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Ana Luiza, a Animal, vence a Meia da Disney em sua categoria

Atualizada em 11/01 às 13h40

A ex-menina de rua Ana Luíza dos Anjos Garcez, a Animal, foi campeã máster na Meia maratona da Disney, realizada neste sábado, dia 10 de janeiro, em Orlando (EUA). A atleta de 46 anos finalizou os 21 quilômetros em 1h31min38 e conseguiu o título que escapou das suas mãos em 2007, ocasião em que foi a segunda melhor atleta máster na mesma prova e campeã na categoria 40-44 anos depois de liderar a prova por 15 quilômetros.

Direto de Orlando – - Ana foi para a Disney com a estratégia de correr a meia de forma um pouco mais tranqüila e progressiva, já que teve sua preparação para a competição prejudicada depois de uma lesão no joelho que a deixou três semanas parada e em tratamento intensivo e cumpriu à risca o que foi determinado pelo seu técnico Wanderlei de Oliveira, da Run For Life, mesmo correndo sem relógio. "Não gosto de correr de relógio. Isso me atrapalha”, comenta Ana”.

“Tentei correr os cinco quilômetros bem tranqüila. Comecei a primeira milha um pouco forte e perguntei para dois brasileiros em que ritmo estávamos. Eles me disseram que eu estava fora do ritmo. Diminuí e fui aumentando aos poucos durante a prova. Cheguei inteira", relata a campeã, que passou os 10 quilômetros em 44min25, disputando a primeira posição com a também atleta máster Jacqueline Firth, de 44 anos, da Inglaterra. "Não sabia que ela era da minha categoria. Corri bastante tempo com ela. Na milha oito eu estava me sentindo bem e fui embora", comemora.

Em 2007, Ana ficou emocionada ao entrar na metade da prova no Magic Kingdom e ver os personagens da Disney perfilados na porta do Castelo da Cinderala para dar boas-vindas aos corredores. Quando a Fera (do filme a Bela e a Fera) tocou sua mão, suas pernas começaram a tremer e demorou um pouco para entrar novamente no ritmo. Foi depois deste episódio que foi ultrapassada e perdeu a liderança na prova. "Dessa vez, foi diferente. Foi muito bonito ver os personagens todos ali, mas não era mais novidade para mim", comenta a atleta.

Emoção - Mesmo conseguindo se controlar na entrada do castelo, não deixou de ter seu momento de emoção. Logo nas primeiras milhas ela ultrapassou Dick e Rick Hoyt, pai e filho, que desde 1980 finalizaram nada menos do que seis Ironman e 66 maratonas. "Vi os dois na largada e queria muito tirar uma foto com eles, mas não consegui. Quando passei e vi aquela cena daquele senhor correndo e empurrando o filho numa cadeira de rodas, tive vontade de chorar. Percebi o esforço que aquele pai fazia para dar essa alegria ao filho", emociona-se Ana Luiza, que não ficou sem sua foto.

Ao final da prova, na cerimônia de premiação da elite, aproveitou a homenagem à dupla e correu em direção aos dois para registrar seu momento com pai e filho. Dick comemorou exatamente no dia da Meia 46 anos de vida, a mesma idade de Ana Luíza. "É uma recordação que quero guardar para sempre. Este pai é um exemplo", enfatiza.

A atleta brasileira, que tem o apoio da Kamel Turismo e da Nike e ainda recebeu a ajuda dos amigos da equipe Run For Life para viabilizar sua viagem para o exterior, ainda ficará mais 15 dias na Flórida e segue na próxima quarta-feira (14) para Miami, onde participará, no dia 25 de janeiro da Meia Maratona de Miami. "Quero descansar e aproveitar ao máximo para chegar em Miami e correr na minha melhor forma. Ali não vou aliviar em nada. Vou forte do começo ao fim", relata confiante.


Ana Luiza, a Animal, vence a Meia da Disney em sua categoria

Meia Maratona · 10 jan, 2009

Atualizada em 11/01 às 13h40

A ex-menina de rua Ana Luíza dos Anjos Garcez, a Animal, foi campeã máster na Meia maratona da Disney, realizada neste sábado, dia 10 de janeiro, em Orlando (EUA). A atleta de 46 anos finalizou os 21 quilômetros em 1h31min38 e conseguiu o título que escapou das suas mãos em 2007, ocasião em que foi a segunda melhor atleta máster na mesma prova e campeã na categoria 40-44 anos depois de liderar a prova por 15 quilômetros.

Direto de Orlando – - Ana foi para a Disney com a estratégia de correr a meia de forma um pouco mais tranqüila e progressiva, já que teve sua preparação para a competição prejudicada depois de uma lesão no joelho que a deixou três semanas parada e em tratamento intensivo e cumpriu à risca o que foi determinado pelo seu técnico Wanderlei de Oliveira, da Run For Life, mesmo correndo sem relógio. "Não gosto de correr de relógio. Isso me atrapalha”, comenta Ana”.

“Tentei correr os cinco quilômetros bem tranqüila. Comecei a primeira milha um pouco forte e perguntei para dois brasileiros em que ritmo estávamos. Eles me disseram que eu estava fora do ritmo. Diminuí e fui aumentando aos poucos durante a prova. Cheguei inteira", relata a campeã, que passou os 10 quilômetros em 44min25, disputando a primeira posição com a também atleta máster Jacqueline Firth, de 44 anos, da Inglaterra. "Não sabia que ela era da minha categoria. Corri bastante tempo com ela. Na milha oito eu estava me sentindo bem e fui embora", comemora.

Em 2007, Ana ficou emocionada ao entrar na metade da prova no Magic Kingdom e ver os personagens da Disney perfilados na porta do Castelo da Cinderala para dar boas-vindas aos corredores. Quando a Fera (do filme a Bela e a Fera) tocou sua mão, suas pernas começaram a tremer e demorou um pouco para entrar novamente no ritmo. Foi depois deste episódio que foi ultrapassada e perdeu a liderança na prova. "Dessa vez, foi diferente. Foi muito bonito ver os personagens todos ali, mas não era mais novidade para mim", comenta a atleta.

