Caio Bonfim vai ao Stade de France e recebe a inédita medalha olímpica da marcha atlética

Redação Webrun | Paris 2024 · 02 ago, 2024

Caio Bonfim vai ao Stade de France e recebe a inédita medalha olímpica da marcha atlética
Caio Bonfim recebe medalha olímpica conquistada na marcha atlética (Foto: Wagner Carmo/CBAt)

Caio Bonfim foi ao Stade de France, nesta sexta-feira (2/8), para a cerimônia de premiação da marcha atlética de 20 km dos Jogos Olímpicos de Paris-2024. O pódio teve Brian Daniel Pintado, do Equador, com o ouro (1:18:55), o brasileiro Caio Bonfim com a inédita prata (1:19:09) e o espanhol Alvaro Martin com o bronze (1:19:11).

Em sua quarta participação olímpica, agora coroada com a medalha de prata, o marchador brasiliense conquistou o título que faltava em sua vitoriosa carreira. Já são duas medalhas de bronze em Mundiais e quatro medalhas (duas pratas e dois bronzes) em Jogos Pan-Americanos.

Caio falou de sua emoção ao receber a medalha de número 20 na história olímpica do atletismo brasileiro. 

“Foi uma emoção única pode receber finalmente essa medalha e colocar no peito! Eu me lembrei de 2008, na feira de ciências da escola, com o tema Olimpíadas. Eu falava que eu estaria na Olimpíada um dia. A Maurren (Maggi) ganhou a medalha e eu vi o pódio, todo aquele momento, e me lembrei disso. Momento muito especial, de estar aqui vivendo esse sonho. Foi muito, muito legal”, disse Caio, com a medalha no peito e que voltou a ter lágrimas nos olhos.

Caio Bonfim vai ao Stade de France e recebe a inédita medalha olímpica da marcha atlética
(Foto: Wagner Carmo/CBAt)

Logo após a prova, ainda no Trocadéro, Caio ficou quase duas horas na zona mista em entrevistas – chorou sempre que falava da conquista, da família e com colegas da marcha, como Lucas Mazzo, e abraçado a Max Batista e Matheus Corrêa, os outros marchadores olímpicos do Brasil.

Nas primeiras horas da madrugada desta sexta-feira (2/8) em Paris, entrou ao vivo no Jornal Nacional, da TV Globo, e antes, na Cazé TV, emissoras que são detentoras dos direitos de transmissão. E ainda foi a Casa Brasil, do Comitê Olímpico do Brasil (COB), para mais entrevistas, até finalmente ir ao Stade de France para premiação.

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Agora Caio Bonfim quer voltar a sua concentração para a disputa do revezamento misto de maratona da marcha atlética – vai formar dupla com Viviane Lyra – na quarta-feira (7/8), às 2:30 (horário de Brasília), novamente na Praça do Trocadéro. As comemorações ficam para depois. Para ele, a Olimpíada ainda não acabou.

“São 42 quilômetros e 195 metros da maratona. Os homens começam correndo 12 km e 195 m, e depois marcha 10 km e 10 km, em revezamento, e a mulher termina com 10 km. Você corre e daí fica esperando. Esse é um trabalho em que nos juntamos com os fisiologistas para entender como funcionaria e estar na segunda perna da melhor maneira possível”, explicou Caio Bonfim sobre a nova prova do programa olímpico. Nos Jogos Pan-Americanos de Santiago, em 2023, Caio e Viviane levaram a medalha de bronze e, no Mundial de Revezamento de Marcha Atlética em abril, em Antalya, na Turquia, ficaram em quinto, após punição e pit lane de Viviane.

Caio Bonfim vai ao Stade de France e recebe a inédita medalha olímpica da marcha atlética
Pódio olímpico da marcha atlética masculina (Foto: Wagner Carmo/CBAt)

Caio, sobre a medalha que “já tinha ganhado em sonho”:

“Quando eu passei a linha de chegada, no Rio, eu pensei: ‘será que vou ter outra oportunidade para chegar ao pódio?’. Mas aquele resultado abriu portas para mim. Depois da Olimpíada do Rio, o som que vinha após a buzinada, pelas janelas dos carros, era: ‘vamos, campeão’. Eu comecei com 16 anos, depois de jogar futebol, porque era muito difícil ser marchador. Minha mãe fez índice para Atlanta-1996 e por causa de mudança nos critérios ela não foi. Hoje está na quarta Olimpíada e somos medalhistas olímpicos. Aqui está o trabalho de uma vida. Não estou acostumado a ouvir ‘medalhista olímpico’, mas sempre foi um sonho, eu cresci ouvindo sobre o Joaquim Cruz. Para mim, é um momento muito especial, que representa toda uma vida, desde sempre. Eu queria ter a ousadia de 2016 e a experiência de Tóquio, e deu certo. E fica a mensagem de que a gente pode sonhar. Quem está no interior do Brasil como eu, vindo de Sobradinho, cidade-satélite de Brasília, pode sonhar. Eu já ganhei muita medalha olímpica sonhando… As pessoas me perguntavam: ‘você vai viver do quê?’, quando eu era menino, ‘faz marcha atlética, mas vai trabalhar em quê?’ Então… nós somos medalhistas olímpicos!”

Redação Webrun

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