Velocista concedeu entrevista na loja conceito da Asics (foto: Paulo Gomes/ www.webrun.com.br)
O velocista Sandro Viana ganhou a medalha de ouro no Revezamento 4x100m dos Jogos Pan-Americanos de Guadalajara 2011 ao lado de Aílson Feitosa, Nilson André e Bruno Lins, na sexta-feira (29/10). Recém chegado ao Brasil, o corredor falou nesta terça-feira (01/11) sobre as provas que disputou no Pan e o caminho para o sucesso do atletismo brasileiro.
Em Guadalajara, Sandro disputou as provas de 100, 200m e Revezamento 4x100m. Nos 100 metros, foi eliminado na semifinal. Nos 200m, sua especialidade, foi para a final, mas não conseguiu medalha.
Meu treinador tinha alertado para o meu excesso de velocidade, mas não dei muita atenção, conta o corredor. Foi justamente isso que me atrapalhou na final, cheguei muito rápido na curva e tive que acertar a passada para manter a estabilidade, esclarece.
Escola brasileira no Revezamento – Com a vitória em Guadalajara, o Brasil ou ao tetracampeonato consecutivo no Revezamento 4x100m do Pan-Americanco. Sandro diz que alguns países já demonstram a utilização da técnica do empurre que consiste em empurrar o bastão na hora da troca, lançando o próximo corredor com mais velocidade.
Representamos não só o Brasil, mas também a técnica que foi apurada no Brasil desde os anos 80, a escola brasileira de revezamento. O velocista afirma que esse é o principal diferencial do Brasil no Revezamento, mas que levará tempo para ser igualado.
No Mundial de Daegu, em agosto, deu para notar que algumas equipes já evoluíram nesse aspecto, como o Japão, afirma Sandro.Vimos os atletas dos Estados Unidos treinando a técnica, mas eles fazem tudo errado, conta, entre risos.
Ao traçar um breve prognóstico para os Jogos Olímpicos de Londres 2012, o corredor é direto. A Jamaica tem uma equipe com os melhores corredores da história, diz. Estamos no mesmo nível dos Estados Unidos e tem outros países que vem forte, como a França.
América Central é referência – Assim como o Brasil hoje é reconhecido pela força no Revezamento 4x100m, Sandro Viana acredita que o País deve utilizar o conhecimento das ilhas do Caribe nas provas individuais de velocidade. Como ele mesmo cita, Fabiana Murer contratou o técnico russo Vitaly Petrov ex-treinador de lendas do Salto com Vara como Sergei Bubka e Yelena Isinbayeva e apresentou grande melhora em seus resultados.
Da mesma forma que o Brasil desenvolveu técnicas específicas no Revezamento, os países da América Central são peritos nas provas de velocidade e podem ensinar algo novo. Seria interessante que trouxessem algum treinador de lá para passar o conhecimento aos nossos treinadores, sugere.
Para ele, o desempenho de aceleração e movimentação correta nos 30 metros iniciais é um dos diferenciais dos caribenhos e deve ser importado. A prova de velocidade tem fases, como se fossem marchas, ilustra Sandro.
Se você analisar as provas do Brasil no Pan, verá que não acertamos nas primeiras marchas, mas consertamos no decorrer da prova. Com as meninas foi assim, afirma, referindo-se à Rosângela Santos, ouro nos 100m e Ana Cláudia Lemos da Silva, ouro nos 200m.
Índice olímpico individual – Para conseguir uma vaga nos Jogos Olímpicos de Londres 2012, o velocista disputará provas fora do Brasil no início de 2012. Planeja disputar algumas provas na América Central para adquirir conhecimento e experiência.
Vamos lá para competir com os melhores e observar algumas coisas, conta Sandro. O objetivo do corredor é se classificar para as provas dos 100m, 200m e Revezamento 4x100m.
Este texto foi escrito por: Paulo Gomes