Marily dos Santos deixa africanas para trás e vence a Corrida da Ponte

Redação Webrun | Corridas de Rua · 17 abr, 2011

A ponte Rio-Niterói foi palco de uma das corridas mais importantes de 2011 (foto: Maurício Val/Divulgação)
A ponte Rio-Niterói foi palco de uma das corridas mais importantes de 2011 (foto: Maurício Val/Divulgação)

A cadência das passadas, capaz de fazer uma ponte ruir, não afetou a estrutura da Ponte Rio-Niterói, que continua firme o bastante para manter milhares de corredores sobre um dos cartões postais do Rio de Janeiro. Na manhã ensolarada do domingo (17/04), a partir das 8h, as mulheres foram a primeiras a pisar no local, com o objetivo de finalizar um trajeto de 21,4 quilômetros.

Direto do Rio de Janeiro – Desde o século XIX são construídas pontes suspensas pelo mundo, mas somente em 1974 houve a inauguração da Ponte Rio-Niterói. Desde então, a estrutura de concreto foi liberada aos corredores apenas quatro vezes, mas em todas as ocasiões, a construção resistiu às batidas repetidas dos pés das atletas.

Neste final de semana, nem mesmo as pisadas fortes da fundista Marily dos Santos conseguiram derrubar a ponte, mas os passos da corredora baiana estremeceram o resultado das africanas Jackline Sakilu e Ednah Muicwana, que perderam o lugar mais alto do pódio.

Marily manteve o ritmo acelerado desde o início do trajeto e foi campeã em 1h19min04. “Não foi uma prova fácil, pois logo no começo tinha um aclive e o sol castigou bastante. Além disso, as adversárias estavam na cola, tentando pegar meu calcanhar. Em alguns momentos tive que andar em zigue-zague para sair da mira delas”, diz a vencedora, que garante ter ficado em vigília durante a prova toda. “Eu me foquei muito na chegada e acabei até não contemplando a bela paisagem”, afirma.

Com tanta concentração, a corredora, dona de outros títulos importantes (vitoriosa na Maratona Internacional de Recife e medalhista de bronze na São Silvestre) conseguiu liderar o percurso inteiro. Além disso, quando estava no quilômetro 20, chegou a registrar uma vantagem de dois minutos sobre as africanas. “Acho que tive a sorte em treinar na Bahia, um lugar tão quente quanto o Rio”, diz Marily.

Ao contrário da campeã brasileira, Jackeline (Tânzania) e Ednah (Quênia) sofreram bastante com a temperatura alta, sobretudo com a umidade. “É minha primeira vez no Rio de Janeiro e sei que não estou adaptada a competir aqui, mas fiquei feliz em ser vice-campeã”, declara a tanzâniana (1h21min25), nascida em 1986, ano em que foi realizada a penúltima edição da Corrida da Ponte.

Já a corredora Ednah, esteve no local em outras oportunidades, para participar de outras provas, e não se surpreendeu tanto com o clima. “Eu sabia que ia enfrentar o calor. Achei até que teria vento, mas pelo menos isso não aconteceu, o que foi positivo”, revela a queniana, terceira colocada em 1h21min25, que deverá ficar no Brasil até o mês junho. “Acho muito bonito o Rio, mas agora sigo para São Paulo, onde vou participar de uma prova de oito quilômetros no próximo final de semana”, acrescenta.

A largada da Corrida da Ponte aconteceu em Niterói e a chegada no Aterro do Flamengo, no Rio. O evento, que também teve vitória brasileira na categoria masculina, reuniu atletas de vários estados do Brasil e emocionou diversos corredores veteranos, participantes da primeira edição, em 1981.

Este texto foi escrito por: Monique Barleben

Redação Webrun

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