moradores mostrarem que estão se recuperando e prontos para receber visitantes no verão, motivo pelo qual muita gente foi para as trilhas aplaudir os corredores.

“Em todo o percurso havia pessoas nos incentivando. E o legal de correr no exterior é que muita gente via que eu era brasileira e aplaudia ainda mais e gritava ‘vai Brasil, vai Brasil’”. Rosália venceu a etapa brasileira do K42, em agosto, e como premiação ganhou passagem, hospedagem e inscrição para correr na Argentina. “O pessoal da Bombinhas Runners (organização da etapa brasileira) providenciou tudo e não precisei ter dor de cabeça com nada. Foram perfeitos”, salienta a carioca.

Essa foi a primeira vez que ela disputou a prova em Angostura e se disse muito satisfeita com o resultado final. “Foi uma prova muito difícil, com disputas intensas o tempo todo, então esse terceiro lugar foi muito valorizado”, finaliza a maratonista que conquistou seu quarto pódio no ano. Além da vitória na K42 em Bombinhas, ela também venceu as etapas de Mangaratiba e Ilhabela do XTerra Endurance 50 km.

O calendário de 2012 ainda está em fase de planejamento, mas ela pretende competir algumas provas longas no exterior, além da K42 Bombinhas mais uma vez. O grande objetivo, porém, é se qualificar para disputar a Ultramaratona do Monte Mont Blanc, considerada uma das mais difíceis do mundo, com seus 166 quilômetros e 9.500 metros de elevação.

Este texto foi escrito por: Alexandre Koda

Redação Webrun

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