Geadiel Sales: um típico brasileiro na São Silvestre

Redação Webrun | Corridas de Rua · 26 dez, 2006

Antes ele via os amigos com coleções de medalhas  agora ele as coleciona (foto: Yara Simões/ www.webrun.com.br)
Antes ele via os amigos com coleções de medalhas agora ele as coleciona (foto: Yara Simões/ www.webrun.com.br)

Geadiel Luiz de Sales, 43 anos, pesquisador, solteiro, adora futebol, o Corinthians, pagode e churrasco assim como a grande maioria dos brasileiros. Porém, se difere em um quesito: ele corre, e muito. E tudo começou aos 38 anos, como ele mesmo diz, no “susto”. Confira agora um pouco da história desse corredor que vai para sua sexta São Silvestre.

São Paulo – Toda a história de corrida do paulistano Geadiel Sales começou em 2001. “Sempre gostei de jogar futebol, mas como meu tempo estava curto, resolvi entrar na academia. Aí, comecei a reparar que quase toda segunda-feira o pessoal chegava com medalhas de corridas. Então, me empolguei e comecei a correr”, conta. No início, corria na esteira, sem pretensão nenhuma, só para se exercitar. Três meses depois, viu o anúncio de uma corrida de 10 km e resolveu se inscrever. Fez o percurso em 44 minutos. Desde então, não parou mais.

No começo Geadiel treinava sozinho. Porém, seu ótimo condicionamento chamou a atenção dos professores da academia que resolveram ajudá-lo. Foi então que ele decidiu contratar um treinador para melhorar seu tempo. “Ele tem uma genética muito boa. Pena que começou a correr tarde”, diz André Alves de Jesus, pós-graduado em Fisiologia do Exercício e seu treinador há quatro anos. “Se ele tivesse começado cedo, sem dúvida seria um grande atleta”, completa.

No mesmo ano em que começou, Geadiel resolveu que correria uma das mais tradicionais provas, a São Silvestre. “Todo mundo que corre tem que, pelo menos uma vez, participar da São Silvestre”, diz. Ele acredita que a maior dificuldade dos 15 km da prova é enfrentar o calor que faz em São Paulo nessa época. “A prova em si não é tão difícil. O que dificulta mesmo é o calor”. Mesmo assim, seus tempos só melhoraram com o passar dos anos. Em 2001 fez o trajeto em 1h16min e no ano passado completou em 1h02min. Seu objetivo para 2006? “Quero correr os 15 km em 57min58 no máximo”.

Depois da São Silvestre, o corinthiano resolveu ir mais longe. Em 2002, menos de um ano depois de começar a treinar, Geadiel se aventurou na Maratona de São Paulo que é considerada por muitos uma prova complicada. “O mais difícil da maratona são os 30 primeiros quilômetros. Depois, a vontade de acabar logo te impulsiona a suportar o desgaste de uma prova desse porte”, conta o corredor que completou a primeira maratona em 3h20min. No ano seguinte, foi a vez da meia maratona. “A minha primeira meia maratona foi a de Campinas. Essa eu completei em 1h27min. É uma prova linda, vale muito a pena”.

Desde que começou a correr, Geadiel já subiu 15 vezes no pódio. Questionado sobre qual sua melhor prova até hoje, ele diz que foi os 10 km do Clube Esportivo da Penha. “Essa prova é muito especial para mim porque, além de ter sido a primeira, foi onde, neste ano, consegui o meu melhor tempo de todos nos 10 km, 36min06seg, conta com um sorriso. “Mas tenho outra muito especial também, que foi os 30km de Bertioga. Completei a prova em 2h06min”, completa.

Geadiel participa, em média, de duas corridas por mês. E, para isso, treina seis vezes por semana, três dias na academia e três dias na avenida Imperador, no bairro Limoeiro, zona leste de São Paulo. “Não gosto de treinar em parques, prefiro a avenida porque lá tem asfalto, terra, grama, subidas e descidas”, explica.

Faça chuva ou faça sol, ele está lá. “Quem corre tem que ter muita disciplina, se não, cada dia você encontra uma desculpa para não treinar: um dia é porque está cansado, no outro, porque está frio. Se não tiver muita disciplina, não adianta”. Disciplina essa que faz com que ele tenha de abrir mão de muitas coisas, como viagens e pagodes que duram a noite toda. “Mas vale muito a pena, pois os benefícios que esse esporte me traz são incalculáveis”, diz com firmeza.

E pelo visto, em 2007, a família e os amigos terão ainda menos sua companhia. “Vou começar a nadar. Meu próximo desafio é participar de duathlons”.

Este texto foi escrito por: Yara Simões

Redação Webrun

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