Corredor foi homenageado pelo Clube de Atletismo BMF Bovespa (foto: Paulo Gomes/ www.webrun.com.br)
Marílson Gomes dos Santos, fundista brasileiro em atividade de maior destaque, ainda não assegurou sua vaga nos Jogos Olímpicos de Londres – 2012. O corredor falhou em sua primeira tentativa de obter a classificação para a nobre prova da Maratona, abandonando a Maratona de Chicago (09/10) após o trigésimo quilômetro.
Semanas depois, Marílson foi ao México para disputar os Jogos Pan-Americanos de Guadalajara, sua terceira participação nos Jogos. A distância da prova desta vez era outra, os 10.000m (27/10), e o brasileiro conquistou a sua primeira medalha de ouro em Pans.
Esta medalha era esperada há muito tempo, celebra o brasileiro, que relacionou o abandono em Chicago com a vitória em Guadalajara. Fui para a Maratona de Chicago com a intenção de fazer determinada marca [abaixo de 2h15min, índice olímpico] e no Pan eu iria competir do jeito que desse, assume.
Como não terminou a prova nos Estados Unidos, Marílson afirma que teve melhor recuperação e chegou aos Jogos Pan-Americanos mais preparado para a disputa dos 10.000m. Acho que tem males que vem para o bem, afirma o fundista, que sobrou na prova disputada no Estádio de Atletismo Telemex, em Guadalajara. Marílson correu a distância em 29min00seg54, mais de 40 segundos à frente do mexicano Juan Carlos Romero, segundo colocado.
Imaginava que seria bem mais difícil, boa parte dos adversários tinha marcas abaixo de 28 minutos. O calor de 30 graus, 1.600 metros de altitude e umidade de 21% foram fundamentais para o resultado da prova, porque quem sente menos é favorecido, relembra Marílson.
Apesar do bom desempenho, o corredor descarta tentar a disputa dos 10.000m nos Jogos Olímpicos. Está fora de cogitação. Até porque na maratona tenho mais chances de brigar por medalha, afirma.
Vaga nos Jogos Olímpicos de Londres – O fundista ainda lamenta o mau desempenho em Chicago. Eu estava em excelente fase. Mas tem dia que não dá certo, depende de fatores extratreinamento.
Segundo Marílson, a prova de maratona está cada vez mais popular, o que tem aumentado a competitividade da modalidade de forma exponencial. A prova está cada vez mais difícil. Neste ano eu fiz 2h06, marca que há três anos estaria entre as dez melhores do mundo. Hoje sou o 28º, analisa.
Em 2011, o brasileiro é o 21º maratonista mais rápido do mundo o primeiro não queniano. Como cada país pode levar no máximo três atletas para a prova, Marílson enxerga possibilidade real de medalha. São três por país, temos muitos maratonistas [quenianos] que não poderão competir. Então eu entro como o quarto melhor para os Jogos Olímpicos, esclarece o corredor.
No entanto, para ir a Londres Marílson precisa correr uma Maratona em menos de 2h15 até o final de abril, quando expira o prazo de obtenção do índice. A marca não é tão difícil. É questão de correr com cautela, não visar a colocação na prova e nem uma marca pessoal, só o índice, reconhece.
Para tanto, a corrida escolhida deverá ser a Maratona de Londres, em 22 de abril, coincidentemente a mesma cidade dos Jogos Olímpicos. Não decidimos ainda. Temos o convite e é provável que seja ela, mas não está concretizado, conta. Vai ser minha única tentativa.
São Silvestre – Tricampeão da tradicional corrida paulista de 31 de dezembro, Marílson não considera disputar a prova neste ano. Estou precisando descansar. Daqui a um mês podemos avaliar, eu e o Adauto [Domingues, treinador], mas temos que ver se eu terei condições.
Este texto foi escrito por: Paulo Gomes