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Pan 2007 conta com moderno sistema antidoping

Atletismo · 18 jul, 2006

O Comitê Organizador dos jogos Pan-americanos Rio 2007 recebeu treinamento para a utilização de um moderno sistema antidoping que será aplicado durante as competições. Karam Birdi, Diretor de Tecnologia da Informação da Agência Mundial Anti-Doping (WADA) executou o treinamento no programa ADAMS, Sistema de Administração e Gerenciamento Antidoping, nos membros da equipe.

Esse sistema foi desenvolvido pela Agência Mundial em dezembro de 2005 e será utilizado pela primeira vez no Pan de forma integrada entre o Comitê Organizador, médicos das delegações e o laboratório responsável pelos exames. Até o início das competições, toda a equipe receberá treinamento e aperfeiçoamento para a utilização do programa.

Dr. Eduardo De Rose, diretor do Departamento antidoping do Comitê Olímpico Brasileiro (COB) e membro fundador da WADA, acredita que o novo sistema servirá para agilizar os processo. “Com este sistema será possível integrar todas as áreas via internet. Teremos informações em tempo real", afirma De Rose, que também é presidente da Comissão Médica da Organização Desportiva Pan-americana (ODEPA).

O ADAMS possibilita o armazenamento de informações sobre os atletas, a forma como devem ser submetidas as avaliações, quantos membros devem ser submetidos aos exames e quais devem ser feitos, além de outros detalhes de planejamento e controle. O sistema também permite comparar os resultados recentes com informações anteriores.


Pan 2007 conta com moderno sistema antidoping

Atletismo · 18 jul, 2006

O Comitê Organizador dos jogos Pan-americanos Rio 2007 recebeu treinamento para a utilização de um moderno sistema antidoping que será aplicado durante as competições. Karam Birdi, Diretor de Tecnologia da Informação da Agência Mundial Anti-Doping (WADA) executou o treinamento no programa ADAMS, Sistema de Administração e Gerenciamento Antidoping, nos membros da equipe.

Esse sistema foi desenvolvido pela Agência Mundial em dezembro de 2005 e será utilizado pela primeira vez no Pan de forma integrada entre o Comitê Organizador, médicos das delegações e o laboratório responsável pelos exames. Até o início das competições, toda a equipe receberá treinamento e aperfeiçoamento para a utilização do programa.

Dr. Eduardo De Rose, diretor do Departamento antidoping do Comitê Olímpico Brasileiro (COB) e membro fundador da WADA, acredita que o novo sistema servirá para agilizar os processo. “Com este sistema será possível integrar todas as áreas via internet. Teremos informações em tempo real", afirma De Rose, que também é presidente da Comissão Médica da Organização Desportiva Pan-americana (ODEPA).

O ADAMS possibilita o armazenamento de informações sobre os atletas, a forma como devem ser submetidas as avaliações, quantos membros devem ser submetidos aos exames e quais devem ser feitos, além de outros detalhes de planejamento e controle. O sistema também permite comparar os resultados recentes com informações anteriores.

Marílson treina para provas curtas do Pan 2007

Corridas de Rua · 07 jul, 2006

O atleta Marílson Gomes não tem participado com freqüência de competições e uma de suas últimas provas foi o Meeting de Kassel (Alemanha), no início do mês de junho. Isso se deve ao fato de estar treinando regularmente com seu treinador, Adauto Domingues, que explica a atual situação do corredor.

“O Marílson está bem, fez um trabalho para o começo do ano pra melhorar os resultados de pista, que foram alcançados com êxito”, conta. “Aí ele tinha um planejamento de uns dias de descanso, pois ficou num estresse grande para conseguir resultados, mas já está voltando”.

Atualmente Marílson é o melhor brasileiro no ranking da IAAF (Federação Internacional de Atletismo) na categoria Maratonas, com o tempo de 2h08min48. Adauto comenta que essa marca praticamente garante a participação de seu pupilo no Pan 2007 e, por isso, o objetivo principal agora é participar de corridas mais curtas.

“O Pan na verdade não é índice, vão os dois primeiros de cada categoria. Então, é só ele se manter entre os dois primeiros, que não vai ter problemas”, comentou o técnico. “O objetivo é colocá-lo em provas de cinco e 10 mil metros”.

Para manter o ritmo e avaliar o progresso dos treinamentos, Marílson deve disputar uma maratona internacional no segundo semestre. “Ele vai fazer uma maratona rápida, Nova York, Chicago ou Berlim”, comentou Adauto.

Quanto à provas de curta distância no Brasil, ele ainda vai definir junto com o atleta, quais vai competir. “Ele vai treinar mais umas duas ou três semanas e, dependendo de como ele reagir, é que a gente estabelece as provas intermediárias”.


Marílson treina para provas curtas do Pan 2007

Corridas de Rua · 07 jul, 2006

O atleta Marílson Gomes não tem participado com freqüência de competições e uma de suas últimas provas foi o Meeting de Kassel (Alemanha), no início do mês de junho. Isso se deve ao fato de estar treinando regularmente com seu treinador, Adauto Domingues, que explica a atual situação do corredor.

“O Marílson está bem, fez um trabalho para o começo do ano pra melhorar os resultados de pista, que foram alcançados com êxito”, conta. “Aí ele tinha um planejamento de uns dias de descanso, pois ficou num estresse grande para conseguir resultados, mas já está voltando”.

Atualmente Marílson é o melhor brasileiro no ranking da IAAF (Federação Internacional de Atletismo) na categoria Maratonas, com o tempo de 2h08min48. Adauto comenta que essa marca praticamente garante a participação de seu pupilo no Pan 2007 e, por isso, o objetivo principal agora é participar de corridas mais curtas.