Emoção - Mesmo conseguindo se controlar na entrada do castelo, não deixou de ter seu momento de emoção. Logo nas primeiras milhas ela ultrapassou Dick e Rick Hoyt, pai e filho, que desde 1980 finalizaram nada menos do que seis Ironman e 66 maratonas. "Vi os dois na largada e queria muito tirar uma foto com eles, mas não consegui. Quando passei e vi aquela cena daquele senhor correndo e empurrando o filho numa cadeira de rodas, tive vontade de chorar. Percebi o esforço que aquele pai fazia para dar essa alegria ao filho", emociona-se Ana Luiza, que não ficou sem sua foto.

Ao final da prova, na cerimônia de premiação da elite, aproveitou a homenagem à dupla e correu em direção aos dois para registrar seu momento com pai e filho. Dick comemorou exatamente no dia da Meia 46 anos de vida, a mesma idade de Ana Luíza. "É uma recordação que quero guardar para sempre. Este pai é um exemplo", enfatiza.

A atleta brasileira, que tem o apoio da Kamel Turismo e da Nike e ainda recebeu a ajuda dos amigos da equipe Run For Life para viabilizar sua viagem para o exterior, ainda ficará mais 15 dias na Flórida e segue na próxima quarta-feira (14) para Miami, onde participará, no dia 25 de janeiro da Meia Maratona de Miami. "Quero descansar e aproveitar ao máximo para chegar em Miami e correr na minha melhor forma. Ali não vou aliviar em nada. Vou forte do começo ao fim", relata confiante.

Ex-menina de rua competirá a Meia da Disney este ano

A ex-menina de rua Ana Luíza dos Anjos Garcez viaja nesta quarta-feira, dia sete de janeiro, para a Flórida (EUA), onde participará pela segunda vez da Meia maratona da Disney, que será realizada no sábado, dia 10. Animal, como é conhecida entre os amigos corredores, retorna ao mundo encantado com o objetivo de ser campeã em sua faixa etária. Em 2007, ela foi a segunda melhor atleta máster (acima de 40 anos) classificada na prova e ficou com o título da categoria.

Para este ano Ana já vem treinando focada para a prova desde o mês de maio. Depois da participação na Disney, ela ficará por mais duas semanas na Flórida para correr no dia 25 de janeiro a Meia maratona de Miami, onde também tentará um bom resultado na categoria. Ansiosa com a viagem, proporcionada graças ao auxílio dos amigos que se juntaram para ajudar com as despesas da viagem e também a uma parceria com a Kamel Turismo, Ana não esconde a felicidade.

“Não consigo nem dormir mais. Não vejo a hora. Já faz muito tempo que estou contando os dias. Parece que estou indo pela primeira vez”, conta a ex-menina de rua, que sempre foi vaidosa ao extremo e promete algo especial no cabelo para correr na terra do Mickey. “Vou trançar de verde e amarelo, que são as cores do Brasil. Mas quero fazer algo que não atrapalhe na hora de correr”, diz ela, que tomou o gosto pela corrida ao passar por uma loja de departamento e assistir a uma cena do filme "Carruagens de Fogo" na televisão.

Carreira -Ana Luíza participou de sua primeira corrida com o auxílio dos amigos de rua, que roubaram roupas apropriadas e um par de tênis e arrecadaram dinheiro para inscrição. “Era uma maratona e eu não tinha noção da distância. Fui a última a chegar. Ganhei ali minha primeira medalha e dei para o menino que mais me desafiou” .

De lá para cá, ela não parou mais de correr. Com a ajuda do ex-secretário de esportes da Prefeitura de São Paulo e padrinho Fausto Camunha, ela correu sua primeira competição internacional em Nova York, em 1999. Viajou depois para o Japão e para a Argentina, onde conquistou em 2004 a terceira colocação na Meia maratona de Buenos Aires (ARG), com o tempo de 1h22, depois de liderar a prova por 15 quilômetros. Seu primeiro título internacional na categoria geral veio em 2006, na Meia maratona de Santiago, no Chile. Em 2007, participou pela primeira vez da Meia maratona da Disney, onde foi campeã na faixa etária.


Ex-menina de rua competirá a Meia da Disney este ano

Meia Maratona · 05 jan, 2009

A ex-menina de rua Ana Luíza dos Anjos Garcez viaja nesta quarta-feira, dia sete de janeiro, para a Flórida (EUA), onde participará pela segunda vez da Meia maratona da Disney, que será realizada no sábado, dia 10. Animal, como é conhecida entre os amigos corredores, retorna ao mundo encantado com o objetivo de ser campeã em sua faixa etária. Em 2007, ela foi a segunda melhor atleta máster (acima de 40 anos) classificada na prova e ficou com o título da categoria.

Para este ano Ana já vem treinando focada para a prova desde o mês de maio. Depois da participação na Disney, ela ficará por mais duas semanas na Flórida para correr no dia 25 de janeiro a Meia maratona de Miami, onde também tentará um bom resultado na categoria. Ansiosa com a viagem, proporcionada graças ao auxílio dos amigos que se juntaram para ajudar com as despesas da viagem e também a uma parceria com a Kamel Turismo, Ana não esconde a felicidade.

“Não consigo nem dormir mais. Não vejo a hora. Já faz muito tempo que estou contando os dias. Parece que estou indo pela primeira vez”, conta a ex-menina de rua, que sempre foi vaidosa ao extremo e promete algo especial no cabelo para correr na terra do Mickey. “Vou trançar de verde e amarelo, que são as cores do Brasil. Mas quero fazer algo que não atrapalhe na hora de correr”, diz ela, que tomou o gosto pela corrida ao passar por uma loja de departamento e assistir a uma cena do filme "Carruagens de Fogo" na televisão.

Carreira -Ana Luíza participou de sua primeira corrida com o auxílio dos amigos de rua, que roubaram roupas apropriadas e um par de tênis e arrecadaram dinheiro para inscrição. “Era uma maratona e eu não tinha noção da distância. Fui a última a chegar. Ganhei ali minha primeira medalha e dei para o menino que mais me desafiou” .

