Mo Farah é tricampeão mundial nos 10.000 metros e 7 correm abaixo de 27 minutos

O treinador e homem dos números fez uma análise detalhada da última vitória de Mo Farah no atletismo

Redação Webrun | Atletismo · 07 ago, 2017

Esse texto foi escrito pelo treinador e colunista do Webrun, Nelson Evêncio.

O primeiro dia do Campeonato Mundial de Atletismo em Londres entrou para a história, como despedida de Mo Farah, obtendo sua terceira vitória consecutiva nos 10.000 metros, em uma prova que teve simplesmente sete atletas correndo a distância abaixo de 27 minutos.    

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Prata em Daegu (Korea) 2011, ouro em Moskava (Rússica) 2013 e Beijing (China) 2015, o atleta da Somália naturalizado britânico Mohamed Farah, bicampeão olímpico na distância, entrou na pista como favorito, defendendo invencibilidade na prova dos 10.000 metros, desde o ano 2013. Contra ele atletas do Quênia, Uganda, Etiópia e Eritréia, fazendo jogo de equipe e tentando estragar a festa.

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Foto: Divulgação Facebook Mo Farah

A prova começou com Joshua Kiprui Cheptgei de Uganda, passando os primeiros 1.000 metros em 2min39seg48, ritmo que projetava o final de prova abaixo de 26min40seg. Mo Farah passou dois segundos atrás na 17ª posição. Atletas de vários países da África se revezavam intencionalmente na ponta e Geoffrey Kipsang  Karworor, liderou os próximos 1.000 metros em 2min45seg57, completando 2.000 metros em 5min25seg45.

A marca dos 3.000 metros foi alcançada em 8min09seg13, com Joshua ditando o ritmo em 2min43seg70. Geoffrey em 2º e  Farah na 16ª colocação, três segundos atrás. Mais 1.000 metros e alcançaram os 4.000 metros em 10min53seg80 com Joshua novamente na frente, passando em 2min44seg77.  Neste ponto Farah ultrapassou 16 atletas, pedindo palmas e levou o estádio com mais de 60.000 pessoas a loucura.

Bedan Karoki do Quênia aumentou o ritmo, correu 1.000 metros em 2min39seg94, tomou a ponta e a marca dos 5.000 metros foi alcançada em 13min33seg74. Farah com 13min35se83, passou na 10ª colocação. Ficou claro desde o começo da prova que todos estavam correndo contra ele, que vencerá a maioria de suas provas importantes com forte sprint nos últimos 400 metros.

eoffrey, medalha de prata no mundial anterior correu mais 1.000 metros em 2min43seg76, alcançando a marca dos 6.000 metros em 16min17seg50. Paul Tanui, 3º colocado na prova nos dois últimos mundiais e prata nos Jogos Rio 2016, também queria estragar a festa de Farah e passou na 2ª colocação. Farah veio um segundo atrás, na 9ª colocação.

Joshua tomou a frente novamente, com mais 1.000 metros em 2min44seg71, alcançado a marca dos 7.000 metros em 19min02seg21. Geoffrey passou na 2ª colocação, Tanui na 3ª e Farah na 5ª colocação, demonstrando estar aguentando bem o ritmo forte e o trabalho de equipe, visto pelos especialistas como a única forma de batê-lo na prova.

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O ritmo foi ficando ainda mais forte com Joshua liderando os próximos 1.000 metros em 2min42seg77, alcançando a marca dos 8.000m em 21min40seg98. Geoffrey em 2º, Abadis Hadis da Etiópia na 3ª colocação, Tanui na 4ª e Farah na 5ª colocação, um segundo atrás, mostrando que não estava se abalando e empolgando cada vez mais o público.

Tentando escapar do bloco e minar Mo Farah, Abadi fez os próximos 1.000 metros em 2min39seg09, passando a marca dos 9.000 metros em 24min20seg05, mas o bloco de 9 corredores passou junto, deixando o final de prova imprevisível, já que não dava para saber se Farah teria forças para realizar um final forte, nessas condições adversas.

1.000 metros, duas voltas e meia na pista, separavam Farah do tricampeonato. Três quenianos, dois etíopes, um ugandense, um canadense e um queniano, naturalizado americano, corriam o mais forte possível.  

Faltando 800 metros (duas voltas) Farah resolveu assumir a ponta, levantando o estádio e provocando ainda mais os outros oitos atletas. Paul Tanui, Bedan Karoki do Quênia e Joshua de Uganda reagiram e tentaram tomar a frente, mas Farah acelerou ainda mais. Faltando pouco mais de 200 metros Farah tropeçou nos próprios pés, foi tocado de leve por outro atleta de forma não proposital e quase caiu. Se reequilibrou e acelerou ainda mais, fechando os últimos   1.000 metros em absurdos 2min29seg50, erguendo os braços e triunfando com o fantástico tempo de 26min49seg51, melhor marca do ano.  

Joshua Kipriu de Uganda, atleta de apenas 20 anos chegou em seguida com 26min49seg94, melhorando sua marca pessoal em mais de 20 segundos, seguido de Paul Tanui do Quênia com 26min50seg60, bronze no 3º mundial consecutivo. Sete atletas correram a prova abaixo dos 27 minutos e oito fizeram mais rápido que a melhor marca do ano. Doze atletas bateram seus recordes pessoais e dois, os recordes de seus países.

Confira o vídeo da incrível prova!

Os 10 primeiros colocados

  1. Mohamed Farah – GBR – 26min49seg51
  2. Joshua Kiprui Cheptegei – UGA – 26min49seg94
  3. Paul Kipngetich Tanui – KEN – 26min50seg60
  4. Bedan Karoki Muchiri – KEN – 26min52seg12
  5. Jemal YimerETH – 26min56seg11
  6. Geoffrey Kipsang Kamworor – KEN – 26min57seg77
  7. Abadi Hadis – ETH – 26min59seg19
  8. Mohammed Ahmed – CAN – 27min02seg35
  9. Shadrack Kipchirchir – USA – 27min07seg55
  10. Andamlak Belihu – ETH – 27min08seg94

 

Redação Webrun

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