“O Pan na verdade não é índice, vão os dois primeiros de cada categoria. Então, é só ele se manter entre os dois primeiros, que não vai ter problemas”, comentou o técnico. “O objetivo é colocá-lo em provas de cinco e 10 mil metros”.

Para manter o ritmo e avaliar o progresso dos treinamentos, Marílson deve disputar uma maratona internacional no segundo semestre. “Ele vai fazer uma maratona rápida, Nova York, Chicago ou Berlim”, comentou Adauto.

Quanto à provas de curta distância no Brasil, ele ainda vai definir junto com o atleta, quais vai competir. “Ele vai treinar mais umas duas ou três semanas e, dependendo de como ele reagir, é que a gente estabelece as provas intermediárias”.

Maratona de São Paulo será válida para o Pan 2007

Maratona · 30 mar, 2006

A Maratona de São Paulo desse ano servirá como evento preparatório para o Pan-Americano do Rio de Janeiro em 2007. A competição paulista também é valida para o ranking brasileiro que qualificará os atletas para a Maratona do Pan. Isso porque as provas realizadas entre os dias primeiro de janeiro deste ano e 22 de abril de 2007 serão levadas em conta.

Ao todo os dois atletas melhores colocados no masculino e no feminino serão convocados e representarão o país no Pan. Até agora o Brasil já ganhou duas medalhas de ouro nos Jogos Pan-Americanos de Santo Domingo e da Republica Dominicana.

Maratona SP - As inscrições para a 12ª edição da Maratona de São Paulo já estão abertas e podem ser feitas pelo site: www.maratonadesaopaulo.com.br. Além da maratona, o evento contará com corrida de 10km, 5km e caminhada.


Maratona de São Paulo será válida para o Pan 2007

Maratona · 30 mar, 2006

A Maratona de São Paulo desse ano servirá como evento preparatório para o Pan-Americano do Rio de Janeiro em 2007. A competição paulista também é valida para o ranking brasileiro que qualificará os atletas para a Maratona do Pan. Isso porque as provas realizadas entre os dias primeiro de janeiro deste ano e 22 de abril de 2007 serão levadas em conta.

Ao todo os dois atletas melhores colocados no masculino e no feminino serão convocados e representarão o país no Pan. Até agora o Brasil já ganhou duas medalhas de ouro nos Jogos Pan-Americanos de Santo Domingo e da Republica Dominicana.

Maratona SP - As inscrições para a 12ª edição da Maratona de São Paulo já estão abertas e podem ser feitas pelo site: www.maratonadesaopaulo.com.br. Além da maratona, o evento contará com corrida de 10km, 5km e caminhada.

Seletiva do Pan: certo ou errado?

Maratona · 03 abr, 2003

Técnicos do Brasil e exterior avaliam a seletiva para a maratona do Pan a 88 dias da prova

Dia 13 de dezembro de 2002. Quando a maioria dos países com tradição no esporte já conhecia os critérios que prevalecerão para a formação de equipes para os Jogos Olímpicos de 2004, o Conselho Técnico da Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt) estava decidindo os critérios e índices para as provas de atletismo dos Jogos Pan-Americanos de Santo Domingo, em agosto próximo, na República Dominicana.

Naquele 13 de dezembro muita coisa mudou. Depois de anos em que os critérios para a formação das seleções brasileiras levavam em conta os melhores índices técnicos, era lançada a proposta para se considerar a Maratona de São Paulo como seletiva para uma das duas vagas para o Pan. A outra seguiria o conceito de melhor índice. A alteração causou surpresa pra a grande maioria de atletas e treinadores.

A mudança de tendência e o surgimento de um novo critério faltando apenas sete meses para o Pan e pouco mais de quatro meses para a seletiva complicou a vida de muita gente. Fez com que inúmeros atletas e técnicos tivessem que alterar radicalmente a programação.
Alguns tinham iniciado os preparativos para outras maratonas em fevereiro, março ou abril e teriam que mudar ou interromper planos.

Confira nos links abaixo as polêmicas geradas pela decisão da Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt).

A SuperAção ouviu treinadores nacionais sobre a proposta da Maratona de São Paulo como seletiva lançada em meados de dezembro (sendo que muitos só tomaram conhecimento da mesma durante o mês de janeiro) e registra algumas opiniões:

O técnico Clodoaldo Lopes do Carmo sugere que o anúncio da seletiva tem que ser feito com 10 meses de antecedência, enquanto Marco Antonio de Oliveira cita que o prazo teria que ser de oito meses. Nelson Evêncio sugere uma antecedência mínima de cinco meses e o baiano Gilmário Mendes, apesar de concordar com a indicação da Maratona de São Paulo, entende que a consulta e decisão deveria estar definida até setembro, e não em dezembro, do ano anterior ao Pan.

O Brasil havia adotado uma vez, em 1996, o critério de prova seletiva numa maratona do Rio e o desfecho foi polêmico. Valdenor dos Santos, que pelo critério de índice teria a terceira vaga olímpica, acabou preterido, obviamente com protesto à CBAt. Para a maioria dos treinadores, a data do o anúncio do critério é o mal menor, apontado como fruto do improviso que rege o esporte brasileiro. O pior é que enquanto as maiores forças do atletismo sabiam qual será o critério de seleção para a Olimpíada de 2004, o Brasil começava a lançar um modelo para o Pan de 2003.

Outro ponto de discórdia é a necessidade ou viabilidade de se fazer uma seletiva para a maratona. Para uma avaliação criteriosa, SuperAção consultou especialistas de países que tem conquistado medalhas olímpicas e mundiais. Tudo isso sem esquecer os exemplos nacionais. A única medalha brasileira na maratona em um Mundial é fruto do critério de índice, com Luiz Antonio dos Santos, em Gotemburgo, 1995. Na Copa do Mundo de Maratona de 1997, em Atenas, quando o Brasil foi medalha de bronze por equipes, a escolha dos atletas também foi apenas por índices.

