ednalva

Ednalva tenta o bi nos 10K do Brasil

Corridas de Rua · 19 abr, 2003

Uma das melhores corredoras de rua do país da atualidade e considerada a mais veloz nos 10 quilômetros, a paraibana Ednalva Laureano da Silva, a Pretinha, é um dos destaques inscritos para os 10 Km do Brasil Corrida e Caminhada, que acontece hoje, dia 20, a partir das 9 horas, na Cidade Universitária de São Paulo USP.

Campeã em 2002, ela parte para o bicampeonato da disputa, que serve de preparação para a Maratona Internacional de São Paulo, programada para o dia 11 de maio. Além da corrida de 10 quilômetros, a programação inclui uma caminhada de 5 km.

Aos 26 anos, Pretinha atravessa um excelente momento. No dia 30 de março ela venceu a Corrida e Caminhada Contra do Câncer de Mama, em São Paulo, também com essa distância, sua especialidade. No ano passado, venceu uma disputa em Santos, com o tempo de 33m16, tornando-se a mais veloz do país e primeira colocada do ranking nacional de 10 km. Pretinha também obteve outros bons resultados como o vice-campeonato na Volta Internacional da Pampulha e o quinto lugar na Corrida Internacional de São Silvestre.

No ano passado, Ednalva completou o percurso com o tempo de 33:5. "Conseguir fazer uma boa prova no ano passado e mantive um ritmo forte. Espero poder fazer isso mais uma vez e brigar pela vitória. Minha performance na Corrida Contra o Câncer de Mama serviu para mostrar que estou em boas condições", explica a atleta.

Ednalva “Furacão” Lauriano: vence a Avon Running

A melhor corredora da atualidade no Brasil em provas de 10 quilômetros, Ednalva Lauriano (Mizuno/VO2 Belgo), a “Pretinha” ou “Furacão” para muitos, venceu hoje pela manhã no Aterro do Flamengo, no Rio de Janeiro, a primeira etapa da Avon Running - Corrida e Caminhada Contra o Câncer de Mama.

Lauriano, além de vencer, estabeleceu seu recorde pessoal para a distância ao cravar o tempo de 33:06. Com a vitória, a atleta que começou a correr a apenas quatro anos (ela tem 23 anos) recebeu o prêmio de R$ 10 mil.

A vice-campeã foi uma das mais regulares e rápidas corredoras do Brasil: a catarinense radicada no Rio, Marcia Narloch (Mizuno), com o tempo de 33:34. A campeã da prova no ano passado, Fabiana Cristine (Pão de Açúcar/BM&F) foi a terceira colocada com a marca de 33:44.

Completou o pódio Marlene Fortunato, em quarto lugar com 33:45, seguida, por Selma Cândido dos Reis (Mizuno), com o tempo de 33:55 na quinta posição.

Mais de 2.500 mulheres participaram da corrida (10Km) e da caminhada (5 Km), e contribuíram com a campanha mundial organizada pela Avon Cosméticos, a “Kiss Goodbye to Breast Câncer”, que tem objetivo a conscientizar as mulheres sobre a prevenção e cuidados contra o câncer de mama. A Avon já arrecadou mais de US$ 250 milhões (até 2002) para a luta contra a doença e está ampliando este ano suas ações de combate ao câncer. Lançou o Instituto Avon e aumentou para cinco as edições da Avon Running em todo o Brasil, para beneficiar mais mulheres.

Novas etapas - A Avon Running – Corrida e Caminhada Contra o Câncer de Mama será realizada em outras quatro capitais este ano. Serão sede do evento Recife (8 de junho), São Paulo (17 de agosto), Belo Horizonte (5 de outubro) e Porto Alegre (30 de novembro).


Ednalva “Furacão” Lauriano: vence a Avon Running

Corridas de Rua · 13 abr, 2003

A melhor corredora da atualidade no Brasil em provas de 10 quilômetros, Ednalva Lauriano (Mizuno/VO2 Belgo), a “Pretinha” ou “Furacão” para muitos, venceu hoje pela manhã no Aterro do Flamengo, no Rio de Janeiro, a primeira etapa da Avon Running - Corrida e Caminhada Contra o Câncer de Mama.