De lá para cá, ela não parou mais de correr. Com a ajuda do ex-secretário de esportes da Prefeitura de São Paulo e padrinho Fausto Camunha, ela correu sua primeira competição internacional em Nova York, em 1999. Viajou depois para o Japão e para a Argentina, onde conquistou em 2004 a terceira colocação na Meia maratona de Buenos Aires (ARG), com o tempo de 1h22, depois de liderar a prova por 15 quilômetros. Seu primeiro título internacional na categoria geral veio em 2006, na Meia maratona de Santiago, no Chile. Em 2007, participou pela primeira vez da Meia maratona da Disney, onde foi campeã na faixa etária.

Animal é atração do Domingo Legal

Maratona · 11 mar, 2007

O que ninguém pode negar é que Ana Luiza dos Anjos Garcez, ou simplesmente Animal, seja um exemplo de superação.

Depois de sair da marginalidade das ruas e das drogas através da corrida, “é preciso coragem e determinação para seguir em frente”, como frisou seu técnico e mentor Wanderlei de Oliveira, para se estabelecer perante a sociedade.

Depois de ser entrevistada por Serginho Groissman, Goulart de Andrade entre outros, hoje será atração do progroma do apresentador Gugu Liberato, o Gugu.

Animal, será tema de reportagem especial do programa Domingo Legal, no SBT.

Ana Luiza, a Animal: do submundo para o paraíso

Ana Luiza dos Anjos Garcez, a corredora conhecida como “Animal”, já foi moradora de rua, usava drogas, mas através do esporte deu a volta por cima e se tornou uma atleta de ponta. Ex-moradora dos bancos do centro velho de São Paulo, ela está prestes a realizar um sonho: conhecer os parques de Walt Disney World, onde participará da Meia Maratona no dia seis.

São Paulo - Ana Luiza passou um bom tempo da vida na Febem, pois sua mãe não tinha para onde levá-la e a abandonou na instituição. “A mulher que me teve me levou para lá e depois que completei 18 anos me arrumaram um emprego de doméstica e me tiraram de lá”.

Porém, o que poderia ser o início de uma nova vida para Ana, foi o começo de um pesadelo. “Trabalhei cinco meses na casa da mulher e ela não me pagou”, conta. Tomada pela raiva de não receber o que lhe era devido, ela resolveu dar uma lição na patroa e roubou todos os pertences de valor da casa.

Ela então usou o poder de persuasão obtido nos anos que passou na Febem e pediu ajuda para um soldado do corpo de bombeiros, para embarcar em um ônibus de linha, coma as malas onde estavam os frutos do roubo. Ela seguiu rumo à Praça da República e distribuiu os objetos para os moradores de rua.

Vivência nas ruas - Com o tempo ela ganhou a confiança de todos na região e cheirou cola pela primeira vez: “Eu não gostei no começo, mas depois comecei a achar legal, mexia com a cabeça e dava barato”. Com o passar do tempo a cola não fazia mais efeito e ela partiu para outras drogas, como a cocaína e remédios para ficar acordada a noite inteira. “Se eu dormisse, tinha medo de alguém fazer algo errado comigo, como me estuprar”, lembra.

Ela começou então a roubar as pessoas para ter dinheiro para a comida e para as drogas; chegava por trás das vítimas e as ameaçava de morte caso não passassem a carteira e outros objetos de valor. Em um dos acessos de loucura provocado pela droga, ela subiu em um viaduto e quase se jogou. “Eu estava tão louca que achava que podia voar, ouvia o E.T. me chamar. Aí, tinha uma bicha que morava comigo, que me puxou e me jogou no chão”.

Conhecida como “Tia Punk”, ela chegou a ser ameaçada de morte por um grupo de trombadinhas, mas teve pulso forte e encarou os marmanjos. “Vai me matar por que? Se quiser matar, mate agora, atira na minha cabeça”. Porém, ela foi logo defendida pelo grupo que ela liderava e não houve conseqüências sérias.

Antes de sonhar em participar de corridas, Animal já caminhava grandes distâncias, sempre com o intuito de assaltar as pessoas. Fazia o trajeto entre São Paulo e Santos, vestida de prostituta para roubar e na volta dava uns trocados para os caminhoneiros em troca de carona.

Um dos locais de moradia de Ana era a laje do Centro Cultural São Paulo, na Rua Vergueiro. “Dormia com um cachorro lá, sentia o cheiro de churrasco e sonhava em um dia comer o que quisesse. Eu chegava nas padarias e restaurantes, me xingavam de vagabunda e me ameaçavam”.

Nas festas de natal e ano novo Ana juntava alguns pertences e comidas que pedia nas casas e fazia uma festa. “Eu ensinava para os garotos falarem direitinho, sem malandragem e pedir alguma prenda”.

Incentivo - O despertar para o esporte veio através do filme Carruagens de Fogo. “Estava na Rua Sete de Abril, vi o filme em uma loja, ouvi a música e falei que não queria mais ser moradora de rua”. Ela então imaginou que poderia correr, já que sempre fugia da polícia, mas foi desencorajada por seus colegas. Para provar que estava certa, mandou que eles roubassem tênis, roupa de corrida, o dinheiro para a inscrição e se aventurou na Maratona de São Paulo.

“Corri 42,195 metros em mais de seis horas. De repente vi o caminhão recolhendo os retardatários, mas não quis subir”. Ela relutou até o final e conseguiu completar a prova. Em seguida, roubou uma medalha e colocou no pescoço do trombadinha que duvidou que ela conseguiria finalizar. No dia seguinte ela sentiu as dores e o cansaço e jurou que nunca mais iria correr.

Porém, não teve jeito, ela foi picada pelo famoso bichinho da corrida e se empolgou, quando sabia que haveria uma corrida, logo se animava em participar. “Um dia eu coloquei na cabeça que ia sair da rua”, conta. Em uma de suas andanças pela cidade, ela estava no Parque do Ibirapuera, onde acontecia um check-up médico gratuito. “Pedi para fazer exame, porque podia estar com Aids”, conta.

Com a má educação e a agressividade que lhe era peculiar na época, ela relutou, mas deixou ser levada para um hospital e se submeter à baterias de exames. “Viram que meu VO2 era muito bom”, comemora. Uma emissora de televisão se interessou pela história de Ana e resolveu fazer uma matéria.