O Japão, que tem obtido excelentes resultados nas grandes competições, seleciona os atletas observando o resultado de três provas, todas no Japão, tanto no masculino como no feminino. A informação é de Ken Nakamura, estatístico e correspondente da IAAF (Federação Internacional de Atletismo) no país. A Itália, segundo Massimo Magnani, técnico de Giacomo Leone, campeão da Maratona de Nova York de 1996, não fará seletiva. Escolherá seus representantes baseados em atuações recentes.

O treinador nacional de maratonas de Portugal, Antonio Sousa, diz que fazer uma prova de seleção é impensável. Os portugueses são reconhecidos internacionalmente pelas inúmeras medalhas conquistadas em maratonas de Jogos Olímpicos e Campeonatos Mundiais e escolhem seus atletas baseados nas marcas obtidas.

O espanhol Miguel Mostaza, manager dos melhores maratonistas espanhóis, diz que no país não se pensa em fazer seletivas. E vai além. Garante que se um espanhol chegar entre os oito primeiros num Campeonato Mundial, Europeu ou Jogos Olímpicos tem assegurado um lugar na competição seguinte. As demais vagas serão sempre dos melhores tempos obtidos no ano, com a observação de que as marcas deverão ser obtidas em maratonas de nível e reconhecimento. Mostaza acrescenta que o Brasil não tem uma quantidade de maratonistas de elite tão grande para correr o risco de queimar os melhores atletas. Aponta calor e umidade, típico dos trópicos, como fatores a mais de risco.

Stephane Franke foi duas vezes medalha de bronze no Campeonato Europeu e quarto colocado no Mundial de 1993. Hoje é técnico diz que na Alemanha a escolha dos maratonistas se faz baseada apenas em índices.

Frederico Rosa, que trabalha no grupo do pai, Gabriele Rosa, como manager e técnico de diversos atletas de destaque, como Paul Tergat, lembra que o Quênia segue o padrão internacional. Mesmo com a quantidade de atletas de alto nível que tem, o país não faz seletiva. Ele também acredita que o Brasil não deveria seguir neste caminho por não ter uma quantidade tão grande de atletas de nível para a maratona. O melhor seria escolher pelas marcas obtidos.

A ASA (Athletics South África) tem um sistema de seleção complexo, conforme explica Molatelo Malehopo. Estabelece índices ‘A’ mais fortes para a maratona (2h11 no masculino e 2h32 no feminino) e o prazo para os índices terminará em 30 de abril. Os campeões sul-africanos de maratona terão vaga garantida desde que não façam tempos acima do índice nacional. O restante da equipe será formada entre os que obtiverem os tempos e desde que tenham participado do campeonato Sul-Africano de Meia Maratona ou outra meia maratona reconhecida pela ASA, na mesma época como avaliação final

O Canadá adota uma posição oposta a que o Brasil. Faz seletiva para todas as provas do atletismo, exceto para a maratona e os 50 km de marcha, nas quais os atletas são escolhidos por índices. A França convocou dois atletas baseada em atuações no último Campeonato Europeu. Os demais atletas, para serem convocados, terão que atingir as marcas pré-estabelecidas até 28 de abril.

Enquanto a maioria dos países que vem obtendo mais medalhas em Mundiais e Jogos Olímpicos não adota a estratégia de provas seleção, a exceção são os Estados Unidos, que o faz em todas as modalidades. O norte-americano Frank Shorter passou por seletivas antes de ganhar medalha de ouro na maratona dos Jogos Olímpicos de 1972, em Munique, e prata em 1976, em Motreal. Em 72, venceu ‘as classificatórias’ dois meses antes e se confessa um defensor da seletiva única para todas as vagas, não apenas parcial, como será no Brasil. Shorter, em mensagem à SuperAção, não precisou qual a antecedência mínima que julga necessária para a disputa, mas recomendou cautela quando se introduz política e elemento humano que trabalham contra os atletas, sobretudo os emergentes ao status de elite. Shorter entende que apenas as seletivas para todas as vagas retiram a influencia política.

Entre os técnicos brasileiros ouvidos, manifestaram-se favoráveis à seletiva: Gilmário Mendes (com a ressalva de que deveria ter sido decidida em setembro), Henrique Viana (contrario ao prazo de 90 dias, apesar de dizer ser possível, mas não o recomendável), e José Luis Marques. Manifestaram-se contra: Adauto Domingues, Marco Antonio Oliveira, Ricardo Antonio D’Angelo e Clodoaldo do Carmo.

Apesar de considerar válida uma seletiva, por dar chances a todos os atletas que só competem no Brasil, o técnico Jorge de Augustini Oliveira, o Filé, declarou que os dois melhores Índices deveriam ser os escolhidos, independente de seletiva. Afinal, a corrida é um esporte individual.

O maior foco da polêmica é o prazo de antecedência de menos de 90 dias entre a seletiva, na Maratona de São Paulo, e a prova nos Jogos Pan-Americanos. Neste ponto há grande convergência de opiniões: para a maioria, o período é insuficiente para a recuperação plena de qualquer atleta.

Com larga experiência com quenianos, inclusive Paul Tergat, o italiano Frederico Rosa considera que em 88 dias ninguém conseguirá se recuperar e se preparar de forma adequada para uma nova maratona. David Monti, editor do semanário Race Results Weekly e coordenador de elite da Maratona de Nova York, considera uma loucura fazer uma seletiva na distância completa para uma corrida 88 dias após. Indica um intervalo de, no mínimo, quatro meses. O treinador português Antonio Sousa também considera que o intervalo nunca deverá ser inferior a 120 dias.