Lauriano, além de vencer, estabeleceu seu recorde pessoal para a distância ao cravar o tempo de 33:06. Com a vitória, a atleta que começou a correr a apenas quatro anos (ela tem 23 anos) recebeu o prêmio de R$ 10 mil.

A vice-campeã foi uma das mais regulares e rápidas corredoras do Brasil: a catarinense radicada no Rio, Marcia Narloch (Mizuno), com o tempo de 33:34. A campeã da prova no ano passado, Fabiana Cristine (Pão de Açúcar/BM&F) foi a terceira colocada com a marca de 33:44.

Completou o pódio Marlene Fortunato, em quarto lugar com 33:45, seguida, por Selma Cândido dos Reis (Mizuno), com o tempo de 33:55 na quinta posição.

Mais de 2.500 mulheres participaram da corrida (10Km) e da caminhada (5 Km), e contribuíram com a campanha mundial organizada pela Avon Cosméticos, a “Kiss Goodbye to Breast Câncer”, que tem objetivo a conscientizar as mulheres sobre a prevenção e cuidados contra o câncer de mama. A Avon já arrecadou mais de US$ 250 milhões (até 2002) para a luta contra a doença e está ampliando este ano suas ações de combate ao câncer. Lançou o Instituto Avon e aumentou para cinco as edições da Avon Running em todo o Brasil, para beneficiar mais mulheres.

Novas etapas - A Avon Running – Corrida e Caminhada Contra o Câncer de Mama será realizada em outras quatro capitais este ano. Serão sede do evento Recife (8 de junho), São Paulo (17 de agosto), Belo Horizonte (5 de outubro) e Porto Alegre (30 de novembro).

Josa Moral: mais que técnico um amigo

Confira essa entrevista com o técnico responsável pelo treinamento de uma das maiores corredoras do país, a atleta Ednalva Laureano.

Atleta e técnico precisam estar em total harmonia para a conquista do pódio. Este sincronismo Ednalva e Josenildo Sousa Silva, mais conhecido como Josa Moral, têm de sobra. Juntos desde de 1998, eles trilham um caminho de luta em busca do sonho de transformar Ednalva em uma verdadeira campeã. Josa trouxe Ednalva da roça para morar em sua casa, facilitando os treinos e diminuindo as despesas.

Para o técnico, Pretinha, apelido da atleta, é uma grande amiga, a qual está sempre orientando dentro e fora das pistas. “É uma pessoa simples, humilde, sincera e amiga.” E o treinador se preocupa também coma cabeça da corredora. “Quando ela veio morar em minha casa, a coloquei na escola para iniciar desde o primário. Ela vai para escola, mas não gosta muito. Mostro que ela tem que estudar, que é importante para que saiba dar uma entrevista, que saiba ler, interpretar alguma coisa, até se um dia for chamada para fazer um comercial. O atletismo não é para sempre.”

Atualmente Ednalva treina 4 horas por dia fazendo um total de 120 km por semana. Além da rodagem, faz muito trabalho intervalado e de ritmo, além de massagem e visita a fisioterapeuta um dia sim outro não. Musculação também está dentro da preparação da corredora. A equipe de trabalho da atleta é composta pelo técnico, fisiologista, ortopedista, fisioterapeuta, massagista e nutricionista.

Para o técnico, a origem humilde é um obstáculo a ser superado. “Para ela foi um choque grande sair da roça e hoje estar ganhando dinheiro, viajando de avião, hospedando-se nos melhores hotéis, conhecendo pessoas que só via na TV. Foi uma mudança radical. Ela era uma pessoa que trabalhava das 5h às 18h, sem se alimentar bem e no final da semana ia vender produtos na feira para ganhar 10 a 20 reais. Ela ainda não acostumou com a nova situação. Tem um pouco de vergonha porque não tem um estudo, não gosta de dar entrevista por medo de não saber falar direito. Esta origem humilde atrapalha nos relacionamentos, mas nunca atrapalhou o seu desempenho nas corridas”.

E Pretinha, assim como nas competições, está evoluindo nos bastidores. Não gostar de entrevistas é coisa do passado. Afinal concedeu uma exclusiva para SuperAção.


