Adriano Bastos prova que marketing pessoal dá certo

Redação Webrun | Corridas de Rua · 09 mar, 2007

Sua atual prioridade é a vida de atleta (foto: Danilo Belmonte/ www.webrun.com.br)
Sua atual prioridade é a vida de atleta (foto: Danilo Belmonte/ www.webrun.com.br)

Figura carismática nas corridas paulistanas, Adriano Bastos se faz conhecido e diz que ainda tem muito que mostrar. Aos 29 anos, o atleta tetracampeão da Maratona da Disney, fala como começou a carreira e revela o que lhe fez tornar conhecido, pelo menos no mundo esportivo. Confira!

São Paulo – Quem corre na Cidade Universitária de São Paulo (USP) e participa das corridas da capital paulista conhece o maratonista Adriano Bastos. Com tatuagens espalhadas pelo corpo, cabelos sempre diferentes e óculos com novas armações e lentes, Bastos é um dos atletas mais queridinhos de São Paulo.

Mas aos 29 anos, ele não é apenas uma imagem. No seu currículo há importantes títulos como o tetracampeonato da Maratona da Disney. De acordo com Bastos, ele participou da primeira prova da Disney por vontade pessoal. O resultado deu tão certo que ele repete a dose todos os anos.

“A primeira vez que venci a Disney recebi muita visibilidade. Resolvi continuar nisso. Foi uma prova que me deu destaque, foi boa para os patrocinadores e virou uma referência. Hoje quando as pessoas falam na Maratona da Disney pensam em mim e vice-versa”, conta.

Essa sua predileção pelo pódio do Mickey fez com que ele tatuasse o personagem de desenho animado nas suas duas panturrilhas. “Fiz o Mickey para criar uma referência. Lá na USP no sábado, geralmente tem aquela fila indiana de pessoas correndo. Eu vou passando todo mundo e quando eles batem o olho na tatuagem, já me reconhecem e dizem: olha o Adriano Bastos”, fala satisfeito.

Além da prova americana, o maratonista criou o hábito de participar de todas as competições possíveis para estar sempre em contato com o corredor amador. “Eu me fiz de uma maneira para estar presente todo fim de semana no pódio. Isso me tornou conhecido, consegui cativar o público e buscar retorno para meus patrocinadores. Eu me fiz dessa forma por visibilidade e não por resultados, não que meus resultados sejam ruins. Eu não tenho nada perto do Vanderlei Cordeiro e Marílson Gomes em relação resultado, mas tenho tanta visibilidade quanto eles”, revela. “É um marketing pessoal que eu aprendi fazer e deu certo”, acrescenta.

É esse pensamento que faz Adriano Bastos definir seus novos desafios. Para ele encarar uma Maratona de Londres, por exemplo, e ficar entre os 30 primeiros não é tão bom quanto ficar entre os cinco numa prova brasileira.

“Não encaixa nos meus objetivos encarar uma prova internacional com atletas fortes de elite. Isso porque, os tempos que faço aqui no Brasil são suficientes para me garantir no pódio aqui. Com esse mesmo tempo lá fora, 2h19min mais ou menos em maratona, eu não consigo fazer pódio. Ir lá para ser mais um, sem conseguir destaque não vale a pena, foge da minha característica”, argumenta.

Muitos treinadores acham errado essa postura do atleta estar sempre em todos os eventos. Até mesmo o treinador de Bastos, Ricardo D`Angelo, é contra. Mas o maratonista tem consciência do que faz.

“Meu treinador não aprova a minha participação de muitas provas. Ele já deixou bem claro isso. Ele sempre fala assim: você é dono do seu corpo e sabe bem o que faz. Se um dia você quebrar não venha reclamar. Lembre que te avisei”, revela.

Para Bastos a bagagem adquirida no triathlon, onde iniciou a carreira, o ajuda agüentar a bateria de competições. “A maioria dos corredores vem de uma base mais humilde, tiveram dificuldades no passado com alimentação mais deficiente e eu não tive esse problema. Além disso, no triathlon eu ganhei uma massa muscular que me ajuda. Meu corpo está mais preparado para suportar esse tipo de coisa dos demais. O meu organismo tem uma recuperação muito mais acelerada”, explica.

De acordo com atleta, além dessa facilidade, ele encara as provas menores, por exemplo, 10 quilômetros, como um forte treino. “Eu não entro nessas provas para vencer e sim como complemento dos meus treinos focado nas maratonas. Nunca dei 100% nessas provas menores, tenho que me preservar. O importante é estar no pódio independente da colocação. Não vou me matar para vencer a prova”, conta.

Desafio – Os próximos desafios de 2007 para Adriano Bastos são a Maratona de São Paulo e a de Curitiba. No ano passado o atleta ficou em quinto lugar em São Paulo e venceu a Maratona de Curitiba.

Agora ele espera melhorar a colocação na prova paulista. “Estou otimista. Com o pessoal tentando vaga para o Pan e Mundial, muitos ficarão de fora da Maratona de São Paulo. Isso já vai eliminar bastante corrente e acredito que vou pegar um nível um pouco mais fácil e vou tentar chegar entre os cinco e quem sabe vencer”.

Antes de chegar ao “estrelato”, Bastos já passou pelo triathlon e deu aulas de natação. Sua ida exclusiva para as corridas aconteceu em 2000 quando um grupo de patrocinadores percebeu que ele se destacava dos demais quando participava da etapa de corrida do triathlon.

“Fui várias vezes campeão paulista de duathlon. Mas minha natação não era muito boa em relação aos profissionais, por isso preferir ficar entre os amadores no triathlon. Mesmo correndo no amador eu fazia a melhor corrida da prova incluindo profissional”, conta.

Com ajuda de patrocínio, Bastos passou a se dedicar exclusivamente na carreira de atleta. De 2000 para cá ele se formou em educação física e fez pós-graduação em administração de marketing esportivo.

Hoje além de atleta, ele também trabalha como treinador de corrida e triathlon. Mas seus horários como professor não podem atrapalhar seus treinos de corrida, já que sua atual prioridade é a vida de atleta. “O treinamento dos meus alunos é sempre de noite, normalmente na USP. Assim eu fico com dois períodos livres no resto do dia (manhã e tarde) onde posso treinar”, diz.

Mesmo com tantos afazeres, ainda nesse semestre, o maratonista irá lançar a sua própria assessoria esportiva: Adriano Bastos Treinamento Esportivo. Essa novidade já é a base para encarar o futuro, quando não for mais corredor profissional.

“Como maratonista dá para encarar a carreira até uns 40, 45 anos na casa das 2h20min. A partir do momento que o corpo não acompanhar mais eu vou correr por prazer, até voltar no triathlon. Até lá acredito que estarei mais estruturado com a carreira de treinador”, antecipa.

Este texto foi escrito por: Donata Lustosa

Redação Webrun

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