O italiano Massimo Magnani afirma que o intervalo de 88 é muito perigoso por ser pouco tempo para se recuperar e preparar novamente para outra maratona. Para ele, se o atleta estiver bem na seletiva, dificilmente estará tão bem no Pan. Para os sul-africanos, qualquer maratonista, mesmo que já qualificado, que corra uma prova acima de 21.1 km depois de 30 de abril perderá automaticamente a qualificação.

Stephane Franke diz que sua experiência como técnico e atleta o coloca em oposição à seletiva com intervalo inferior a 120 dias. Não haveria tempo de recuperação e retomada dos treinos para um nível ainda superior ao que deverá apresentar na competição. O alemão lembra que os EUA usavam seletivas com prazos inferiores a três meses no passado. Na época, o importante era ser selecionado. Atingia-se o pico na seletiva e ia-se às grandes competições com visível desgaste físico e, sobretudo, psicológico.

O espanhol Mostaza acredita que o atleta, para produzir o máximo numa grande competição, tem que se dedicar a uma preparação minuciosa, detalhada, sem se desgastar demasiado com muitas provas ou disputas desgastantes. O japonês Nakamura atesta que, pessoalmente, não acha uma boa idéia a seletiva apenas 88 dias antes. E lembra que se em um passado distante era uma norma, a evolução das técnicas de treinamento torna provavelmente impossível obter resultados mantendo um intervalo tão curto entre seleção e prova.

Uma breve análise na evolução da maratona, desde o início dos Jogos Olímpicos da Era Moderna, mostra as diferenças. Em 1886, a Grécia fez suas seletivas a 28 e a 14 dias da maratona olímpica. Há 30 anos, os Estados Unidos faziam seletivas com cerca de dois meses de antecedência. Hoje, os EUA adotam um prazo mais adequado em relação às provas mais importantes. Tanto, que para o Mundial de 2003, em agosto, a seletiva masculina foi em 8 de fevereiro e a feminina será dia 5 de abril, seis e quatro meses de antecedência, respectivamente. Para os Jogos Olímpicos, os EUA definiram as datas das seletivas. Serão 7 de fevereiro para a masculina e 4 de abril para a feminina. Com quatro meses de antecedência no feminino e seis meses no masculino.

O técnico Adauto Domingues, que tem apresentado excelente perfomance com fundistas, teve que mudar os planos de estréia do Marílson Gomes dos Santos em maratonas. Contava que as duas vagas seriam escolhidas pelos melhores índices, como tem sido a prática da CBAt. Adauto afirma que se correr duas maratonas em menos de 90 dias já seria difícil em condições normais, pior nesse caso. Conhecendo as condições de São Paulo e Santo Domingo, duas provas de desgaste físico superior de condições climáticas e de altimetria favoráveis, acredita que os que fizerem ambas provas poderão sofrer uma queda de rendimento no Pan.

Marco Antonio Oliveira também é contra o prazo e diz que o ideal seria conhecer os atletas selecionados com seis meses de antecedência para que pudessem, com apoio do COB, fazer um treinamento especifico para o Pan. Henrique Viana afirma que “não é recomendável um espaço de 90 dias entre uma maratona e outra, mas é possível fazer isso sem que prejudique o atleta, considerando suas características próprias e fazendo uma analise das competições que irá fazer e desde que tenha uma equipe competente acompanhando.”

Clodoaldo Lopes do Carmo é mais um contrário à seletiva com menos de 90 dias de antecedência. Ele lembra que o percurso da Maratona de São Paulo deverá ser difícil e o clima provavelmente não será adequado, dificultando ainda mais a recuperação do atleta.

José Luís Marques acha que o prazo é curtíssimo para um amador, mas possível para atletas de alto nível e lembra as vitórias de Márcia Narloch em duas maratonas em finais de semana consecutivos e de Marizete Rezende, que venceu cinco maratonas em um ano. Por outro lado, essa pode ser a razão pela qual os recordes da Carmem de Oliveira ainda estão por ser batidos. Enquanto no fundo masculino alguns atletas brasileiros obtiveram atuações de destaque internacional, como Ronaldo da Costa, Vanderlei Cordeiro de Lima, Luís Antonio dos Santos, entre outros, no feminino, talvez devido ao excesso de participações das atletas, não se tem uma grande marca no atletismo feminino desde Carmem.

O Diretor Técnico da CBAt, João Paulo Alves da Cunha, manifestou-se com relação ao prazo de 88 dias dizendo que consultou, por telefone, médicos e nutricionistas e, segundo eles, respeitando-se os princípios biológicos, individualidade, treinamento, etc, o ideal seria até três maratonas por ano. Mas que às vezes isso não ocorre, sobretudo devido aos interesses econômicos e de premiações, e que tudo depende da recuperação dos atletas por meio dos carbohidratos. O técnico Filé acha possível o atleta de alto rendimento correr duas maratonas em 90 dias, sobretudo se uma delas for mais fraca ou usada como treinamento.

O técnico Luiz Alberto de Oliveira, Técnico Nacional da CBAt e que mora nos Estados Unidos, afirmou que é possível correr duas maratonas neste intervalo, considerando o nível das duas competições. Considera que competir na Maratona de São Paulo é difícil devido ao percurso e ao clima, mas não vê muito problema em recuperar-se e estar pronto para competir no Pan, já que o nível da competição não vai ser tão alto. "Tanto o Vanderlei como um outro atleta nosso poderão representar muito bem o Brasil no Pan." Lembrando que os melhores atletas norte-americanos e canadenses darão prioridade à Maratona do Mundial, que será logo a seguir, Luiz Alberto diz que os maiores adversários do Brasil serão os bons atletas da América do Sul e do Norte que não derem prioridade ao Mundial de Paris. E concluiu: "Vejo com bons olhos a participação dos nossos atletas que optarem pelo Pan.

