Damião e Giovani subiram ao pódio mais uma vez juntos (foto: Monique Barleben/www.webrun.com.br)
Realizada na manhã de domingo (17/04), a prova carioca reuniu milhares de participantes na Ponte Rio – Niterói , relembrando a década de 80, época em que ocorreu a primeira edição do evento. Vinte cinco anos mais tarde, a prova volta a acontecer e desperta a mesma empolgação no estado do Rio de Janeiro, com um ingrediente adicional, uma dose extra do espírito fairplay entre os líderes.
Direto do Rio de Janeiro – Após atrair a atenção de milhares de pessoas no país e gerar grandes expectativas sobre quem seria o grande vencedor do trajeto de 21,4 quilômetros, a Corrida da Ponte teve dois campeões: Giovani dos Santos e Damião Ancelmo de Sousa. Os dois brasileiros, parceiros da mesma equipe, cruzaram a linha de chegada juntos e de mãos dadas.
Embora a Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt) ter classificado apenas Giovani como o primeiro colocado, ambos registraram a marca de 1h06min10. Não tínhamos combinado antes da disputa, decidimos isto um pouco antes da chegada e foi uma alegria muito grande ser campeão junto com Giovani, explica Damião.
A demonstração de companheirismo surpreendeu a todos e o vencedor oficial da competição acredita que a atitude da dupla foi extremamente normal. Eu considero o Damião um irmão e a gente correu a prova inteira juntos, não tinha como na chegada competirmos, garante Giovani. O dois corredores nacionais e o queniano Kipkemei Mutai se destacaram do pelotão masculino logo no primeiro quilômetro, mas os brasileiros eram quem se alternavam na liderança, enquanto o atleta africano tentava acompanhá-los.
A partir do quilômetro 13 a dupla verde-amarela abriu uma boa vantagem e os fundistas correram lado a lado até a chegada. O terceiro colocado, Kipkemei, justificou sua colocação não tão boa por conta do clima, bastante quente e úmido. O calor me fez diminuir a velocidade, mas a prova foi legal, uma vista muito bonita, afirma o queniano, que chegou em 1h09min17.
Assim que os atletas finalizaram o percurso, a Dream Factory e a Spiridon, organizadoras do evento, reconheceram o espírito de fairplay e anunciaram Giovani e Damião como ganhadores, premiando cada um com 10 mil reais, seguido de um longo aplauso dos expectadores.
Visão da CBAt – A Confederação Brasileira de Atletismo foi contra a decisão da organização e declarou que reconhecem como primeiro colocado apenas o atleta Giovani e, em segundo lugar, Damião. O argumento de Jorge Rodrigues, delegado técnico da CBAt, foi que o campeão é quem passou com o peito primeiro na linha de chegada e, naquela ocasião, havia sido o número 17 [Giovanni].
O que os organizadores fizeram [reconhecer os dois como campeões] é só para divulgação, mas não é válido para a CBAt, pois regra é regra e não se divide o primeiro lugar. Apesar das declarações do órgão, Ancelmo não se importou em sair da prova como vice-campeão, pois para ele o que realmente importa é a premiação igual. Ganhando a mesma coisa está tudo bem, afirma o corredor alagoano.
Este texto foi escrito por: Patrícia Serrão