Josa Moral: mais que técnico um amigo

Corridas de Rua · 27 fev, 2003

Confira essa entrevista com o técnico responsável pelo treinamento de uma das maiores corredoras do país, a atleta Ednalva Laureano.

Atleta e técnico precisam estar em total harmonia para a conquista do pódio. Este sincronismo Ednalva e Josenildo Sousa Silva, mais conhecido como Josa Moral, têm de sobra. Juntos desde de 1998, eles trilham um caminho de luta em busca do sonho de transformar Ednalva em uma verdadeira campeã. Josa trouxe Ednalva da roça para morar em sua casa, facilitando os treinos e diminuindo as despesas.

Para o técnico, Pretinha, apelido da atleta, é uma grande amiga, a qual está sempre orientando dentro e fora das pistas. “É uma pessoa simples, humilde, sincera e amiga.” E o treinador se preocupa também coma cabeça da corredora. “Quando ela veio morar em minha casa, a coloquei na escola para iniciar desde o primário. Ela vai para escola, mas não gosta muito. Mostro que ela tem que estudar, que é importante para que saiba dar uma entrevista, que saiba ler, interpretar alguma coisa, até se um dia for chamada para fazer um comercial. O atletismo não é para sempre.”

Atualmente Ednalva treina 4 horas por dia fazendo um total de 120 km por semana. Além da rodagem, faz muito trabalho intervalado e de ritmo, além de massagem e visita a fisioterapeuta um dia sim outro não. Musculação também está dentro da preparação da corredora. A equipe de trabalho da atleta é composta pelo técnico, fisiologista, ortopedista, fisioterapeuta, massagista e nutricionista.

Para o técnico, a origem humilde é um obstáculo a ser superado. “Para ela foi um choque grande sair da roça e hoje estar ganhando dinheiro, viajando de avião, hospedando-se nos melhores hotéis, conhecendo pessoas que só via na TV. Foi uma mudança radical. Ela era uma pessoa que trabalhava das 5h às 18h, sem se alimentar bem e no final da semana ia vender produtos na feira para ganhar 10 a 20 reais. Ela ainda não acostumou com a nova situação. Tem um pouco de vergonha porque não tem um estudo, não gosta de dar entrevista por medo de não saber falar direito. Esta origem humilde atrapalha nos relacionamentos, mas nunca atrapalhou o seu desempenho nas corridas”.

E Pretinha, assim como nas competições, está evoluindo nos bastidores. Não gostar de entrevistas é coisa do passado. Afinal concedeu uma exclusiva para SuperAção.

Ednalva Laureano: o furacão

Com pouco mais de 4 anos de atletismo, Ednalva Laureano se transforma em uma das principais corredoras do Brasil

Pode-se dizer que existe uma Ednalva antes e depois do atletismo? Como elas são diferentes?
Ednalva - Existe. Antes eu era mais sofrida. Agora a situação está melhor, posso ajudar um pouco a minha família. Até parei de estudar na 2ª série porque achava que não precisava, pois não sairia da roça. Aprendi apenas a assinar o nome. Agora voltei para a escola, meu técnico e a esposa dele me incentivaram muito. Hoje tenho sonhos e uma profissão.

Você, algum dia, sonhou em ser esportista?
Ednalva - Uma vez. Aos 15 anos estava assistindo a São Silvestre com meus pais e irmãos (Ednalva tem 11 irmãos) e falei de brincadeira que um dia eles iam me ver correndo na TV, estaria na São Silvestre. Mas foi só isso. Nunca alimentei o sonho de ser esportista, no entanto aconteceu e hoje não troco o atletismo por nada.

O que é preciso para ser destaque no atletismo?
Ednalva - Precisa muito esforço e nunca desistir. Quem quer vencer como atleta tem que se sacrificar e se dedicar para depois conseguir as coisas boas, como os títulos, conhecer novos lugares, ter amigos. O que não pode é dar moleza. Treino todo dia, faça chuva ou sol, mesmo quando meu técnico não está comigo.

