Josa Moral e sua principal atleta Ednalva Laureano (foto: Harry Thomas Jr Arquivo WebRun)
Confira essa entrevista com o técnico responsável pelo treinamento de uma das maiores corredoras do país, a atleta Ednalva Laureano.
Atleta e técnico precisam estar em total harmonia para a conquista do pódio. Este sincronismo Ednalva e Josenildo Sousa Silva, mais conhecido como Josa Moral, têm de sobra. Juntos desde de 1998, eles trilham um caminho de luta em busca do sonho de transformar Ednalva em uma verdadeira campeã. Josa trouxe Ednalva da roça para morar em sua casa, facilitando os treinos e diminuindo as despesas.
Para o técnico, Pretinha, apelido da atleta, é uma grande amiga, a qual está sempre orientando dentro e fora das pistas. É uma pessoa simples, humilde, sincera e amiga. E o treinador se preocupa também coma cabeça da corredora. Quando ela veio morar em minha casa, a coloquei na escola para iniciar desde o primário. Ela vai para escola, mas não gosta muito. Mostro que ela tem que estudar, que é importante para que saiba dar uma entrevista, que saiba ler, interpretar alguma coisa, até se um dia for chamada para fazer um comercial. O atletismo não é para sempre.
Atualmente Ednalva treina 4 horas por dia fazendo um total de 120 km por semana. Além da rodagem, faz muito trabalho intervalado e de ritmo, além de massagem e visita a fisioterapeuta um dia sim outro não. Musculação também está dentro da preparação da corredora. A equipe de trabalho da atleta é composta pelo técnico, fisiologista, ortopedista, fisioterapeuta, massagista e nutricionista.
Para o técnico, a origem humilde é um obstáculo a ser superado. Para ela foi um choque grande sair da roça e hoje estar ganhando dinheiro, viajando de avião, hospedando-se nos melhores hotéis, conhecendo pessoas que só via na TV. Foi uma mudança radical. Ela era uma pessoa que trabalhava das 5h às 18h, sem se alimentar bem e no final da semana ia vender produtos na feira para ganhar 10 a 20 reais. Ela ainda não acostumou com a nova situação. Tem um pouco de vergonha porque não tem um estudo, não gosta de dar entrevista por medo de não saber falar direito. Esta origem humilde atrapalha nos relacionamentos, mas nunca atrapalhou o seu desempenho nas corridas.
E Pretinha, assim como nas competições, está evoluindo nos bastidores. Não gostar de entrevistas é coisa do passado. Afinal concedeu uma exclusiva para SuperAção.
Este texto foi escrito por: Rafael de Marco – SuperAção