Personagens e anônimos dividem espaço na São Silvestre

Redação Webrun | Corridas de Rua · 02 jan, 2007

Debutante na São Silvestre  Diana gostou do percurso (foto: Alexandre Koda/ www.webrun.com.br)
Debutante na São Silvestre Diana gostou do percurso (foto: Alexandre Koda/ www.webrun.com.br)

A São Silvestre é tradicionalmente conhecida por contar com corredores caracterizados como personagens, figuras da política, entre outros adereços. Personagens a parte, cada corredor tem uma história diferente e intrigante para contar.

São Paulo – O ano de 2006 marcou o centenário do vôo do 14 Bis, o avião construído por Santos Dumont e a data não poderia passar em branco para Lúcio Monteiro, que construiu uma réplica do avião e “voou” pelas ruas de São Paulo. “Há nove anos corro a São Silvestre com uma fantasia e achei que tinha tudo a ver o centenário do 14 Bis e com o caos na aviação”. Entre as fantasias que ele usou está a de “fome zero”; “CPI”; “Super-Homem”; “cerca elétrica”; “Cristo Redentor” e “Paul Tergat brasileiro”.

“A chuva que caiu deixou o 14-bis ainda mais pesado”, comenta Lúcio. “Na largada o bico entortou, mas arrumei um jeito de prender com um arame. Arrumei uns colaboradores que seguraram nas partes, mas no quilômetro quatro ele não agüentou e desmontou”, lamenta. Ele chegou ao final apenas com o cockpit do avião, mas comemora por ter feito o tempo de 1h53.

Outro personagem que participou da prova e também está muito na moda é a “ambulância sanguessuga”, representada por Roberto Sali Jr. Ele correu pela 24ª vez com um adereço e esse ano “a fantasia lembra mais uma vez a impunidade política no Brasil, com a CPI dos Sanguessugas continuando a buscar os culpados, mas sem sucesso”.

Caricaturas – Outras pessoas caricatas também estiveram presentes, como Aristóteles do Nascimento, que carregava uma cruz nas costas para representar a paz no mundo e Wilson Ribeiro, de 65 anos, que estava vestido de Chacrinha. “Já estive em várias cidades do mundo com essa fantasia, como Londres e Lisboa”, comenta o fã do eterno apresentador brasileiro.

Além dos personagens, os corredores anônimos estiveram misturados à imensidão de pessoas, como Janete Rocha, que correu a São Silvestre pela oitava vez. “Gosto dessa prova para manter a forma e tirar todas as ‘nhacas’ do ano”, comenta. Ela, assim como muitas pessoas, faz uma crítica ao horário do evento. “Não gosto do horário, acho que os organizadores deveriam colocar as mulheres às 17h e os homens às 18h, devido ao calor”.

Já a jovem corredora Diana Nascimento, participou pela primeira vez da São Silvestre e encarou a competição como um desafio. “Já corro há algum tempo, mas nunca num percurso com tanta subida descida”. Por não conhecer o percurso, a estagiária de Direito se poupou para chegar bem e acredita que poderia ter feito um tempo melhor.

“Eu fiz em 1h53 e foi um tempo bom, pois não parei em nenhum momento, apenas para beber água, que foi menos de um minuto”, comenta. “Fui tranqüila, no meu ritmo e a subida da Brigadeiro foi boa também”. Segundo a atleta de 21 anos, a chuva foi o único empecilho. “Por um lado ajudou, pois refrescou, mas foi ruim, porque fiquei com o pé encharcado e tinha que desviar das poças. Também fiquei preocupada de molhar meu i-pod”, completa.

Uma história curiosa é de Paulo Roberto Rocha, que também correu pela primeira vez e tinha o objetivo de terminar. “Eu parei de fumar há três meses e resolvi treinar para o Desafio dos Fortes e para a São Silvestre”.

Molhados, cansados, mas satisfeitos por completar o percurso. Esse era o sentimento exposto no semblante de cada corredor que cruzava a linha de chegada no dia 31 de dezembro. E que venha a 83ª edição.

Este texto foi escrito por: Alexandre Koda

Redação Webrun

Ver todos os posts

Releases, matérias elaboradas em equipe e inspirações coletivas na produção de conteúdo!