Como é o dia a dia da atleta/estudante Ednalva?
Ednalva - Treino de manhã, descanso e treino à tarde também. À noite vou pra escola, estou fazendo a 3ª e 4ª séries (supletivo). Quando tem competição e viagens, perco um pouco dos estudos, mas quando estou em Campina Grande tento recuperar. Consigo levar bem esporte e estudo.

Como está seu treino?
Ednalva - Treino todos os dias em dois períodos e faço musculação e massagem duas vezes por semana. De manhã faço 15 km e à tarde 12 km. No sábado e domingo só de manhã. O treino mais longo é no domingo, que faço 20 km, quando não tem competição. Mas o treino vai alterando, depende da fase de preparação.

Quais são os objetivos a Curto, médio e longo prazos?
Ednalva - Penso em melhorar meus treinos, a performance e disputar mais provas fora do Brasil em 2003. Meu sonho é estar em uma Olimpíada. Vou fazer de tudo pra conseguir o índice para os 10 mil. Disputo meia maratona, mas meu forte são os 10 mil. No próximo ano quero disputar o Troféu Brasil. Participei em 99. Em 2002 fiquei de fora por lesão.

O que é mais difícil: o trabalho na roça ou se preparar para ser atleta de alto nível?
Ednalva - Eu gosto da roça, quando estou no sítio ainda faço alguma coisa. Os dois trabalhos são difíceis, mas a recompensa no atletismo é bem melhor. Não desisto por nada do atletismo.

Como você se envolveu no atletismo?
Ednalva - Nunca pensei em ser corredora, sabia que ia continuar trabalhando na roça e vendendo frutas na feira para ajudar meus pais. Em 95, disputei uma gincana escolar, uma prova de 2km, e venci. As pessoas falavam que eu tinha jeito, mas para mim era só brincadeira. Depois, em 98, um amigo, o Gabriel Sanfoneiro, começou a me incentivar a treinar para virar atleta. Eu achava bonito o atletismo, mas nunca tinha tido oportunidade. Meu pai achava que não era para mim, que eu tinha que trabalhar na roça, pois já estava com 21 anos e velha para o esporte. Então, falei para o Gabriel que se ele encontrasse um técnico, iria treinar.

Ele conseguiu?
Ednalva - Conseguiu. Em janeiro de 98 comecei a treinar com o Josa (Moral). Saia três vezes por semana do sítio para vir até Campina Grande e nos outros dias trabalhava de manhã e treinava a tarde na roça. No domingo fazia feira para buscar dinheiro para as despesas. A minha primeira corrida foi em Bananeiras (6 km), depois de um mês que estava treinando. Venci e fiquei com mais vontade de treinar. Ao longo do tempo parei de ficar na feira e comecei a trabalhar em casa de família para ter mais tempo para os treinamentos. Depois de um ano e um mês correndo, vim morar com o meu treinador na cidade para poder me dedicar aos treinos, a academia e diminuir as despesas de viagem.

Os seus pais apoiaram?
Ednalva - O meu pai não aceitou o atletismo até um ano e seis meses de treino. Hoje ele gosta muito. Quando comecei a vencer ele viu que eu tinha chances. Depois de seis meses que comecei no esporte, participei da Corrida da Fogueira, em Campinas Grande, com as melhores atletas do Estado e fiquei em primeiro lugar. Comecei em pequenas provas na região, depois no estado, até chegar as grandes.

O quanto você acha que ter feito trabalho braçal te ajudou no esporte?
Ednalva - Ajudou bastante. Se morasse na cidade não estaria no atletismo. O povo da cidade tem facilidades que fazem desistir do atletismo. Muitas garotas começaram junto comigo, eram mais jovens e não continuaram porque preferiram passear a treinar. Eu não tinha opção: ou treinava ou voltava para a roça, onde sabia que não teria um futuro diferente.

Quais são seus sonhos?
Ednalva - Quero ter o meu lar, comprar uma casa para a minha mãe na cidade. No esporte sonho com uma medalha olímpica e um pódio na São Silvestre.

Como foi a conquista do título de atleta mais rápida do país (após vencer a corrida Tribuna FM, em Santos, considerada a mais rápida do calendário nacional, com o tempo de 33m16)?
Ednalva - Estava num período de treinamento bom, mas não esperava chegar em primeiro, já que em 2001 fui a 11ª colocada. Controlei o ritmo porque estava um dia muito quente e consegui render bem. Quando percebi estava liderando. Quero baixar meu tempo para 32 minutos (10km), sei que é difícil, mas aí, sim, vou achar que estou sendo uma das melhores do Brasil.

