Reuben comemora o primeiro lugar (foto: Carlos Pagnan/ www.webrun.com.br)
Na manhã desse domingo aconteceu na região do Parque do Ibirapuera a 13ª edição da Maratona de São Paulo, prova que teve vitória dos quenianos Reuben Chepkwek entre os homens e Jacquiline Chebor entre as mulheres. Luis Paulo Antunes na terceira colocação e Marizete Moreira na segunda foram os melhores brasileiros, confira como foi.
São Paulo – O tempo amanheceu nublado e por volta das 7h os digitais marcavam 15ºC, temperatura que foi se elevando até o início da competição. Apesar do vento frio que atingia o local da prova, muitos corredores estavam animados fazendo o aquecimento e alongamento.
A elite feminina largou pontualmente às 8h35 e desde o começo as brasileiras sabiam que a presença das quenianas Jacquiline Chebor e Joyce Rono seria um desafio à parte. Entre as favoritas estavam Marizete Moreira, Marizete Rezende e Ilaine Wandscheer, que saíram conservadoras no início dos 42,195 metros.
Com 30 minutos de prova Marizete Moreira liderava e Jacquiline vinha logo atrás, no vácuo da brasileira, para pressioná-la psicologicamente e esperar a hora certa de abrir. As duas passaram pela metade da prova na mesma situação e a queniana se mostrava mais inteira nas subidas, até que se colocou à frente no quilômetro 25, durante subida na USP e ultrapassou.
Vantagem – Jacquiline começou a abrir vantagem sobre Marizete, que parecia não ter mais chances de recuperação, mas no quilômetro 30 a brasileira voltou a emparelhar com a africana e as duas iniciaram um duelo que só terminou no último quilômetro. As duas vieram revezando a liderança até a entrada do Túnel Ayrton Senna, já no fim do trajeto, mas a queniana usou um fôlego extra para cruzar em primeiro com 2h40min12.
Marizete chegou na segunda colocação com 2h40min52, seguida por Marlene Fortunato (2h46min48), Ilaine Wandscheer (2h49min21) e Sueli Vieira (2h52min45). Foi uma prova bem dura, estava um pouco calor para mim. Eu vim para competir e consegui um ótimo primeiro lugar, comenta Jacquiline. Já Marizete diz que sempre esperar ganhar, mas está feliz com o segundo lugar. Eu tentei fugir algumas vezes, mas ela ficou arás de mim o tempo todo e na segunda metade apertou. Depois do túnel eu senti um pouco devido ao frio e o ritmo caiu.
Às 8h59, com o sol começando a brilhar entre as nuvens, e temperatura de 17ºC, o canhão do exército deu o tiro inicial para a prova masculina e para os competidores da categoria geral. Durante os quase 10 minutos de largada muitos corredores amadores passavam vestidos com algum adereço ou segurando faixas e cartazes com as mais diversas mensagens.
Entre os favoritos aparecia Giomar Pereira e José do Nascimento, além dos africanos Reuben Chepkwek (Quênia), James Rotich (Quênia) e Michael Mislay (Tanzânia). O campeão de 2005 José Telles avisou antecipadamente que faria apenas a meia maratona, pois está se preparando para o Mundial de Atletismo, que acontece em agosto no Japão e o queniano Charles Korir, vice ano passado, não participou por estar lesionado.
Na passagem do quilômetro sete havia um pelotão único formado por Francisco dos Santos, José Nascimento, Marcelo José e José Telles, enquanto Michael Mislay, da Tanzânia e Reuben Chepkwek do Quênia lideravam o segundo grupo. Quando a prova chegou no quilômetro 11 Francisco e José Nascimento abriram uma pequena vantagem para os adversários.
Liderança isolada – Um fato curioso aconteceu durante o quilômetro 18, ocasião em que Francisco não conseguiu pegar água no posto de abastecimento e pediu um copo para José. Camaradagens à parte, a maratona teve prosseguimento e no quilômetro 19 Michael e Reuben tomaram a liderança e passaram a ditar o ritmo até o fim.
Na marca da meia maratona José Telles ocupava a terceira colocação e parou de acordo com sua estratégia, deixando Élson Gracioli como o brasileiro mais bem colocado. A todo o momento ele tentou alcançar os líderes e chegou a deixar a diferença em 67 metros, sempre procurando tangenciar bem as curvas.
Gracioli não agüentou o ritmo e foi ultrapassado por Luis Paulo Antunes e Giomar Pereira, com 1h30 de prova decorrida, enquanto os africanos apenas aumentavam a liderança de forma tranqüila. Quinze minutos depois Luis Paulo ultrapassou Giomar e Adriano Bastos despontou como quinto colocado, rumo a mais um pódio.
Reuben e Michael vieram correndo paralelos nos trechos finais da competição, mas o queniano se mostrou mais forte que o tanzaniano e venceu a prova. Com 2h16min05 Reuben Chepkwek faturou a vitória, seguido por Michael com 2h16min27, Luis Paulo Antunes (2h17min15), José Ferreira (2h18min50) e Adriano Bastos (2h19min16).
Estou feliz pois essa era minha expectativa. Quando se compete com adversários que não se conhece, é complicado pois não dá para saber como está o treinamento deles, comenta o campeão. Eu achei a prova ótima, já que o tempo estava bom, mas o grande problema foi a irregularidade do percurso, completa. Já o vice campeão, explica porquê não agüentou o ritmo até o fim. A prova foi boa, mas comecei a sentir a minha perna e não consegui acompanhar o ritmo do Reuben.
Já Luis Paulo, terceiro colocado e melhor brasileiro, diz que usou a estratégia de não sair muito forte desde o começo, para sentir a prova. Saí por volta do quilômetro 13, pois percebi que os líderes estavam num ritmo bem forte e pretendia ir até onde conseguisse. Fazendo uma prova de superação, ele está mais do que satisfeito com o terceiro lugar. Eles começaram a quebrar, eu vim mantendo e até pensei em pegar os africanos, mas no quilômetro 28 comecei a ter bolhas e fiz uma prova de superação para ser o melhor brasileiro.
Essa prova teve o duelo mulheres versus homens, já que elas largaram alguns minutos antes e a organização ofereceu um prêmio extra para quem chegasse primeiro. Dessa forma, a classificação geral ficou da seguinte forma: Reuben Chepkwek em primeiro, seguido por Michael Mislay, Jacquiline Chebor, Luis Paulo Antunes e Marizete Moreira.
Este texto foi escrito por: Alexandre Koda