Carlão manifestou receio mas gostou do novo percurso (foto: Paulo Gomes/ www.webrun.com.br)
Quando a organização da Corrida Internacional de São Silvestre anunciou as mudanças no percurso para a 87ª edição, a comunidade corredora protestou contra o fim da tradicional chegada na Avenida Paulista. Para os cadeirantes, no entanto, houve receio por outro motivo.
Por ser um trajeto novo, o fato de não conhecerem as descidas que iriam enfrentar trouxe apreensão aos competidores das cadeiras de rodas. Se tiver muita curva complica, temos que maneirar na velocidade senão a cadeira capota e podemos nos machucar, alerta Heitor Mariano dos Santos.
Carlos Neves, o Carlão, também revelou preocupação quando questionado. Estão me deixando assustado. Eu já conhecia o percurso, agora vou pegar descidas que não conheço. Não sei até quanto vou poder soltar, então vou fazer a prova sem pensar tanto em tempo, revela.
As novas descidas, no entanto, foram tranquilas: apesar de íngreme, a Major Natanael tem apenas uma curva, bem aberta, e a Brigadeiro Luís Antônio é reta. Com descida reta, sem curvas, é até vantagem para nós. Dá para soltar legal e até dar uma descansada, explica Heitor.
Segundo Carlão, o fato de a subida na Brigadeiro ser agora no meio da prova e não no final é outro ponto positivo para eles. Facilita, entramos um pouco mais descansados na subida e vamos para a descida, afirma.
Medo de chuva – Para os cadeirantes, o maior obstáculo é a chuva. A previsão para a São Silvestre deixou todos em alerta. A gente usa uma luva com borracha especial para girar a roda. Quando chove passamos uma cola, mas no decorrer da prova, ela vai descolando com a água e escorregando, ilustra Heitor. Com a luva molhada, há menos aderência para fazer a roda girar. Chuva junto com subida complica, nosso esforço é em dobro, esclarece.
Carlão concorda. Chuva atrapalha demais. Chega no quinto, sexto quilômetro e não tem mais cola. Para a felicidade dos paraatletas, a tempestade que assolou a São Silvestre só começou a cair no final da prova da elite feminina, quando a corrida dos cadeirantes já tinha terminado.
Confira o resultado dos cadeirantes na 87ª São Silvestre:
Categoria Feminina
1ª Angelina Nascimento da Silva 1h35min26
Categoria Masculina
1º Jaciel Antônio Paulino 47min08
2º Carlos Neves 49min36
3º Heitor Mariano dos Santos 53min17
Este texto foi escrito por: Paulo Gomes