O quanto e como a sua vida mudou com o sucesso no esporte?
Ednalva - Sou a mesma pessoa de antes, gosto de brincar com todo mundo, só que agora vivo na cidade e me dedico exclusivamente ao atletismo. E tenho um pouco de dinheiro. Antes eu tinha que pedir emprestado para as minhas irmãs, que trabalham em casa de família, para poder viajar e comprar vitaminas. Agora eu as ajudo no que posso.

Qual é seu ponto forte como atleta?
Ednalva - Gosto do que faço, tenho muito incentivo, torcida e sempre quero fazer o melhor para deixar todo mundo feliz.

Na sua opinião o que falta para o Brasil dominar nas provas em nível internacional?
Ednalva - Falta apoio e estrutura para o atleta se preparar. Se tivéssemos estrutura igual a dos estrangeiros, teríamos grandes conquistas.

Você gosta da organização das corridas no Brasil? Falta alguma coisa?
Ednalva - Falta os organizadores valorizarem os atletas nacionais. Eles preferem bajular os estrangeiros do que melhorar a premiação para os brasileiros.

Ganhou muito dinheiro com o esporte? Como você investe?
Ednalva - O que ganhei até agora deu para bancar minhas despesas com competições, para me manter no atletismo. Só deu para comprar um sítio em Alagoa Nova, mas que não tem nada ainda, só a terra. Estou com patrocínio da Mizuno desde julho e da prefeitura de Campina Grande desde janeiro. Antes, eu tinha que ficar entre as cinco primeiras na maioria das competições para ganhar um dinheiro para a próxima prova, agora esta pressão está menor com ajuda dos patrocinadores.

Que conselho você dá para as mulheres que querem começar no esporte?
Ednalva - Que elas enfrentem os desafios com muita vontade, pois vale o sacrifício e é uma profissão que dá saúde e te proporciona boas relações.

O Brasil tem mais tradição e resultados no masculino que no feminino. Isso pode mudar?
Ednalva - Pode e já está mudando. Nós, mulheres, estamos vencendo grandes corridas e mostrando que podemos levar o Brasil mais longe.

Você faz algum tipo de preparação mental para competir?
Ednalva - Não faço nada especial. Assisto TV, converso com as amigas.

Como é a vida fora do esporte?
Ednalva - Gosto de ir para a casa dos meus pais, visitar as amigas e assistir filme em casa.

Como é a sua alimentação?
Ednalva - Balanceada como de todo atleta. Como bastante verduras e frutas. Complemento com BCA, carboidratos. Faço cinco refeições diárias e tomo bastante líquido.

Acredita que poderia ter hoje melhores resultados se tivesse tido mais facilidades na vida?
Ednalva - Sim. Se o apoio tivesse vindo antes, meus resultados aconteceriam mais cedo. Desde que entrei no atletismo me dediquei totalmente. Abri mão de tudo pelo esporte e compensou o fato de ter entrado tarde no esporte. Acho que enquanto tiver saúde vou estar correndo.

Como é a Ednalva Laureano mulher?
Ednalva - Não sou muito vaidosa. Não tenho namorado e sou bem simples, não gosto de estar muito arrumada. É raro usar batom, maquiagem, só em ocasiões especiais.


Ednalva Laureano: o furacão

Corridas de Rua · 19 fev, 2003

Com pouco mais de 4 anos de atletismo, Ednalva Laureano se transforma em uma das principais corredoras do Brasil

Pode-se dizer que existe uma Ednalva antes e depois do atletismo? Como elas são diferentes?
Ednalva - Existe. Antes eu era mais sofrida. Agora a situação está melhor, posso ajudar um pouco a minha família. Até parei de estudar na 2ª série porque achava que não precisava, pois não sairia da roça. Aprendi apenas a assinar o nome. Agora voltei para a escola, meu técnico e a esposa dele me incentivaram muito. Hoje tenho sonhos e uma profissão.

