É muito comum encontrar nos atendimentos que faço, pacientes ou clientes que se queixam de uma “fome” súbita e incontrolável, que os fazem perder o controle sobre a comida. Alguns até já me relataram uma “cegueira”, ao entrar em contato com um determinado prato ou tipo de alimento. Sei também, porque já senti isso na pele…
É normal confundir fome com apetite. A fome se caracteriza por determinadas demandas do organismo fisiológico. Já o apetite está mais relacionado ao desejo. Por exemplo: chegou a hora do almoço e você se depara com um prato de comida. A reação do seu organismo será se alimentar devido a necessidade. No entanto, se logo após comer você encontrar um bolo de chocolate com cobertura cremosa, perceberá que não sente mais fome, mas sim uma grande vontade.
Normalmente a fome emocional vem recheada de guloseimas e nada saudável Foto: Photographee.eu/Fotolia
É muito comum a primeira reação, em ambos os casos, ser a de comer, pois se trata de uma atitude inconsciente, quase instinto. Sendo assim, é preciso se observar diariamente, até tornar o ato da alimentação uma atitude consciente. É aí que muitas pessoas falham, a fome física – aquela que sentimos geralmente nos horários das refeições e que na maioria das vezes faz nosso estômago “roncar”, é confundida com a emocional – o desejo incontrolável de algo que também denominamos, erroneamente, de fome.
Fome física X emocional
A fome física é sentida por todos os indivíduos, sendo o combustível que devemos dar ao corpo para que ele se encarregue de nossas atividades diárias, ou seja, a energia que ele precisa para o dia-a-dia. Geralmente ela vem gradualmente e pode ser adiada na impossibilidade de nos alimentarmos, naquele determinado momento.
Já a fome psicológica (ou emocional) é sentida de forma súbita e tem urgência em ser sanada. A fome física pode ser satisfeita com qualquer tipo e quantidade de alimento. Já a emocional, não. Ela tende a causar desejos muito específicos como pizza, sorvete, chocolate e muitos outros. Na fome física, uma vez que sua necessidade está saciada, o estômago sente-se cheio e não demanda mais do que realmente precisa. Como quando vamos abastecer o carro no posto de gasolina e ele já se encontra com o tanque cheio: só voltamos novamente quando estiver prestes a não mais andar.
As escolhas fazem toda diferença na hora que a compulsão aparece. Opte por opções mais saudáveis Foto: Volker Witt/Fotolia
Na fome psicológica, isso não acontece. Comemos e temos a sensação de que continuaríamos comendo até mesmo uma quantidade absurda! É quando ocorrem os ataques compulsivos. Desta forma, a fome física não causa sentimentos de culpa ou arrependimento. Já a emocional sim, o que pode acarretar em problemas posteriores ou consequências negativas como aumento de peso, obesidade e todas as comorbidades associadas: aumento da diabetes, colesterol e pressão arterial.
Preste atenção no seu organismo e evite a compulsão.