Sensibilizado com a história, o então Secretário Estadual de Esportes de São Paulo, Fausto Camunha, resolveu ajudá-la e a levou para morar no Centro Olímpico. “Tudo eu tinha medo e vergonha, as pessoas olhavam para mim e eu queria sair na mão”, lembra.

Por volta dos 24 anos, após vencer uma prova em sua categoria, na cidade de Bauru, ela se animou e começou a pegar firme nos treinamentos. Nessa época ela ainda usava drogas, mas sempre de forma escondida, para que ninguém descobrisse.

Fim das drogas - Por ironia do destino, os efeitos benéficos da corrida começaram a se confrontar com a abstinência da droga e Ana ficou com um lado do corpo paralisado por uma semana. “Deixei na mão de Deus me curar ou me fazer pagar os pecados. Depois que melhorei nunca mais quis usar drogas”, comenta.

Tendo em vista o potencial para atleta da ex-moradora de rua, Fausto pediu para que o treinador Wanderlei de Oliveira, um dos poucos especialistas em corridas na época, treinasse Ana. Diante da recusa do treinador por ela ser muito indisciplinada, ele pediu que o então Governador de São Paulo, Mário Covas, fizesse o pedido.

“Ela começou a ficar conhecida entre os corredores e os políticos e disse para o Fausto que queria treinar comigo. Certa vez me ligou no celular uma pessoa que se intitulou Mário Covas e pediu que a treinasse. Achei estranho, imaginei que fosse trote e desliguei”, comenta Wanderley de Oliveira.

“Após um tempo ligou uma mulher e disse ‘será que você poderia ser um pouco mais educado e atender o Mário Covas?’ Aí ela me disse que era realmente o Covas e eles queriam ajudar a Ana”, lembra o treinador.

Hoje, já “domada” e disciplinada, Animal conta como é o ritmo de treinos: “acordo às 5h, tomo água, como uma banana, corro na pista, faço treinos de coordenação e postura, alongo e faço alguns tiros. Depois eu descanso; rodo cerca de 10 quilômetros no parque Ibirapuera e depois faço musculação. À tarde volto para o parque e treino mais”.

Para participar da prova na Disney, Ana fez um penteado especial. No início pensou em deixar os cabelos no formato das orelhas da Minnie, mas mudou de idéia e colocou umas tranças com as cores da bandeira brasileira. “Vou com o Brasil na cabeça e no coração”, avisa.

Apesar da ansiedade em conhecer a terra encantada, ela diz que está bem focada na prova e só depois vai pensar no passeio. “Depois que eu correr vou pensar nas compras, adoro tênis e agasalho; quero comprar também um i-pod e tudo o que eu não tive direito”. Ela também conta que ao chegar na terra encantada vai se beliscar para ter certeza de que não é um sonho.

Sonhos e lembranças - O gosto pela corrida é tão forte em Ana Luiza, que ela gostaria de dar aulas para crianças sobre como correr e voltar a dar palestras sobre drogas. “Gosto de falar com as mães, para não deixar os filhos no semáforo pedindo dinheiro. Quanto mais você dá esmola para criança na rua, menos vontade ela vai ter de sair dessa vida”, alerta.

Hoje em dia ela passa pelas ruas onde morou e sempre encontra velhos amigos, que admiram o fato de ela ter dado a volta por cima. “Eles falam que eu sou guerreira, corajosa. Até hoje eu não vi ninguém que tenha se espelhado em mim, mas eu ficaria muito orgulhosa se visse”, comenta.

“Eu não me arrependo de usar drogas, fui criada sem carinho, via as crianças receberem visitas dos pais nos domingos e eu não tinha nada. E não é fácil sair dessa vida, a rua é só ilusão”, alerta. “Perdi muitos amigos na rua, alguns inclusive afogados na Represa Guarapiranga. Eles gritavam ‘tia punk, socorro’, mas eu não podia fazer nada, pois se entrasse na água iria me afogar também. Eu tenho saudades dos meus amigos, mas não da rua”, completa.

Com uma imagem de forte e aguerrida, Ana Luiza sempre lembra a sua história com orgulho, mas no final da entrevista, ao ser perguntada sobre os planos e sonhos para o ano que se inicia, os olhos se enchem de lágrimas. Emocionada, ela fala sobre os desejos: “meu sonho é arrumar emprego e morar numa casa. Também queria uma geladeira, pois não posso guardar nada para comer, que estrague fácil, como um leite ou iogurte”.

Animal lembra com carinho todos os que a auxiliaram e manda um agradecimento. “Quero agradecer a Run for Life, o meu padrinho Fernando Crespo, que sempre me ajuda; o Fausto Camunha, que mora no meu coração e o pessoal da Corpore. Também o pessoal do SET, do Hospital São Paulo; o Wanderlei; o Fernando; a Conceição minha cabeleireira, o pessoal da Federação Paulista de Atletismo e todos que me ajudaram”.

Wanderley de Oliveira, após se dar conta que as ligações que recebia em seu celular com pedidos para treinar Animal, eram realmente de Mário Covas, aceitou treinar a atleta. Ele conta como foi o duro processo de treinamento e reeducação.

“Ela me via nas corridas e colocou na cabeça que queria treinar comigo, mas sempre que eu a via nas provas ela estava brigando. Hoje ela é brincalhona, tira sarro, mas antes era bem diferente. Ela só queria saber de brigar e responder mal para as pessoas”, lembra Wanderley.

Ele conta que levou Animal para a pista, com o intuito de fazer o treinamento inicial, um pouco a contra gosto. “Relutei no começo, pois os meus clientes eram pessoas elitizadas e achei que ela fosse criar problema. Marquei um dia que não tivesse ninguém. Ela chegou com uma barriga enorme, cheia de vermes”.

Começo dos treinos - Levada para um fisiologista, ela ficou cerca de um mês tomando vermífugo, começou a morar no Constâncio Vaz e passou a receber ajuda do Pão de Açúcar. “Eles forneceram tratamento dentário, uma assistente social, aulas de boas maneiras e mandaram uma pessoa para acompanhá-la e dar cuidados especiais, a Mônica Peralta”, comenta o treinador.