Você, algum dia, sonhou em ser esportista?
Ednalva - Uma vez. Aos 15 anos estava assistindo a São Silvestre com meus pais e irmãos (Ednalva tem 11 irmãos) e falei de brincadeira que um dia eles iam me ver correndo na TV, estaria na São Silvestre. Mas foi só isso. Nunca alimentei o sonho de ser esportista, no entanto aconteceu e hoje não troco o atletismo por nada.

O que é preciso para ser destaque no atletismo?
Ednalva - Precisa muito esforço e nunca desistir. Quem quer vencer como atleta tem que se sacrificar e se dedicar para depois conseguir as coisas boas, como os títulos, conhecer novos lugares, ter amigos. O que não pode é dar moleza. Treino todo dia, faça chuva ou sol, mesmo quando meu técnico não está comigo.

Como é o dia a dia da atleta/estudante Ednalva?
Ednalva - Treino de manhã, descanso e treino à tarde também. À noite vou pra escola, estou fazendo a 3ª e 4ª séries (supletivo). Quando tem competição e viagens, perco um pouco dos estudos, mas quando estou em Campina Grande tento recuperar. Consigo levar bem esporte e estudo.

Como está seu treino?
Ednalva - Treino todos os dias em dois períodos e faço musculação e massagem duas vezes por semana. De manhã faço 15 km e à tarde 12 km. No sábado e domingo só de manhã. O treino mais longo é no domingo, que faço 20 km, quando não tem competição. Mas o treino vai alterando, depende da fase de preparação.

Quais são os objetivos a Curto, médio e longo prazos?
Ednalva - Penso em melhorar meus treinos, a performance e disputar mais provas fora do Brasil em 2003. Meu sonho é estar em uma Olimpíada. Vou fazer de tudo pra conseguir o índice para os 10 mil. Disputo meia maratona, mas meu forte são os 10 mil. No próximo ano quero disputar o Troféu Brasil. Participei em 99. Em 2002 fiquei de fora por lesão.

O que é mais difícil: o trabalho na roça ou se preparar para ser atleta de alto nível?
Ednalva - Eu gosto da roça, quando estou no sítio ainda faço alguma coisa. Os dois trabalhos são difíceis, mas a recompensa no atletismo é bem melhor. Não desisto por nada do atletismo.

Como você se envolveu no atletismo?
Ednalva - Nunca pensei em ser corredora, sabia que ia continuar trabalhando na roça e vendendo frutas na feira para ajudar meus pais. Em 95, disputei uma gincana escolar, uma prova de 2km, e venci. As pessoas falavam que eu tinha jeito, mas para mim era só brincadeira. Depois, em 98, um amigo, o Gabriel Sanfoneiro, começou a me incentivar a treinar para virar atleta. Eu achava bonito o atletismo, mas nunca tinha tido oportunidade. Meu pai achava que não era para mim, que eu tinha que trabalhar na roça, pois já estava com 21 anos e velha para o esporte. Então, falei para o Gabriel que se ele encontrasse um técnico, iria treinar.

Ele conseguiu?
Ednalva - Conseguiu. Em janeiro de 98 comecei a treinar com o Josa (Moral). Saia três vezes por semana do sítio para vir até Campina Grande e nos outros dias trabalhava de manhã e treinava a tarde na roça. No domingo fazia feira para buscar dinheiro para as despesas. A minha primeira corrida foi em Bananeiras (6 km), depois de um mês que estava treinando. Venci e fiquei com mais vontade de treinar. Ao longo do tempo parei de ficar na feira e comecei a trabalhar em casa de família para ter mais tempo para os treinamentos. Depois de um ano e um mês correndo, vim morar com o meu treinador na cidade para poder me dedicar aos treinos, a academia e diminuir as despesas de viagem.

Os seus pais apoiaram?
Ednalva - O meu pai não aceitou o atletismo até um ano e seis meses de treino. Hoje ele gosta muito. Quando comecei a vencer ele viu que eu tinha chances. Depois de seis meses que comecei no esporte, participei da Corrida da Fogueira, em Campinas Grande, com as melhores atletas do Estado e fiquei em primeiro lugar. Comecei em pequenas provas na região, depois no estado, até chegar as grandes.