Ricardo D’Angelo - técnico do melhor maratonista brasileiro da atualidade, Vanderlei Cordeiro de Lima - afirma categoricamente ser contrário ao uso da Maratona de São Paulo como seletiva, pois o prazo é exíguo. “Tenho como referência (e podemos encontrar em diferentes literaturas sobre o assunto) ciclos preparatórios para maratona entre 12 a 16 semanas. Este período é adequado para adaptações do organismo do atleta ao treinamento introdutório e demais fases do macrociclo completo. Não podemos exigir que os atletas se desgastem na seletiva ,comprometendo-se com a competição principal.” Ele acrescenta que não é por acaso que as grandes maratonas do calendário internacional estejam separadas por 5 a 6 meses. “Além disso, 90% dos corredores de alto nível realizam duas Maratonas por ano. Correm poucas vezes, mas com grandes resultados. Ao contrário de alguns atletas brasileiros, que estão correndo várias maratonas por ano, mas com resultados técnicos muito fracos.”

Esta matéria não tem a intenção de provocar a mudança do critério aprovado, uma vez que a CBAt tem delegação do COB para fazer o critério de seleção. Somos favoráveis a respeitar sempre a hierarquia e as normas vigentes. O intuito foi mostrar, de forma clara, que deixamos a decisão do critério seletivo da maratona do Pan para a undécima hora, quando muitos dos atletas e técnicos haviam traçado e iniciado suas estratégias e os demais países estavam com a política de seleções dos Jogos Olímpicos de 2004 definidas.

Pretendemos também mostrar que, além dos Estados Unidos, apenas o Brasil e a África do Sul farão uma prova seletiva e, mesmo assim, apenas para uma das vagas, o que demonstra falta de segurança no critério aprovado. Se bem que para os sul-africanos, o ganhador do Campeonato Nacional terá que cumprir um índice mínimo. Outros países com tradição e conquistas mundiais e olímpicas não fazem seletivas, como Espanha, Portugal, Quênia, Alemanha, Japão, Etiópia, Itália, entre outros.

Finalmente, desejamos mostrar a opinião dos mais diferentes técnicos, correntes e países a respeito dos 88 dias de intervalo entre a nossa seletiva e o Pan, deixando ao leitor a interpretação do que pode ser o certo ou o errado.

Agora nos resta torcer para que os atletas que representarão o nosso país obtenham, em Santo Domingo, o mesmo desempenho que em Winnipeg, quando os três maratonistas retornaram com medalhas no peito em 100% de aproveitamento. Ainda mais sabendo que o nível da competição estará bem favorável aos nossos atletas.


Seletiva do Pan: certo ou errado?

Maratona · 03 abr, 2003

Técnicos do Brasil e exterior avaliam a seletiva para a maratona do Pan a 88 dias da prova

Dia 13 de dezembro de 2002. Quando a maioria dos países com tradição no esporte já conhecia os critérios que prevalecerão para a formação de equipes para os Jogos Olímpicos de 2004, o Conselho Técnico da Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt) estava decidindo os critérios e índices para as provas de atletismo dos Jogos Pan-Americanos de Santo Domingo, em agosto próximo, na República Dominicana.

Naquele 13 de dezembro muita coisa mudou. Depois de anos em que os critérios para a formação das seleções brasileiras levavam em conta os melhores índices técnicos, era lançada a proposta para se considerar a Maratona de São Paulo como seletiva para uma das duas vagas para o Pan. A outra seguiria o conceito de melhor índice. A alteração causou surpresa pra a grande maioria de atletas e treinadores.

A mudança de tendência e o surgimento de um novo critério faltando apenas sete meses para o Pan e pouco mais de quatro meses para a seletiva complicou a vida de muita gente. Fez com que inúmeros atletas e técnicos tivessem que alterar radicalmente a programação.
Alguns tinham iniciado os preparativos para outras maratonas em fevereiro, março ou abril e teriam que mudar ou interromper planos.

Confira nos links abaixo as polêmicas geradas pela decisão da Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt).

A SuperAção ouviu treinadores nacionais sobre a proposta da Maratona de São Paulo como seletiva lançada em meados de dezembro (sendo que muitos só tomaram conhecimento da mesma durante o mês de janeiro) e registra algumas opiniões:

O técnico Clodoaldo Lopes do Carmo sugere que o anúncio da seletiva tem que ser feito com 10 meses de antecedência, enquanto Marco Antonio de Oliveira cita que o prazo teria que ser de oito meses. Nelson Evêncio sugere uma antecedência mínima de cinco meses e o baiano Gilmário Mendes, apesar de concordar com a indicação da Maratona de São Paulo, entende que a consulta e decisão deveria estar definida até setembro, e não em dezembro, do ano anterior ao Pan.

O Brasil havia adotado uma vez, em 1996, o critério de prova seletiva numa maratona do Rio e o desfecho foi polêmico. Valdenor dos Santos, que pelo critério de índice teria a terceira vaga olímpica, acabou preterido, obviamente com protesto à CBAt. Para a maioria dos treinadores, a data do o anúncio do critério é o mal menor, apontado como fruto do improviso que rege o esporte brasileiro. O pior é que enquanto as maiores forças do atletismo sabiam qual será o critério de seleção para a Olimpíada de 2004, o Brasil começava a lançar um modelo para o Pan de 2003.