Em 1999 ela ganhou um presente do Fausto e foi correr a Maratona de Nova York. Porém, ela não tinha inscrição e correu com o nome da jornalista Fernanda Paradizo. “Na ocasião ela ficou com o grupo Pão de Açúcar no hotel e se mostrou uma pessoa simpática, forte, vencedora e começou a ser aceita por todos”.

Hoje ela não sabe para onde vai, passa o natal na casa de um, ano novo na casa de outro, cada hora está num lugar. “As pessoas a têm como uma amiga”, diz Oliveira. “Todas as viagens que ela faz são as pessoas que ajudam, fazem uma vaquinha”, completa.

Consagração - Segundo o orgulhoso treinador, ela se tornou uma atleta de nível bom, sempre chega entre as primeiras. “Ela foi campeã com 43 anos da meia do Chile, em 2006 e praticamente todas as corridas que participou de 10.000m fez entre 38min30 e 39min15, o que é muito bom”.

A expectativa é que ela faça entre 1h25 e 1h24. “A gente nunca sabe o nível técnico da prova, mas é provável que ela chegue entre as cinco melhores. A campeã do ano passado fez 1h18, mas Animal não tem como fazer esse tempo, o melhor dela foi 1h22 em Buenos Aires. Eu disse para ela ser cautelosa nessa prova e não ter grandes expectativas” finaliza.

Um exemplo da evolução da corredora pôde ser comprovado no final do ano passado, ocasião em que ela finalizou o Circuito Corpore na primeira posição na categoria 40-44 anos. Durante a premiação, na prova de natal da entidade, Animal disse que trabalhou duro para conquistar esse resultado positivo.


Ana Luiza, a Animal: do submundo para o paraíso

Corridas de Rua · 04 jan, 2007

Ana Luiza dos Anjos Garcez, a corredora conhecida como “Animal”, já foi moradora de rua, usava drogas, mas através do esporte deu a volta por cima e se tornou uma atleta de ponta. Ex-moradora dos bancos do centro velho de São Paulo, ela está prestes a realizar um sonho: conhecer os parques de Walt Disney World, onde participará da Meia Maratona no dia seis.

São Paulo - Ana Luiza passou um bom tempo da vida na Febem, pois sua mãe não tinha para onde levá-la e a abandonou na instituição. “A mulher que me teve me levou para lá e depois que completei 18 anos me arrumaram um emprego de doméstica e me tiraram de lá”.

Porém, o que poderia ser o início de uma nova vida para Ana, foi o começo de um pesadelo. “Trabalhei cinco meses na casa da mulher e ela não me pagou”, conta. Tomada pela raiva de não receber o que lhe era devido, ela resolveu dar uma lição na patroa e roubou todos os pertences de valor da casa.

Ela então usou o poder de persuasão obtido nos anos que passou na Febem e pediu ajuda para um soldado do corpo de bombeiros, para embarcar em um ônibus de linha, coma as malas onde estavam os frutos do roubo. Ela seguiu rumo à Praça da República e distribuiu os objetos para os moradores de rua.

Vivência nas ruas - Com o tempo ela ganhou a confiança de todos na região e cheirou cola pela primeira vez: “Eu não gostei no começo, mas depois comecei a achar legal, mexia com a cabeça e dava barato”. Com o passar do tempo a cola não fazia mais efeito e ela partiu para outras drogas, como a cocaína e remédios para ficar acordada a noite inteira. “Se eu dormisse, tinha medo de alguém fazer algo errado comigo, como me estuprar”, lembra.

Ela começou então a roubar as pessoas para ter dinheiro para a comida e para as drogas; chegava por trás das vítimas e as ameaçava de morte caso não passassem a carteira e outros objetos de valor. Em um dos acessos de loucura provocado pela droga, ela subiu em um viaduto e quase se jogou. “Eu estava tão louca que achava que podia voar, ouvia o E.T. me chamar. Aí, tinha uma bicha que morava comigo, que me puxou e me jogou no chão”.

Conhecida como “Tia Punk”, ela chegou a ser ameaçada de morte por um grupo de trombadinhas, mas teve pulso forte e encarou os marmanjos. “Vai me matar por que? Se quiser matar, mate agora, atira na minha cabeça”. Porém, ela foi logo defendida pelo grupo que ela liderava e não houve conseqüências sérias.

Antes de sonhar em participar de corridas, Animal já caminhava grandes distâncias, sempre com o intuito de assaltar as pessoas. Fazia o trajeto entre São Paulo e Santos, vestida de prostituta para roubar e na volta dava uns trocados para os caminhoneiros em troca de carona.

Um dos locais de moradia de Ana era a laje do Centro Cultural São Paulo, na Rua Vergueiro. “Dormia com um cachorro lá, sentia o cheiro de churrasco e sonhava em um dia comer o que quisesse. Eu chegava nas padarias e restaurantes, me xingavam de vagabunda e me ameaçavam”.

Nas festas de natal e ano novo Ana juntava alguns pertences e comidas que pedia nas casas e fazia uma festa. “Eu ensinava para os garotos falarem direitinho, sem malandragem e pedir alguma prenda”.

Incentivo - O despertar para o esporte veio através do filme Carruagens de Fogo. “Estava na Rua Sete de Abril, vi o filme em uma loja, ouvi a música e falei que não queria mais ser moradora de rua”. Ela então imaginou que poderia correr, já que sempre fugia da polícia, mas foi desencorajada por seus colegas. Para provar que estava certa, mandou que eles roubassem tênis, roupa de corrida, o dinheiro para a inscrição e se aventurou na Maratona de São Paulo.

“Corri 42,195 metros em mais de seis horas. De repente vi o caminhão recolhendo os retardatários, mas não quis subir”. Ela relutou até o final e conseguiu completar a prova. Em seguida, roubou uma medalha e colocou no pescoço do trombadinha que duvidou que ela conseguiria finalizar. No dia seguinte ela sentiu as dores e o cansaço e jurou que nunca mais iria correr.

