Lendo um artigo recente voltado para corredores me deparei com um desafio que acabou virando pessoal. O autor fez um teste de múltiplas escolhas com perguntas sobre quantidade de calorias, gorduras e vitaminas específicas em alguns alimentos conhecidos.
Mostrei isso para um colega corredor e pedi que ele também o fizesse. Por ser leigo, obviamente a pontuação dele foi condizente. Mas dessa experiência voltei a pensar na questão de que muitas vezes o corredor hoje gosta de ir atrás dessas informações lendo revistas, sites e livros especializados.
O problema é que mesmo alguns tendo fundamentos muito bons sobre Nutrição Esportiva por outras vezes lhes faltam um conhecimento que seria importantíssimo caso eles quisessem uma maior independência na formulação de sua dieta e, acabam assim, tendo um comprometimento no rendimento.
Uma dica simples que pode parecer boba é o de criar o hábito de ler mais os rótulos dos alimentos que consumir. A lei nos dá essa informação nas tabelas, mas ainda é pouco aproveitada pelos consumidores. Lendo mais você vai ver o quanto pode atrapalhar um biscoito recheado a mais, algumas esfihas no fast food ou a diferença ente iogurtes e leites de diferentes marcas e tipos. Não que existam alimentos proibidos! Não penso assim! Mas vejo que muitas vezes, por total falta de controle, o peso deles no total diário acaba sendo subjugado. Crie esse hábito e tenho certeza absoluta que irá se espantar!
Quantidade – Outro resultado que pude perceber é como algumas impressões surgem e ficam impregnadas com o praticante de atividade física. Tanto se fala na importância do carboidrato que uma medida do que seria a quantidade ideal de uma refeição acaba ultrapassando em muito a que seria como uma porção recomendada.
Quantos não se esbaldam em macarronadas enormes em véspera de prova? O atleta acaba achando que por gastar mais energia nos treinos pode comer muito mais doces, calorias, porcarias e produtos esportivos do que a média da população. Isso porque, talvez não entenda e não saiba o valor nutricional deles.
Em parte pode ser verdade que tenhamos alguns privilégios e vantagens, mas não há uma imunidade que o treinamento crie. Essa tal liberdade é infelizmente muito menor do que se imagina.
Na semana que escrevo este artigo saí para jantar com um grupo de velocistas e era comum a expressão você hoje pode comer muito porque treinou forte. Mal sabiam o equivalente calórico que a sessão de treino causou. Acredite, ela é muito menor do que eles (e vocês) pensam!
Ou seja, podemos dizer que o atleta estando mais ciente sobre o que a modalidade esportiva praticada muda em seu metabolismo tanto qualitativamente (proporção de carboidratos, principalmente) quanto quantitativamente (calorias por dia) e mais bem informado sobre os valores nutricionais de sua alimentação habitual ele terá assim uma boa ferramenta para saber o quanto está andando na linha com uma dieta saudável e mais adequada às suas necessidades.
Não há por si só uma revista ou site que resolva. Se informe, leia rótulos, mas bata também um papo com um especialista. A reeducação alimentar deve ser prática, mas é também teórica.
Este texto foi escrito por: Danilo Balu