Outro ponto de discórdia é a necessidade ou viabilidade de se fazer uma seletiva para a maratona. Para uma avaliação criteriosa, SuperAção consultou especialistas de países que tem conquistado medalhas olímpicas e mundiais. Tudo isso sem esquecer os exemplos nacionais. A única medalha brasileira na maratona em um Mundial é fruto do critério de índice, com Luiz Antonio dos Santos, em Gotemburgo, 1995. Na Copa do Mundo de Maratona de 1997, em Atenas, quando o Brasil foi medalha de bronze por equipes, a escolha dos atletas também foi apenas por índices.

O Japão, que tem obtido excelentes resultados nas grandes competições, seleciona os atletas observando o resultado de três provas, todas no Japão, tanto no masculino como no feminino. A informação é de Ken Nakamura, estatístico e correspondente da IAAF (Federação Internacional de Atletismo) no país. A Itália, segundo Massimo Magnani, técnico de Giacomo Leone, campeão da Maratona de Nova York de 1996, não fará seletiva. Escolherá seus representantes baseados em atuações recentes.

O treinador nacional de maratonas de Portugal, Antonio Sousa, diz que fazer uma prova de seleção é impensável. Os portugueses são reconhecidos internacionalmente pelas inúmeras medalhas conquistadas em maratonas de Jogos Olímpicos e Campeonatos Mundiais e escolhem seus atletas baseados nas marcas obtidas.

O espanhol Miguel Mostaza, manager dos melhores maratonistas espanhóis, diz que no país não se pensa em fazer seletivas. E vai além. Garante que se um espanhol chegar entre os oito primeiros num Campeonato Mundial, Europeu ou Jogos Olímpicos tem assegurado um lugar na competição seguinte. As demais vagas serão sempre dos melhores tempos obtidos no ano, com a observação de que as marcas deverão ser obtidas em maratonas de nível e reconhecimento. Mostaza acrescenta que o Brasil não tem uma quantidade de maratonistas de elite tão grande para correr o risco de queimar os melhores atletas. Aponta calor e umidade, típico dos trópicos, como fatores a mais de risco.

Stephane Franke foi duas vezes medalha de bronze no Campeonato Europeu e quarto colocado no Mundial de 1993. Hoje é técnico diz que na Alemanha a escolha dos maratonistas se faz baseada apenas em índices.

Frederico Rosa, que trabalha no grupo do pai, Gabriele Rosa, como manager e técnico de diversos atletas de destaque, como Paul Tergat, lembra que o Quênia segue o padrão internacional. Mesmo com a quantidade de atletas de alto nível que tem, o país não faz seletiva. Ele também acredita que o Brasil não deveria seguir neste caminho por não ter uma quantidade tão grande de atletas de nível para a maratona. O melhor seria escolher pelas marcas obtidos.

A ASA (Athletics South África) tem um sistema de seleção complexo, conforme explica Molatelo Malehopo. Estabelece índices ‘A’ mais fortes para a maratona (2h11 no masculino e 2h32 no feminino) e o prazo para os índices terminará em 30 de abril. Os campeões sul-africanos de maratona terão vaga garantida desde que não façam tempos acima do índice nacional. O restante da equipe será formada entre os que obtiverem os tempos e desde que tenham participado do campeonato Sul-Africano de Meia Maratona ou outra meia maratona reconhecida pela ASA, na mesma época como avaliação final

O Canadá adota uma posição oposta a que o Brasil. Faz seletiva para todas as provas do atletismo, exceto para a maratona e os 50 km de marcha, nas quais os atletas são escolhidos por índices. A França convocou dois atletas baseada em atuações no último Campeonato Europeu. Os demais atletas, para serem convocados, terão que atingir as marcas pré-estabelecidas até 28 de abril.

Enquanto a maioria dos países que vem obtendo mais medalhas em Mundiais e Jogos Olímpicos não adota a estratégia de provas seleção, a exceção são os Estados Unidos, que o faz em todas as modalidades. O norte-americano Frank Shorter passou por seletivas antes de ganhar medalha de ouro na maratona dos Jogos Olímpicos de 1972, em Munique, e prata em 1976, em Motreal. Em 72, venceu ‘as classificatórias’ dois meses antes e se confessa um defensor da seletiva única para todas as vagas, não apenas parcial, como será no Brasil. Shorter, em mensagem à SuperAção, não precisou qual a antecedência mínima que julga necessária para a disputa, mas recomendou cautela quando se introduz política e elemento humano que trabalham contra os atletas, sobretudo os emergentes ao status de elite. Shorter entende que apenas as seletivas para todas as vagas retiram a influencia política.

Entre os técnicos brasileiros ouvidos, manifestaram-se favoráveis à seletiva: Gilmário Mendes (com a ressalva de que deveria ter sido decidida em setembro), Henrique Viana (contrario ao prazo de 90 dias, apesar de dizer ser possível, mas não o recomendável), e José Luis Marques. Manifestaram-se contra: Adauto Domingues, Marco Antonio Oliveira, Ricardo Antonio D’Angelo e Clodoaldo do Carmo.

Apesar de considerar válida uma seletiva, por dar chances a todos os atletas que só competem no Brasil, o técnico Jorge de Augustini Oliveira, o Filé, declarou que os dois melhores Índices deveriam ser os escolhidos, independente de seletiva. Afinal, a corrida é um esporte individual.

O maior foco da polêmica é o prazo de antecedência de menos de 90 dias entre a seletiva, na Maratona de São Paulo, e a prova nos Jogos Pan-Americanos. Neste ponto há grande convergência de opiniões: para a maioria, o período é insuficiente para a recuperação plena de qualquer atleta.

