A campanha solo da queniana Ruth Chepngetich para reescrever os livros de recordes dominou o dia enquanto a Maratona de Chicago do Bank of America solidificou sua reputação como um evento recordista. Seguindo os passos do falecido Kelvin Kiptum, que estabeleceu o recorde mundial em Chicago no outono passado (2:00:35), Chepngetich se esforçou implacavelmente em direção à chegada, quebrando a fita em 2:09:56 (não oficial). No lado masculino, o queniano John Korir fez uma declaração ousada ao correr seu melhor tempo pessoal e o segundo mais rápido na história de Chicago, 2:02:44. Marcel Hug (SUI) conquistou sua quinta vitória, defendendo seu título na corrida em cadeira de rodas masculina em 1:25:54. A compatriota Catherine Debrunner (SUI) quebrou seu recorde de percurso de 2023 na corrida em cadeira de rodas feminina para prevalecer sobre sua competição e defender seu título em 1:36:12.

Em seu estilo característico de corrida, Chepngetich estabeleceu um ritmo alucinante desde o início. Apenas a etíope Sutume Kebede, que insinuou uma tentativa de recorde mundial, tentou ficar com Chepngetich, um movimento que a fez correr a segunda metade da corrida oito minutos mais devagar do que a primeira metade. A divisão de meia maratona de Chepngetich, 1:04:16, é o quinto tempo de meia maratona mais rápido da história e o mais rápido já executado em solo americano. A segunda metade da corrida surgiu como um duelo entre Chepngetich e o relógio. Com uma 25ª milha em 4:45, Chepngetich caminhou para a vitória, correndo quase dois minutos mais rápido do que o recorde mundial de Tigst Assefa (2:11:53). Chepngetich, que é autodidata, agora possui o primeiro, quarto e quinto tempos mais rápidos já executados em Chicago.

Após a corrida, Chepngetich declarou que quebrar o recorde mundial era “meu plano”.

“Eu não estava preocupado [com o ritmo]. Eu estava me sentindo bem. Decidi que iríamos com esse ritmo”, disse Chepngetich . “Meu plano era 2:09 ou 2:10. O recorde mundial não é fácil. Você precisa de foco e determinação.”

O recorde mundial de Chepngetich é o sétimo estabelecido em Chicago, tornando a Maratona de Chicago do Bank of America o lar dos recordes mundiais atuais masculino e feminino.

“Ruth colocou-se em ritmo recorde mundial em eventos anteriores”, disse o Diretor Executivo da Corrida Carey Pinkowski . “Ela sabe como é, e não é estranha a isso. Hoje é um exemplo de seu estilo de corrida destemido. Eu senti que ela conseguiria o recorde – era uma questão de como, não quando.”

Mais de sete minutos e meio depois que Chepngetich quebrou o recorde mundial, Kebede terminou em segundo em 2:17:32 enquanto Irine Cheptai (KEN) terminou em terceiro em 2:17:51. Susanna Sullivan (EUA) foi a primeira mulher americana a cruzar a linha, terminando em sétimo em 2:21:56. Seu tempo a torna a quinta mulher americana mais rápida a correr a Maratona de Chicago e a 10ª mulher mais rápida na história americana.

Ao contrário da corrida feminina, a corrida masculina rapidamente se formou em um grupo compacto de 10 atletas que diminuiu para sete em 30K, mas não por muito tempo. Entre 30K e 35K, John Korir (KEN) pisou no acelerador, correndo um par de 4:25 e 4:22 milhas para deixar seus concorrentes lutando pelas duas últimas posições no pódio. Korir conquistou a vitória em Chicago em 2:02:44, tornando-se o sexto homem mais rápido da história.

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“Eu sabia que estava em forma para 2:02”, disse Korir . “Eu sabia que queria fechar a temporada com meu PB (melhor desempenho pessoal), e eu fechei. Meu treinamento foi bom e quando eu estava treinando, meu treinador me disse: ‘Você pode correr 2:02’. Eu acreditei nele.”

Mohamed Esa (ETH) colocou alguma distância entre si e Amos Kipruto (KEN) nos metros finais da corrida, terminando em segundo na classificação geral em 2:04:39. Kipruto terminou em terceiro em 2:04:50. CJ Albertson foi o primeiro americano a terminar em 2:08:17. Albertson tirou mais de 90 segundos de seu recorde pessoal para terminar em sétimo na classificação geral.

A corrida feminina em cadeira de rodas se transformou em um esforço de contra-relógio para a medalhista de ouro paralímpica Catherine Debrunner depois que a americana Susannah Scaroni sofreu um pneu furado que a fez abandonar a corrida. Debrunner voou para a chegada sozinha em 1:36:12, quebrando o recorde do percurso que ela estabeleceu no ano passado. Manuela Schär terminou em segundo em 1:39:03 e a nove vezes campeã da Maratona de Chicago do Bank of America, Tatyana McFadden, terminou em terceiro em 1:41:59.

“Eu estava super animado para voltar aqui para Chicago”, disse Debrunner na linha de chegada. “Eu realmente gosto da maratona aqui. Foi realmente uma pena que Susannah teve um pneu furado muito cedo… havia muito vento e, claro, é sempre difícil quando você faz tudo sozinho. E eu lutei bastante, então fiquei muito feliz quando cheguei ao final.”

Diferentemente da corrida feminina, a masculina chegou a um sprint final entre o medalhista de ouro paralímpico Hug e o tricampeão de Chicago, Daniel Romanchuk. Hug, conhecido como a “bala de prata”, usou a ligeira subida na Roosevelt Road para ganhar uma vantagem sobre Romanchuk. Antes da corrida, Hug disse que estava se sentindo cansado depois de vencer a Maratona Paralímpica e a Maratona de Berlim, mas economizou energia suficiente para se tornar um pentacampeão em Chicago. Hug terminou em primeiro em 1:25:54. Romanchuk ficou em segundo em 1:25:58 e Tomoki Suzuki (JPN) em terceiro em 1:26:05. Hoje marcou a primeira vez na história da Maratona de Chicago que três homens quebraram 1:27 na mesma corrida.

“Estou muito, muito feliz, muito satisfeito”, disse Hug na chegada. “Foi um lindo dia para a maratona hoje, com boas condições, ótima atmosfera… foi uma corrida tática. Ataquei inúmeras vezes e então tivemos um sprint final e, felizmente, venci.”

David Eik (EUA) foi o primeiro participante não binário a cruzar a linha de chegada em 2:34:01.

Mais de 50.000 corredores completaram a 46ª edição da Maratona de Chicago do Bank of America, o maior número na história da corrida.

A 47ª edição da Maratona de Chicago do Bank of America ocorrerá em 12 de outubro de 2025.

O período de inscrição de quatro semanas para a maratona será aberto na terça-feira, 22 de outubro.