O quanto você acha que ter feito trabalho braçal te ajudou no esporte?
Ednalva - Ajudou bastante. Se morasse na cidade não estaria no atletismo. O povo da cidade tem facilidades que fazem desistir do atletismo. Muitas garotas começaram junto comigo, eram mais jovens e não continuaram porque preferiram passear a treinar. Eu não tinha opção: ou treinava ou voltava para a roça, onde sabia que não teria um futuro diferente.

Quais são seus sonhos?
Ednalva - Quero ter o meu lar, comprar uma casa para a minha mãe na cidade. No esporte sonho com uma medalha olímpica e um pódio na São Silvestre.

Como foi a conquista do título de atleta mais rápida do país (após vencer a corrida Tribuna FM, em Santos, considerada a mais rápida do calendário nacional, com o tempo de 33m16)?
Ednalva - Estava num período de treinamento bom, mas não esperava chegar em primeiro, já que em 2001 fui a 11ª colocada. Controlei o ritmo porque estava um dia muito quente e consegui render bem. Quando percebi estava liderando. Quero baixar meu tempo para 32 minutos (10km), sei que é difícil, mas aí, sim, vou achar que estou sendo uma das melhores do Brasil.

O quanto e como a sua vida mudou com o sucesso no esporte?
Ednalva - Sou a mesma pessoa de antes, gosto de brincar com todo mundo, só que agora vivo na cidade e me dedico exclusivamente ao atletismo. E tenho um pouco de dinheiro. Antes eu tinha que pedir emprestado para as minhas irmãs, que trabalham em casa de família, para poder viajar e comprar vitaminas. Agora eu as ajudo no que posso.

Qual é seu ponto forte como atleta?
Ednalva - Gosto do que faço, tenho muito incentivo, torcida e sempre quero fazer o melhor para deixar todo mundo feliz.

Na sua opinião o que falta para o Brasil dominar nas provas em nível internacional?
Ednalva - Falta apoio e estrutura para o atleta se preparar. Se tivéssemos estrutura igual a dos estrangeiros, teríamos grandes conquistas.

Você gosta da organização das corridas no Brasil? Falta alguma coisa?
Ednalva - Falta os organizadores valorizarem os atletas nacionais. Eles preferem bajular os estrangeiros do que melhorar a premiação para os brasileiros.

Ganhou muito dinheiro com o esporte? Como você investe?
Ednalva - O que ganhei até agora deu para bancar minhas despesas com competições, para me manter no atletismo. Só deu para comprar um sítio em Alagoa Nova, mas que não tem nada ainda, só a terra. Estou com patrocínio da Mizuno desde julho e da prefeitura de Campina Grande desde janeiro. Antes, eu tinha que ficar entre as cinco primeiras na maioria das competições para ganhar um dinheiro para a próxima prova, agora esta pressão está menor com ajuda dos patrocinadores.

Que conselho você dá para as mulheres que querem começar no esporte?
Ednalva - Que elas enfrentem os desafios com muita vontade, pois vale o sacrifício e é uma profissão que dá saúde e te proporciona boas relações.

O Brasil tem mais tradição e resultados no masculino que no feminino. Isso pode mudar?
Ednalva - Pode e já está mudando. Nós, mulheres, estamos vencendo grandes corridas e mostrando que podemos levar o Brasil mais longe.

Você faz algum tipo de preparação mental para competir?
Ednalva - Não faço nada especial. Assisto TV, converso com as amigas.

Como é a vida fora do esporte?
Ednalva - Gosto de ir para a casa dos meus pais, visitar as amigas e assistir filme em casa.

Como é a sua alimentação?
Ednalva - Balanceada como de todo atleta. Como bastante verduras e frutas. Complemento com BCA, carboidratos. Faço cinco refeições diárias e tomo bastante líquido.

Acredita que poderia ter hoje melhores resultados se tivesse tido mais facilidades na vida?
Ednalva - Sim. Se o apoio tivesse vindo antes, meus resultados aconteceriam mais cedo. Desde que entrei no atletismo me dediquei totalmente. Abri mão de tudo pelo esporte e compensou o fato de ter entrado tarde no esporte. Acho que enquanto tiver saúde vou estar correndo.