Porém, não teve jeito, ela foi picada pelo famoso bichinho da corrida e se empolgou, quando sabia que haveria uma corrida, logo se animava em participar. “Um dia eu coloquei na cabeça que ia sair da rua”, conta. Em uma de suas andanças pela cidade, ela estava no Parque do Ibirapuera, onde acontecia um check-up médico gratuito. “Pedi para fazer exame, porque podia estar com Aids”, conta.

Com a má educação e a agressividade que lhe era peculiar na época, ela relutou, mas deixou ser levada para um hospital e se submeter à baterias de exames. “Viram que meu VO2 era muito bom”, comemora. Uma emissora de televisão se interessou pela história de Ana e resolveu fazer uma matéria.

Sensibilizado com a história, o então Secretário Estadual de Esportes de São Paulo, Fausto Camunha, resolveu ajudá-la e a levou para morar no Centro Olímpico. “Tudo eu tinha medo e vergonha, as pessoas olhavam para mim e eu queria sair na mão”, lembra.

Por volta dos 24 anos, após vencer uma prova em sua categoria, na cidade de Bauru, ela se animou e começou a pegar firme nos treinamentos. Nessa época ela ainda usava drogas, mas sempre de forma escondida, para que ninguém descobrisse.

Fim das drogas - Por ironia do destino, os efeitos benéficos da corrida começaram a se confrontar com a abstinência da droga e Ana ficou com um lado do corpo paralisado por uma semana. “Deixei na mão de Deus me curar ou me fazer pagar os pecados. Depois que melhorei nunca mais quis usar drogas”, comenta.

Tendo em vista o potencial para atleta da ex-moradora de rua, Fausto pediu para que o treinador Wanderlei de Oliveira, um dos poucos especialistas em corridas na época, treinasse Ana. Diante da recusa do treinador por ela ser muito indisciplinada, ele pediu que o então Governador de São Paulo, Mário Covas, fizesse o pedido.

“Ela começou a ficar conhecida entre os corredores e os políticos e disse para o Fausto que queria treinar comigo. Certa vez me ligou no celular uma pessoa que se intitulou Mário Covas e pediu que a treinasse. Achei estranho, imaginei que fosse trote e desliguei”, comenta Wanderley de Oliveira.

“Após um tempo ligou uma mulher e disse ‘será que você poderia ser um pouco mais educado e atender o Mário Covas?’ Aí ela me disse que era realmente o Covas e eles queriam ajudar a Ana”, lembra o treinador.

Hoje, já “domada” e disciplinada, Animal conta como é o ritmo de treinos: “acordo às 5h, tomo água, como uma banana, corro na pista, faço treinos de coordenação e postura, alongo e faço alguns tiros. Depois eu descanso; rodo cerca de 10 quilômetros no parque Ibirapuera e depois faço musculação. À tarde volto para o parque e treino mais”.

Para participar da prova na Disney, Ana fez um penteado especial. No início pensou em deixar os cabelos no formato das orelhas da Minnie, mas mudou de idéia e colocou umas tranças com as cores da bandeira brasileira. “Vou com o Brasil na cabeça e no coração”, avisa.

Apesar da ansiedade em conhecer a terra encantada, ela diz que está bem focada na prova e só depois vai pensar no passeio. “Depois que eu correr vou pensar nas compras, adoro tênis e agasalho; quero comprar também um i-pod e tudo o que eu não tive direito”. Ela também conta que ao chegar na terra encantada vai se beliscar para ter certeza de que não é um sonho.

Sonhos e lembranças - O gosto pela corrida é tão forte em Ana Luiza, que ela gostaria de dar aulas para crianças sobre como correr e voltar a dar palestras sobre drogas. “Gosto de falar com as mães, para não deixar os filhos no semáforo pedindo dinheiro. Quanto mais você dá esmola para criança na rua, menos vontade ela vai ter de sair dessa vida”, alerta.

Hoje em dia ela passa pelas ruas onde morou e sempre encontra velhos amigos, que admiram o fato de ela ter dado a volta por cima. “Eles falam que eu sou guerreira, corajosa. Até hoje eu não vi ninguém que tenha se espelhado em mim, mas eu ficaria muito orgulhosa se visse”, comenta.

“Eu não me arrependo de usar drogas, fui criada sem carinho, via as crianças receberem visitas dos pais nos domingos e eu não tinha nada. E não é fácil sair dessa vida, a rua é só ilusão”, alerta. “Perdi muitos amigos na rua, alguns inclusive afogados na Represa Guarapiranga. Eles gritavam ‘tia punk, socorro’, mas eu não podia fazer nada, pois se entrasse na água iria me afogar também. Eu tenho saudades dos meus amigos, mas não da rua”, completa.

Com uma imagem de forte e aguerrida, Ana Luiza sempre lembra a sua história com orgulho, mas no final da entrevista, ao ser perguntada sobre os planos e sonhos para o ano que se inicia, os olhos se enchem de lágrimas. Emocionada, ela fala sobre os desejos: “meu sonho é arrumar emprego e morar numa casa. Também queria uma geladeira, pois não posso guardar nada para comer, que estrague fácil, como um leite ou iogurte”.

Animal lembra com carinho todos os que a auxiliaram e manda um agradecimento. “Quero agradecer a Run for Life, o meu padrinho Fernando Crespo, que sempre me ajuda; o Fausto Camunha, que mora no meu coração e o pessoal da Corpore. Também o pessoal do SET, do Hospital São Paulo; o Wanderlei; o Fernando; a Conceição minha cabeleireira, o pessoal da Federação Paulista de Atletismo e todos que me ajudaram”.

Wanderley de Oliveira, após se dar conta que as ligações que recebia em seu celular com pedidos para treinar Animal, eram realmente de Mário Covas, aceitou treinar a atleta. Ele conta como foi o duro processo de treinamento e reeducação.

“Ela me via nas corridas e colocou na cabeça que queria treinar comigo, mas sempre que eu a via nas provas ela estava brigando. Hoje ela é brincalhona, tira sarro, mas antes era bem diferente. Ela só queria saber de brigar e responder mal para as pessoas”, lembra Wanderley.

