Todas as pessoas que começam um esporte têm alguns objetivos que desejam alcançar, e com a corrida não é diferente. Os atletas querem correr mais quilômetros, melhorar o seu tempo, ter uma performance cada vez melhor. E, muitas vezes, mesmo seguindo a planilha corretamente e sendo disciplinado, parece que algo não os deixa se desenvolver. Esse “algo” pode não ter a ver com os treinos físicos, mas sim com a mente, nos mecanismos silenciosos da autossabotagem.
A autossabotagem aparece quando, inconscientemente, agimos contra nossos próprios objetivos. Isso pode acontecer por meio de comportamentos que limitam o progresso: perder treinos importantes, começar uma prova num ritmo imprudente, desistir por medo de não conseguir, comparar-se o tempo todo com os outros, duvidar do próprio preparo e dos próprios treinos. Essas atitudes, muitas vezes inconscientes, podem ser frutos de crenças limitantes — muitas vezes ligadas à ideia de não merecer o sucesso, de ter medo do julgamento das pessoas, ou mesmo medo de falhar e até de vencer.
A autossabotagem se disfarça em vários comportamentos. Veja se você se identifica com alguns desses exemplos:
1) “Hoje não é um bom dia para treinar” — você adia treinos desafiadores.
2) “Se eu não terminar, pelo menos não me esforcei tanto” — você alivia a cobrança antes mesmo de tentar, por medo de se frustrar.
3) Suas comparações te destroem e te paralisam, minando sua confiança.
4) “Preciso estar em condições perfeitas para fazer essa prova” — seu perfeccionismo te mostra que você nunca estará pronto o suficiente.
5) “Se eu for bem, terei que performar sempre desta forma” — esse é o medo do sucesso e das cobranças.
A corrida revela a verdade emocional de quem nós somos. Não dá para se esconder quando a mente está em guerra com a autoestima. O corpo obedece à mente. Se você acredita, mesmo inconscientemente, que não merece, não pode ou não tem capacidade, seu comportamento vai dar um jeito de confirmar essa crença. O ciclo mental de tentar, se frustrar, se cobrar demais e, por fim, desanimar, repete o padrão. Cada pequena derrota parece uma confirmação de que “não nasceu pra isso”. O inimigo não está na capacidade, mas na forma como você se trata internamente.
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Mas como quebrar esse ciclo de autossabotagem? Se conscientize e reconheça os padrões repetitivos. Anote, se observe nos treinos e nas provas. Mude seu diálogo interno — troque o “eu não sou bom o bastante” por “estou fazendo o meu melhor e aprendendo a lidar com todas as minhas emoções na corrida”. Comemore suas pequenas conquistas — cada treino, cada tentativa é uma vitória. Trabalhe suas crenças limitantes. Busque um psicólogo do esporte, pois a mente também precisa de treino. Esse profissional poderá te ajudar.
A corrida é uma jornada de superação — não apenas em quilômetros, mas também interna. Superar seus sabotadores internos é tão importante quanto melhorar o seu pace ou aumentar sua resistência. Quando sua mente corre a seu favor, você descobre uma nova força dentro de si. A verdadeira jornada da corrida começa quando você para de lutar contra si mesmo e passa a correr com quem você é, com leveza, verdade e autoconfiança.