Com larga experiência com quenianos, inclusive Paul Tergat, o italiano Frederico Rosa considera que em 88 dias ninguém conseguirá se recuperar e se preparar de forma adequada para uma nova maratona. David Monti, editor do semanário Race Results Weekly e coordenador de elite da Maratona de Nova York, considera uma loucura fazer uma seletiva na distância completa para uma corrida 88 dias após. Indica um intervalo de, no mínimo, quatro meses. O treinador português Antonio Sousa também considera que o intervalo nunca deverá ser inferior a 120 dias.

O italiano Massimo Magnani afirma que o intervalo de 88 é muito perigoso por ser pouco tempo para se recuperar e preparar novamente para outra maratona. Para ele, se o atleta estiver bem na seletiva, dificilmente estará tão bem no Pan. Para os sul-africanos, qualquer maratonista, mesmo que já qualificado, que corra uma prova acima de 21.1 km depois de 30 de abril perderá automaticamente a qualificação.

Stephane Franke diz que sua experiência como técnico e atleta o coloca em oposição à seletiva com intervalo inferior a 120 dias. Não haveria tempo de recuperação e retomada dos treinos para um nível ainda superior ao que deverá apresentar na competição. O alemão lembra que os EUA usavam seletivas com prazos inferiores a três meses no passado. Na época, o importante era ser selecionado. Atingia-se o pico na seletiva e ia-se às grandes competições com visível desgaste físico e, sobretudo, psicológico.

O espanhol Mostaza acredita que o atleta, para produzir o máximo numa grande competição, tem que se dedicar a uma preparação minuciosa, detalhada, sem se desgastar demasiado com muitas provas ou disputas desgastantes. O japonês Nakamura atesta que, pessoalmente, não acha uma boa idéia a seletiva apenas 88 dias antes. E lembra que se em um passado distante era uma norma, a evolução das técnicas de treinamento torna provavelmente impossível obter resultados mantendo um intervalo tão curto entre seleção e prova.

Uma breve análise na evolução da maratona, desde o início dos Jogos Olímpicos da Era Moderna, mostra as diferenças. Em 1886, a Grécia fez suas seletivas a 28 e a 14 dias da maratona olímpica. Há 30 anos, os Estados Unidos faziam seletivas com cerca de dois meses de antecedência. Hoje, os EUA adotam um prazo mais adequado em relação às provas mais importantes. Tanto, que para o Mundial de 2003, em agosto, a seletiva masculina foi em 8 de fevereiro e a feminina será dia 5 de abril, seis e quatro meses de antecedência, respectivamente. Para os Jogos Olímpicos, os EUA definiram as datas das seletivas. Serão 7 de fevereiro para a masculina e 4 de abril para a feminina. Com quatro meses de antecedência no feminino e seis meses no masculino.

O técnico Adauto Domingues, que tem apresentado excelente perfomance com fundistas, teve que mudar os planos de estréia do Marílson Gomes dos Santos em maratonas. Contava que as duas vagas seriam escolhidas pelos melhores índices, como tem sido a prática da CBAt. Adauto afirma que se correr duas maratonas em menos de 90 dias já seria difícil em condições normais, pior nesse caso. Conhecendo as condições de São Paulo e Santo Domingo, duas provas de desgaste físico superior de condições climáticas e de altimetria favoráveis, acredita que os que fizerem ambas provas poderão sofrer uma queda de rendimento no Pan.

Marco Antonio Oliveira também é contra o prazo e diz que o ideal seria conhecer os atletas selecionados com seis meses de antecedência para que pudessem, com apoio do COB, fazer um treinamento especifico para o Pan. Henrique Viana afirma que “não é recomendável um espaço de 90 dias entre uma maratona e outra, mas é possível fazer isso sem que prejudique o atleta, considerando suas características próprias e fazendo uma analise das competições que irá fazer e desde que tenha uma equipe competente acompanhando.”

Clodoaldo Lopes do Carmo é mais um contrário à seletiva com menos de 90 dias de antecedência. Ele lembra que o percurso da Maratona de São Paulo deverá ser difícil e o clima provavelmente não será adequado, dificultando ainda mais a recuperação do atleta.

José Luís Marques acha que o prazo é curtíssimo para um amador, mas possível para atletas de alto nível e lembra as vitórias de Márcia Narloch em duas maratonas em finais de semana consecutivos e de Marizete Rezende, que venceu cinco maratonas em um ano. Por outro lado, essa pode ser a razão pela qual os recordes da Carmem de Oliveira ainda estão por ser batidos. Enquanto no fundo masculino alguns atletas brasileiros obtiveram atuações de destaque internacional, como Ronaldo da Costa, Vanderlei Cordeiro de Lima, Luís Antonio dos Santos, entre outros, no feminino, talvez devido ao excesso de participações das atletas, não se tem uma grande marca no atletismo feminino desde Carmem.

O Diretor Técnico da CBAt, João Paulo Alves da Cunha, manifestou-se com relação ao prazo de 88 dias dizendo que consultou, por telefone, médicos e nutricionistas e, segundo eles, respeitando-se os princípios biológicos, individualidade, treinamento, etc, o ideal seria até três maratonas por ano. Mas que às vezes isso não ocorre, sobretudo devido aos interesses econômicos e de premiações, e que tudo depende da recuperação dos atletas por meio dos carbohidratos. O técnico Filé acha possível o atleta de alto rendimento correr duas maratonas em 90 dias, sobretudo se uma delas for mais fraca ou usada como treinamento.