Ele conta que levou Animal para a pista, com o intuito de fazer o treinamento inicial, um pouco a contra gosto. “Relutei no começo, pois os meus clientes eram pessoas elitizadas e achei que ela fosse criar problema. Marquei um dia que não tivesse ninguém. Ela chegou com uma barriga enorme, cheia de vermes”.

Começo dos treinos - Levada para um fisiologista, ela ficou cerca de um mês tomando vermífugo, começou a morar no Constâncio Vaz e passou a receber ajuda do Pão de Açúcar. “Eles forneceram tratamento dentário, uma assistente social, aulas de boas maneiras e mandaram uma pessoa para acompanhá-la e dar cuidados especiais, a Mônica Peralta”, comenta o treinador.

Em 1999 ela ganhou um presente do Fausto e foi correr a Maratona de Nova York. Porém, ela não tinha inscrição e correu com o nome da jornalista Fernanda Paradizo. “Na ocasião ela ficou com o grupo Pão de Açúcar no hotel e se mostrou uma pessoa simpática, forte, vencedora e começou a ser aceita por todos”.

Hoje ela não sabe para onde vai, passa o natal na casa de um, ano novo na casa de outro, cada hora está num lugar. “As pessoas a têm como uma amiga”, diz Oliveira. “Todas as viagens que ela faz são as pessoas que ajudam, fazem uma vaquinha”, completa.

Consagração - Segundo o orgulhoso treinador, ela se tornou uma atleta de nível bom, sempre chega entre as primeiras. “Ela foi campeã com 43 anos da meia do Chile, em 2006 e praticamente todas as corridas que participou de 10.000m fez entre 38min30 e 39min15, o que é muito bom”.

A expectativa é que ela faça entre 1h25 e 1h24. “A gente nunca sabe o nível técnico da prova, mas é provável que ela chegue entre as cinco melhores. A campeã do ano passado fez 1h18, mas Animal não tem como fazer esse tempo, o melhor dela foi 1h22 em Buenos Aires. Eu disse para ela ser cautelosa nessa prova e não ter grandes expectativas” finaliza.

Um exemplo da evolução da corredora pôde ser comprovado no final do ano passado, ocasião em que ela finalizou o Circuito Corpore na primeira posição na categoria 40-44 anos. Durante a premiação, na prova de natal da entidade, Animal disse que trabalhou duro para conquistar esse resultado positivo.

Adriano Bastos e Animal vencem Corrida da Paz

O primeiro final de semana de setembro trouxe um domingo ensolarado e uma prova ótima para os corredores, a Corrida pela Paz, com distâncias de 8 km e 3 km. Com uma bela manhã surgindo, os participantes chegavam à AMCHAM para retirar seu chip e utilizar todos os serviços que estavam instalados dentro da própria Câmara Americana de Comércio.

Na Rua da Paz, quase em frente à AMCHAM, estava situado o pórtico de largada das duas distâncias e bem próximo dele foi comandado um aquecimento. Instantes antes da largada, um toque de silêncio soou em homenagem às vítimas dos atentados de 11 de setembro de 2000, acontecidos em Nova York. Esse ato já se tornou marca desse evento, assim como os balões brancos distribuídos aos participantes para serem liberados no momento da largada.

E foi isso que aconteceu precisamente às 8h. Quando a largada foi dada, os céus da Chácara Santo Antônio foram tomados por balões que simbolizam a paz.

A prova - Balões no ar, foi hora das disputas começarem. E como informado anteriormente, os percursos eram completamente planos, ajudando aqueles que buscavam performance. E foi isso que dois atletas fizeram e conseguiram atingir uma boa marca alcançando o lugar mais alto do pódio.

Adriano Bastos, que vem aparecendo sempre nos primeiros lugares das corridas do circuito Corpore, largou bem e manteve um bom ritmo até o fim do percurso, vencendo com tranqüilidade. “Não tive dificuldades, pois consegui liderar desde o primeiro quilômetro. Já no km dois comecei a distanciar e manter minha vantagem. Não conhecia esse percurso, só sabia que era plano e consegui fazer uma ótima prova”.

Entre as mulheres, uma atleta conhecida dos corredores de rua chegou em primeiro lugar com uma vantagem de quase 1 minuto para a segunda colocada. “A largada tem muito paralelepípedo, mas o resto é só alegria”, afirmou Ana Luiza dos Anjos, a Animal, confirmando as facilidades do percurso.

As facilidades não estavam apenas nos 8 km, mas também nos 3 km que eram completamente planos, trazendo diversos iniciantes, caminhantes e reunindo famílias em mais um evento que traz saúde e confraternização.

Ao término do percurso, os atletas voltaram mais uma vez a sede da AMCHAM e lá retiraram seu kit e puderam presenciar a entrega dos troféus aos primeiros colocados com muito conforto.

A prova, que já se tornou tradicional e conta com aspectos muito especiais e diferentes das outras provas, principalmente com relação à celebração da paz, tem tudo para se expandir cada vez mais, segundo as palavras de Fabio Costa, diretor de novos negócios da AMCHAM. “Esse evento foi fantástico, atingimos nossa previsão de público e valorizamos de novo a paz e o relacionamento entre os participantes.

Ano que vem esperamos expandir a corrida no número de participantes em São Paulo e com edições em outras cidades. Em São Paulo queremos consolidar a prova como um evento da região, movimentando bombeiros, polícia militar, CET e outros serviços daqui”.


Adriano Bastos e Animal vencem Corrida da Paz

Caminhada · 04 set, 2006

O primeiro final de semana de setembro trouxe um domingo ensolarado e uma prova ótima para os corredores, a Corrida pela Paz, com distâncias de 8 km e 3 km. Com uma bela manhã surgindo, os participantes chegavam à AMCHAM para retirar seu chip e utilizar todos os serviços que estavam instalados dentro da própria Câmara Americana de Comércio.

Na Rua da Paz, quase em frente à AMCHAM, estava situado o pórtico de largada das duas distâncias e bem próximo dele foi comandado um aquecimento. Instantes antes da largada, um toque de silêncio soou em homenagem às vítimas dos atentados de 11 de setembro de 2000, acontecidos em Nova York. Esse ato já se tornou marca desse evento, assim como os balões brancos distribuídos aos participantes para serem liberados no momento da largada.

