Ricardinho, o Mr. Bus, fala sobre seu personagem

Redação Webrun | Corridas de Rua · 21 dez, 2006

Ricardinho durante a organização da prova OAB/ Contagem (foto: Arquivo Pessoal/ Ricardo Teixeira)
Ricardinho durante a organização da prova OAB/ Contagem (foto: Arquivo Pessoal/ Ricardo Teixeira)

Ricardo Teixeira, mais conhecido como Ricardinho, ou Mr. Bus, é um dos personagens da Corrida Internacional de São Silvestre e chama a atenção nas provas em que participa por correr com um ônibus na cabeça. Confira um pouco da história do atleta.

São Paulo – A primeira prova que Ricardo Teixeira participou foi a Meia Maratona de BH, em 1982, época em que ele tinha 17 anos de idade e a partir daí não parou mais. “Na época eu era inexperiente, parei no meio do caminho para fazer um lanche e depois continuei”, conta Ricardo. “Após algum tempo comecei a conversar com outros atletas, pegar informação de revistas e me dediquei mais. Aí comecei a participar de várias provas de rua”, completa.

Sua participação na São Silvestre remete à época em que a competição era disputada durante a noite e com a distância de 12 quilômetros. “A primeira foi em 1987, na época que não tinha camiseta e nem medalha”.

Hoje em dia a prova virou um marco no calendário oficial da cidade e os organizadores oferecem uma camiseta tecnológica, uma medalha de qualidade e uma grande estrutura para reunir os corredores. Porém, isso gerou um alto custo, R$65. “A inscrição é muito cara pelo que oferece. Existem provas mais baratas e com menos pessoas, que oferecem mais coisas como alojamento, jantar de massas e um bom kit”, comenta Ricardinho.

O personagem – O personagem Mr. Bus foi criado em 1999 durante a primeira edição da Volta da Pampulha, em Belo Horizonte. “Peguei um ônibus de plástico, cortei a parte debaixo e corri com ele na cabeça. Isso chamou a atenção do público e da mídia e comecei a ser conhecido pelos corredores”, lembra o atleta.

Ricardo conhece todas as linhas de ônibus da cidade e trabalha na BH Trans, órgão que regulamenta e fiscaliza o transporte público na cidade. “Sempre treino e corro com os ônibus e as pessoas quando passam brincam ‘olha o busão’; ‘quanto é a passagem?’”.

A São Silvestre é considerada uma prova difícil, principalmente pela subida da Avenida Brigadeiro Luiz Antônio, que é muito temida pelos corredores. Porém, Mr. Bus não teme o percurso e fala sobre sua estratégia. “É preciso correr com as pernas e com a cabeça”, brinca. “São 15 km, o pessoal larga forte na decida e depois não tem perna para o resto da prova, principalmente o final, com a subida forte. Então tem que saber dosar”, recomenda.

Além de atleta, Ricardo Teixeira organiza corridas em Belo Horizonte, como a Corrida OAB/ Contagem; a prova Eu Amo BH Correndo, a Dez Milhas de BH, entre outras. As competições geralmente têm o intuito de reunir os corredores locais para se prepararem para alguma prova grande, como a Volta da Pampulha, ou a São Silvestre.

“A cidade é carente de competições, pois apenas provas grandes como a Pampulha não são suficientes. Os atletas não têm a oportunidade de sair da cidade para competir em outros locais, pela falta de patrocínio e apoio”, lamenta Ricardo.

A 82ª edição da Corrida Internacional de São Silvestre acontece no dia 31 de dezembro, com largada em frente ao Masp e chegada em frente às escadarias da Gazeta. “É uma prova boa, com muitas pessoas e o percurso é bom”. Também tem muita gente incentivando na rua”, finaliza o corredor.

Este texto foi escrito por: Alexandre Koda

Redação Webrun

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