Corredores elegem as dunas como o pior trecho do Mountain Do Atacama

Redação Webrun | Corrida de Montanha · 31 jan, 2012

As meninas da Sprint socorreram um corredor no meio do percurso (foto: Alexandre Koda/ www.webrun.com.br)
As meninas da Sprint socorreram um corredor no meio do percurso (foto: Alexandre Koda/ www.webrun.com.br)

O Mountain Do Deserto do Atacama, realizado no último domingo (29/01) na cidade chilena de San Pedro de Atacama, aconteceu sob forte calor, a uma altitude de 2.500m e num dos climas mais secos do mundo. Nenhum desses fatores, porém, foi eleito pelos corredores como o mais complicado, mas sim correr ladeira acima em meio às dunas do deserto.

Direto de San Pedro de Atacama (Chile) – Tanto os participantes dos 42 quilômetros, quanto os da prova de 23 elegeram as dunas do Vale da Lua como um dos pontos de maior dificuldade da competição. Muitos não conseguiram correr e foram obrigados a caminhar sobre a areia fofa, um verdadeiro martírio, mas que não tirou o brilho da prova.

Ana Márcia Werneck, da equipe Sprint Assessoria Esportiva, correu com mais três amigas e, além de apoiar as companheiras durante os trechos complicados, também parou para ajudar outros competidores. “Além de termos que caminhar na subida das dunas, ainda ajudamos um rapaz que estava com câimbra. Após a chegada tive a sensação de missão cumprida”, relata. Janaína Porto Alegre ratifica as palavras da amiga e complementa: “o calor não foi um fator de incômodo, já que o clima seco faz com que não transpiremos”.

A outra integrante do quarteto da Sprint, Carla Tirelo, até esqueceu-se da altitude ao enfrentar as dunas. “O cansaço das dunas foi a pior parte, mas valeu muito a pena. A companhia das meninas foi maravilhosa e certamente voltarei ano que vem”.

O paulista de Santo André, Marcos Decimoni, chegou com câimbras, mas encarou bem sua primeira maratona no Mountain Do Atacama. “Foi um desafio muito punk, coisa de louco as subidas na duna. Senti um pouco de câimbras e acredito que no próximo ano com um preparo melhor e alimentação adequada eu consiga ir melhor”.

Meninas da trilha – Ivani Bielak, de Florianópolis, foi quarta colocada nos 42 quilômetros e, apesar de estar acostumada a provas de montanha, sofreu no deserto. “O morro de dunas foi muito complicado e depois deste trecho senti muito cansaço. Foi uma superação total”.

Também acostumada a participar de provas fora de estrada, como os Mountain Do em Florianópolis, Marcella Horstamnn teve que subir as dunas apoiando as mãos nas coxas. “Ao chegar lá em cima parece que já acabou, mas ainda têm mais subidas e descidas. A gente acha que não vai conseguir, mas quando passa agradece a Deus e fica tudo bem”. Representante da equipe Corredores do Terral, ela diz que todos no grupo aprovaram o evento. “Foi uma loucura, mas a prova vela pena. Show de bola”.

Lembranças do deserto – Não foram só as dunas que desafiaram os competidores do Mountain Do. A dupla de corredores gaúcha, Jackes Heck e Luciano Machado, lembrará da competição por um longo período. “O meu joelho doeu muito, mas não desisti e fui até o final”, relata Luciano que viu seu colega sofrer um corte na cabeça durante a passagem pela caverna.

“Vou levar uma lembrança desta corrida: uma cicatriz na cabeça”, lamenta Jackes. “No quilômetro dez raspei a cabeça na caverna e ainda corri cinco quilômetros com a cabeça sangrando. Cheguei até a ambulância, fiz o curativo e continuei a correr”, relata. “Ainda fiz um tempo bom. Somos brasileiros e gaúchos, não desistimos nunca!”

Este texto foi escrito por: Alexandre Koda

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