E foi isso que aconteceu precisamente às 8h. Quando a largada foi dada, os céus da Chácara Santo Antônio foram tomados por balões que simbolizam a paz.

A prova - Balões no ar, foi hora das disputas começarem. E como informado anteriormente, os percursos eram completamente planos, ajudando aqueles que buscavam performance. E foi isso que dois atletas fizeram e conseguiram atingir uma boa marca alcançando o lugar mais alto do pódio.

Adriano Bastos, que vem aparecendo sempre nos primeiros lugares das corridas do circuito Corpore, largou bem e manteve um bom ritmo até o fim do percurso, vencendo com tranqüilidade. “Não tive dificuldades, pois consegui liderar desde o primeiro quilômetro. Já no km dois comecei a distanciar e manter minha vantagem. Não conhecia esse percurso, só sabia que era plano e consegui fazer uma ótima prova”.

Entre as mulheres, uma atleta conhecida dos corredores de rua chegou em primeiro lugar com uma vantagem de quase 1 minuto para a segunda colocada. “A largada tem muito paralelepípedo, mas o resto é só alegria”, afirmou Ana Luiza dos Anjos, a Animal, confirmando as facilidades do percurso.

As facilidades não estavam apenas nos 8 km, mas também nos 3 km que eram completamente planos, trazendo diversos iniciantes, caminhantes e reunindo famílias em mais um evento que traz saúde e confraternização.

Ao término do percurso, os atletas voltaram mais uma vez a sede da AMCHAM e lá retiraram seu kit e puderam presenciar a entrega dos troféus aos primeiros colocados com muito conforto.

A prova, que já se tornou tradicional e conta com aspectos muito especiais e diferentes das outras provas, principalmente com relação à celebração da paz, tem tudo para se expandir cada vez mais, segundo as palavras de Fabio Costa, diretor de novos negócios da AMCHAM. “Esse evento foi fantástico, atingimos nossa previsão de público e valorizamos de novo a paz e o relacionamento entre os participantes.

Ano que vem esperamos expandir a corrida no número de participantes em São Paulo e com edições em outras cidades. Em São Paulo queremos consolidar a prova como um evento da região, movimentando bombeiros, polícia militar, CET e outros serviços daqui”.

Maratonista é tema de exposição sobre mulheres

A maratonista Ana Luiza Garcez, conhecida por muitos como Animal, é uma das personagens da exposição fotográfica “Non Ducor Duco, Um dia na vida de mulheres paulistanas”. O projeto foi desenvolvido pelo grupo de estudantes do Imã e retratou o cotidiano de 14 mulheres que vivem em São Paulo.

Segundo o curador da exposição, João Bittar, o projeto busca enaltecer a personagem feminina. A exposição “Non Ducor Duco” (Não sou conduzido, conduzo) exibe fotos de mulheres com diferentes atividades: bailarina, freira, modelo, enfermeira, mãe de santo, pilota de Fórmula Truck, atriz, professora, empregada doméstica, jornalista, fotógrafa, maratonista e dona de casa.

A exposição começa hoje (8), dia da mulher, e vai até 31 de março na Imã Foto Galeria. Esta fica na rua Fradique Coutinho, 1239, a entrada é franca.

Ana Garcez - Ana é maratonista profissional e na sua categoria de idade, 40-45 anos, vence quase todas as provas. Mas ela já teve uma vida bem diferente da atual.

Até os 35 anos de idade, ela vivia perambulando pelas ruas de São Paulo. Como não tinha dinheiro para comer, usava drogas "para amenizar a fome". Além disso, Ana já foi interna da Febem e conta que começou a correr nas ruas para fugir dos policiais. “Corria quando roubava e eu era a melhor”, revela.

Sem nenhum preparo físico e com calçados inadequados, Ana, resolveu correr pela primeira vez uma maratona (42,195 km) em São Paulo, cujo nome diz não se recordar. Mesmo com as dificuldades que encontrou durante a prova, como o cansaço, ela fez questão de completar a maratona e chegou em último lugar. Desde então ela não parou. Hoje ela ainda enfrenta dificuldades financeiras para treinar e competir, mas isso não é motivo de desânimo.


Maratonista é tema de exposição sobre mulheres

Maratona · 08 mar, 2006

A maratonista Ana Luiza Garcez, conhecida por muitos como Animal, é uma das personagens da exposição fotográfica “Non Ducor Duco, Um dia na vida de mulheres paulistanas”. O projeto foi desenvolvido pelo grupo de estudantes do Imã e retratou o cotidiano de 14 mulheres que vivem em São Paulo.

Segundo o curador da exposição, João Bittar, o projeto busca enaltecer a personagem feminina. A exposição “Non Ducor Duco” (Não sou conduzido, conduzo) exibe fotos de mulheres com diferentes atividades: bailarina, freira, modelo, enfermeira, mãe de santo, pilota de Fórmula Truck, atriz, professora, empregada doméstica, jornalista, fotógrafa, maratonista e dona de casa.

A exposição começa hoje (8), dia da mulher, e vai até 31 de março na Imã Foto Galeria. Esta fica na rua Fradique Coutinho, 1239, a entrada é franca.

Ana Garcez - Ana é maratonista profissional e na sua categoria de idade, 40-45 anos, vence quase todas as provas. Mas ela já teve uma vida bem diferente da atual.

Até os 35 anos de idade, ela vivia perambulando pelas ruas de São Paulo. Como não tinha dinheiro para comer, usava drogas "para amenizar a fome". Além disso, Ana já foi interna da Febem e conta que começou a correr nas ruas para fugir dos policiais. “Corria quando roubava e eu era a melhor”, revela.

Sem nenhum preparo físico e com calçados inadequados, Ana, resolveu correr pela primeira vez uma maratona (42,195 km) em São Paulo, cujo nome diz não se recordar. Mesmo com as dificuldades que encontrou durante a prova, como o cansaço, ela fez questão de completar a maratona e chegou em último lugar. Desde então ela não parou. Hoje ela ainda enfrenta dificuldades financeiras para treinar e competir, mas isso não é motivo de desânimo.