Emoção e superação marcam chegada dos atletas no Mountain Do Atacama

Redação Webrun | Corrida de Montanha · 01 fev, 2012

O clima seco tomou conta da prova (foto: Alexandre Koda/ www.webrun.com.br)
O clima seco tomou conta da prova (foto: Alexandre Koda/ www.webrun.com.br)

Direto de San Pedro de Atacama – A primeira edição do Mountain Do Deserto do Atacama, que aconteceu no último domingo (29/01) no Chile, reuniu corredores de diferentes idades, condicionamentos físicos distintos e cada um com um uma história de superação para contar. Tanto nos 23, quanto nos 42 quilômetros, o que importava para a maioria era vencer um desafio pessoal.

Nelson Countinho, ex-fumante, cruzou a linha de chegada da maratona com câimbras e muito emocionado. “Para mim cada quilômetro é uma vitória. Fumei por 35 anos, comecei a correr por incentivo da Maria Luzia e esse ano fiz várias provas”, conta. “Foi difícil, mas achei excelente. Depois vou dar um abraço pessoalmente no Kiko (organizador do evento)”, completa.

Emoção não faltou para Simone Cuiabana, que cruzou a linha de chegada aos prantos por ter conseguido chegar ao fim e foi aplaudida pelos companheiros de equipe. “Valeu a pena, mas por mais que a gente treine sempre será difícil. Do quilômetro 30 ao 34 não tinha o que fazer, nas dunas, não dava para correr, apenas andar e ter paciência”. Representante da equipe Time, ela relata que as paisagens eram tão diferentes que às vezes ela se desconcentrava.

Para a brasiliense Maria Correia, a chegada na pequena cidade de San Pedro de Atacama foi uma das melhores partes da competição. “O desafio foi forte, com muita subida. Quando cheguei à cidade, com as pessoas gritando meu nome consegui forças para um sprint final”. Maria estava na briga por uma posição no pódio, chegou a ocupar o segundo lugar, mas no trecho de dunas não conseguiu manter o mesmo ritmo. “As mulheres me passaram com muita facilidade. Mas de qualquer forma o lugar é muito lindo e era exatamente onde eu gostaria de correr”, completa a maratonista que levou dois dias para chegar ao Atacama, correu e foi embora no dia seguinte.

Pós traumatismo craniano – Aline Canavezi se inscreveu na prova no começo do ano, mas um acidente de motocicleta quase a tira da competição. “Há três meses fiquei em coma por conta de um traumatismo craniano, então completar a prova teve uma emoção especial”, relata a corredora que após se recuperar falava com familiares e amigos sobre a prova. “Eu não lembro, mas as pessoas me contaram que eu só falava nisso e achava que a corrida já tivesse passado”.

Assim que saiu do hospital ela procurou diversos especialistas e certificou-se que estaria liberada clinicamente para correr. “Todos disseram que não haveria problemas, então vim tranquila”. Acostumada a participar das provas do Mountain Do em Florianópolis, ela afirma não ter sentido os efeitos da altitude, mas teve dificuldades ao subir as dunas. “Foram quase cinco quilômetros morro acima. Mas as paisagens compensaram e eu chorava de emoção”.

Dos 5 km aos 23 em um ano – A gaúcha Juliana Tonet não praticava esportes, apenas frequentava a academia e fazia musculação, mas há um ano resolveu mudar de vida. “Via um monte de gente correndo na rua, achava divertido e imaginei que fosse mudar de vida”, relata a corredora que marcou 3h45. Ela fez a inscrição para o evento em abril e passou a treinar forte para conseguir suportar os 23 quilômetros. “No começo era muito difícil, mas depois que abdiquei das festas e drinks melhorou bastante”.

Como forma de preparação, Juliana fez um trabalho intenso de fortalecimento muscular na academia, participou de uma corrida de aventura em São Francisco de Paula (RS), fez treinos em trilhas no interior do estado e ainda foi a Brasília (DF) para se aclimatar com o clima seco. “A prova foi menos difícil do que eu imaginava, então tive a sensação de dever cumprido”, salienta a gaucha que já pensa no próximo desafio. “Vou para a Meia do Rio. Talvez não seja tão desafiador, mas vai ser legal”.

Última colocada – A última pessoa a cruzar a linha de chegada foi Maria Aparecida Nogueira, com o tempo de 7h43min11 e foi muito aplaudida pelo público e pelos staffs da organização. “Senti um pouco de dificuldade para respirar. Até o quilômetro 25 fui bem, mas depois tive que alternar caminhada”, relata a santista que já participou de diversas provas de estrada em 2011. “Mas essa foi bem diferente, muito linda. Todo o percurso foi legal, mas a chegada foi bem emocionante”.

Este texto foi escrito por: Alexandre Koda

Redação Webrun

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