Anabolizantes, Hormônio do Crescimento e outros: são drogas?

Redação Webrun | Corridas de Rua · 26 mar, 2009

O uso de anabolizantes triplica. Um levantamento feito pelo Cebrid indica que 1,2 milhão de jovens, em 108 cidades, inclusive na capital paulista, fazem uso de esteróides injetáveis ou de pílulas. Esses dados foram publicados no Jornal da Tarde e no Estado de São Paulo no dia 15 de março de 2009, na matéria feita pela jornalista Fernanda Aranda.

Participei dessa matéria e mais uma vez discuti sobre o assunto. Abordei essa doida distorção de substâncias medicamentosas (os esteróides anabolizantes e o famoso GH – hormônio de crescimento), e aprofundei o alerta em relação aos suplementos conhecidos como “Fat Burns” (termogênicos e estimulantes para emagrecer). Além disso, também falei dos suplementos de proteínas (aminoácidos) onde cerca de 25 a 30% deles escondem criminosamente que estão contaminados pela adição de anabolizantes. Também falei dos “Burns” (denunciados pela WADA Agência Mundial antidoping e da nossa ANVISA).

Essas drogas citadas causam, mesmo em pessoas sem doenças, sintomas sérios como taquicardias (aceleração ou irregularidades dos batimentos (extrassistoles), elevação da pressão arterial até angina do peito ou infarto do miocárdio. As recomendações de suplementação devem ser de nutricionistas ou de médicos especialistas. Cabe um outro alerta, já detectamos profissionais (inclusive médicos), receitando anabolizantes e hormônios para melhorar performance ou remoçar (anti-envelhecimento), o que ainda é pura BALELA e pior ainda, essas substâncias são doping no esporte, já as anfetaminas, são drogas proibidas pela ANVISA.

O que são esteróides anabolizantes? Nandrolona, dihidrotestosterona e outros, são drogas médicas, portanto lícitas, usadas por esportistas até na formulação veterinária! Descobertas no pós-segunda Guerra Mundial, para recuperar as vítimas dos campos de concentração, gravemente desnutridas. Com o passar dos anos, o seu uso foi incrementado nos pós-operatórios de grandes cirurgias, para mais rápida recuperação, principalmente na força muscular e estado geral.

Aí entrou o lado “tirar vantagem” do ser humano. Alguns atletas descobriram essa qualidade e passaram a usá-las para aumentar a força e o volume dos músculos. Até os nossos dias, a coisa avolumou-se e depois disso, vocês já conhecem a história.

Danos à saúde – A lista é grande mesmo em doses não muito elevadas, como: elevação dos níveis de gorduras, principalmente o perigoso LDL-colesterol que se deposita nos vasos sanguíneos do coração, cérebro e pernas obstruindo a circulação e podendo causar infarto do miocárdio e derrame cerebral e aumento dos níveis sanguíneos de outra gordura, os triglicérides.

Na seção de CardioEsporte do Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia examinamos usuários de anabolizantes com menos de 30 anos e constatamos doenças graves: infarto do miocárdio e hipertensão arterial (cientistas europeus constataram algumas mortes de jovens por infarto do miocárdio relacionadas ao uso de esteróides anabolizantes). Doenças como câncer de fígado e de testículo ou dos ovários, impotência sexual, obesidade, mudança nas características masculinas ou femininas da voz, aparecimento de barba e pelos anormais nas mulheres entre outras reações.

Não se pode fingir que não existe problema, desculpas do tipo: afinal é por pouco tempo, desconheço alguém que passou mal etc… Não servem! A maioria nega, mas no ganho excepcional de massa muscular, desconfie. Não existe trabalho físico (musculação) que faça isso num nível extraordinário, sem essas “bombas”. Lembrem dos atletas pegos no doping por anabolizantes que acabaram com a bela carreira esportiva e de jovens investigados na TV e jornais, que morreram ou tiveram doenças terríveis.

Este texto foi escrito por: Dr. Nabil Ghorayeb (Arquivo)

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