O técnico Luiz Alberto de Oliveira, Técnico Nacional da CBAt e que mora nos Estados Unidos, afirmou que é possível correr duas maratonas neste intervalo, considerando o nível das duas competições. Considera que competir na Maratona de São Paulo é difícil devido ao percurso e ao clima, mas não vê muito problema em recuperar-se e estar pronto para competir no Pan, já que o nível da competição não vai ser tão alto. "Tanto o Vanderlei como um outro atleta nosso poderão representar muito bem o Brasil no Pan." Lembrando que os melhores atletas norte-americanos e canadenses darão prioridade à Maratona do Mundial, que será logo a seguir, Luiz Alberto diz que os maiores adversários do Brasil serão os bons atletas da América do Sul e do Norte que não derem prioridade ao Mundial de Paris. E concluiu: "Vejo com bons olhos a participação dos nossos atletas que optarem pelo Pan.

Ricardo D’Angelo - técnico do melhor maratonista brasileiro da atualidade, Vanderlei Cordeiro de Lima - afirma categoricamente ser contrário ao uso da Maratona de São Paulo como seletiva, pois o prazo é exíguo. “Tenho como referência (e podemos encontrar em diferentes literaturas sobre o assunto) ciclos preparatórios para maratona entre 12 a 16 semanas. Este período é adequado para adaptações do organismo do atleta ao treinamento introdutório e demais fases do macrociclo completo. Não podemos exigir que os atletas se desgastem na seletiva ,comprometendo-se com a competição principal.” Ele acrescenta que não é por acaso que as grandes maratonas do calendário internacional estejam separadas por 5 a 6 meses. “Além disso, 90% dos corredores de alto nível realizam duas Maratonas por ano. Correm poucas vezes, mas com grandes resultados. Ao contrário de alguns atletas brasileiros, que estão correndo várias maratonas por ano, mas com resultados técnicos muito fracos.”

Esta matéria não tem a intenção de provocar a mudança do critério aprovado, uma vez que a CBAt tem delegação do COB para fazer o critério de seleção. Somos favoráveis a respeitar sempre a hierarquia e as normas vigentes. O intuito foi mostrar, de forma clara, que deixamos a decisão do critério seletivo da maratona do Pan para a undécima hora, quando muitos dos atletas e técnicos haviam traçado e iniciado suas estratégias e os demais países estavam com a política de seleções dos Jogos Olímpicos de 2004 definidas.

Pretendemos também mostrar que, além dos Estados Unidos, apenas o Brasil e a África do Sul farão uma prova seletiva e, mesmo assim, apenas para uma das vagas, o que demonstra falta de segurança no critério aprovado. Se bem que para os sul-africanos, o ganhador do Campeonato Nacional terá que cumprir um índice mínimo. Outros países com tradição e conquistas mundiais e olímpicas não fazem seletivas, como Espanha, Portugal, Quênia, Alemanha, Japão, Etiópia, Itália, entre outros.

Finalmente, desejamos mostrar a opinião dos mais diferentes técnicos, correntes e países a respeito dos 88 dias de intervalo entre a nossa seletiva e o Pan, deixando ao leitor a interpretação do que pode ser o certo ou o errado.

Agora nos resta torcer para que os atletas que representarão o nosso país obtenham, em Santo Domingo, o mesmo desempenho que em Winnipeg, quando os três maratonistas retornaram com medalhas no peito em 100% de aproveitamento. Ainda mais sabendo que o nível da competição estará bem favorável aos nossos atletas.

Carla Moreno tentará índice para os 10 mil no Pan

Atletismo · 15 jan, 2003

A triathleta Carla Moreno (Pão de Açúcar Club), que atualmente ocupa a 13ª colocação no ranking mundial da modalidade triathlon, irá tentar um feito inédito para uma triathleta brasileira. Ela buscará o índice para disputar os 10 mil metros nos Jogos Pan-Americanos de San Domingo, na República Dominicana, no próximo mês de julho.

“Vou tentar. Se não der, pelo menos vai ajudar muito na minha performance no triathlon”, disse a atleta, que passa a treinar em pista para obter o índice estipulado para a distância que é 32.56.51.

Para quem acha ser uma tarefa difícil uma triathleta competir com corredoras natas, basta lembrar que, na última na 7a edição da Avon Running disputada em São Paulo, no último mês de abril, a mesma Carla Moreno foi a terceira colocada na competição, mesmo sem ter treinado especificamente para a prova. Na ocasião, Moreno, ficou a apenas um segundo da segunda colocada, Selma dos Reis (Mizuno), deixando para trás as experientes e competitivas corredoras Márcia Narloch e Edinalva Lauriano, quarta e quinta colocadas, respectivamente.


Carla Moreno tentará índice para os 10 mil no Pan

Atletismo · 15 jan, 2003

A triathleta Carla Moreno (Pão de Açúcar Club), que atualmente ocupa a 13ª colocação no ranking mundial da modalidade triathlon, irá tentar um feito inédito para uma triathleta brasileira. Ela buscará o índice para disputar os 10 mil metros nos Jogos Pan-Americanos de San Domingo, na República Dominicana, no próximo mês de julho.

“Vou tentar. Se não der, pelo menos vai ajudar muito na minha performance no triathlon”, disse a atleta, que passa a treinar em pista para obter o índice estipulado para a distância que é 32.56.51.

Para quem acha ser uma tarefa difícil uma triathleta competir com corredoras natas, basta lembrar que, na última na 7a edição da Avon Running disputada em São Paulo, no último mês de abril, a mesma Carla Moreno foi a terceira colocada na competição, mesmo sem ter treinado especificamente para a prova. Na ocasião, Moreno, ficou a apenas um segundo da segunda colocada, Selma dos Reis (Mizuno), deixando para trás as experientes e competitivas corredoras Márcia Narloch e Edinalva Lauriano, quarta e quinta colocadas, respectivamente.