Como é a Ednalva Laureano mulher?
Ednalva - Não sou muito vaidosa. Não tenho namorado e sou bem simples, não gosto de estar muito arrumada. É raro usar batom, maquiagem, só em ocasiões especiais.

Ednalva uma das feras do Troféu Cidade de São Paulo

Ednalva Lauriano (Mizuno/Campina Grande) é uma das atrações da 6ª edição do Troféu Cidade de São Paulo, que acontece dia 25, quando a cidade de São Paulo (SP) completa 449 anos. A prova organizada pelo bicampeão da Corrida Internacional de São Silvestre, José João da Silva, contará com cerca de 6 mil participantes, já que as vagas estão se esgotando.

A temporada 2002 de Lauriano foi espetacular e começou exatamente na 5ª edição do Troféu Cidade de São Paulo, depois de ter sido a sexta colocada na São Silvestre.

A atleta venceu ainda a Corrida dos Reis, em Brasilia, os 10K do Brasil, em São Paulo, os 10K Tribuna FM, em Santos e a SP Classic, em São Paulo, além, de ter conquistado vários outros pódios importantes. Fez sua primeira prova internacional, a clássica Corrida de Boulder, no Colorado, nos Estados Unidos, onde obteve a 12ª colocação.

Ainda na temporada passada, passou a fazer parte da equipe da Mizuno, conquistando o apoio que é essencial para o sucesso de uma atleta de elite, além, evidentemente, do talento nato.

A temporada 2003 promete ser tão boa ou melhor do que a passada. Depois de conquistar seu primeiro pódio na São Silvestre, Lauriano, ou Pretinha - que é seu apelido - venceu sua primeira prova internacional: a Corrida de San Fernando, no último dia 6 em Punta Del Este, no Uruguai.

Aos 26 anos, a atleta que é orientada desde o início da carreira pelo técnico de atletismo Josa Moral, mostra que fez a escolha certa, há apenas quatro anos em abandonar o trabalho na roça e se dedicar ao atletismo. "Ou treinava ou voltava para a roça, onde sabia que não teria um futuro diferente", fala com a determinação que suas adversárias já bem conhecem.


Ednalva uma das feras do Troféu Cidade de São Paulo

Corridas de Rua · 17 jan, 2003

Ednalva Lauriano (Mizuno/Campina Grande) é uma das atrações da 6ª edição do Troféu Cidade de São Paulo, que acontece dia 25, quando a cidade de São Paulo (SP) completa 449 anos. A prova organizada pelo bicampeão da Corrida Internacional de São Silvestre, José João da Silva, contará com cerca de 6 mil participantes, já que as vagas estão se esgotando.

A temporada 2002 de Lauriano foi espetacular e começou exatamente na 5ª edição do Troféu Cidade de São Paulo, depois de ter sido a sexta colocada na São Silvestre.

A atleta venceu ainda a Corrida dos Reis, em Brasilia, os 10K do Brasil, em São Paulo, os 10K Tribuna FM, em Santos e a SP Classic, em São Paulo, além, de ter conquistado vários outros pódios importantes. Fez sua primeira prova internacional, a clássica Corrida de Boulder, no Colorado, nos Estados Unidos, onde obteve a 12ª colocação.

Ainda na temporada passada, passou a fazer parte da equipe da Mizuno, conquistando o apoio que é essencial para o sucesso de uma atleta de elite, além, evidentemente, do talento nato.

A temporada 2003 promete ser tão boa ou melhor do que a passada. Depois de conquistar seu primeiro pódio na São Silvestre, Lauriano, ou Pretinha - que é seu apelido - venceu sua primeira prova internacional: a Corrida de San Fernando, no último dia 6 em Punta Del Este, no Uruguai.

Aos 26 anos, a atleta que é orientada desde o início da carreira pelo técnico de atletismo Josa Moral, mostra que fez a escolha certa, há apenas quatro anos em abandonar o trabalho na roça e se dedicar ao atletismo. "Ou treinava ou voltava para a roça, onde sabia que não teria um futuro diferente", fala com a determinação que suas adversárias já bem conhecem.